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domingo, 3 de setembro de 2017

 O SÉTIMO SELO (Det Sjunde Inseglet) Suécia, 1956 – Direção Ingmar Bergman – elenco: Max von Sydow, Gunnar Bjornstrand, Nils Poppe, Bibi Andersson, Bengt Ekerot, Inga Gill, Maud Hansson, Inga Landgré, Gunnel Lindblom, Bertil Anderberg, Gunnar Olsson, Anders Ek, Erik Strandmark – 100 minutos.


                    UMA PARÁBOLA SOMBRIA SOBRE A SOLIDÃO DO HOMEM 

Um dos mais importantes filmes da história do cinema! É uma parábola sombria sobre a solidão do homem diante da morte e da incerteza acerca da existência de Deus. O próprio Bergman sugeria aos espectadores que fizessem um paralelo entre a situação descrita no filme e a do homem contemporâneo, descrente e perplexo diante da possibilidade do fim do mundo. O filme surgiu como uma peça (“Pintura Sobre Madeira”, em 1954). Bergman pensava em encenar uma peça para alguns jovens, e como não encontrou nada que o agradasse, resolveu ele mesmo escrever. Quando fazia o teatro, ocorreu-lhe que deveria transformar a peça em filme e tudo aconteceu naturalmente. Apenas alguns elementos foram aproveitados no roteiro final do filme: o medo da peste, a queima da feiticeira, a Dança da Morte. Mas a partida de xadrez entre a Morte e o Cavaleiro não havia, e, nem existia o artístico-bufanesco "santo casal" Jof e Mia com seu bebê. Somente Jons, o Escudeiro, não sofreu mudanças. 


Bergman retornou à Suécia, reescreveu o roteiro e reuniu a equipe. Deram-lhe trinta e cinco dias e um orçamento apertado, até minúsculo pelos padrões vigentes no Reino Unido. Foram gastos cerca de 150 mil dólares e o diretor manteve-se dentro do cronograma e do orçamento. O filme foi feito em 1956 e estreou na Suécia em fevereiro de 1957. Ganhou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes e significou a definitiva consagração internacional do diretor. Ele mesmo declarou que sua principal inspiração para O SÉTIMO SELO foi o filme A CARROÇA FANTASMA (1920), de seu compatriota Victor Sjöstrom. O título do filme refere-se ao livro dos segredos de Deus, lacrado por sete selos.  

Os questionamentos religiosos e existencialistas estão sempre muito presentes. O cavaleiro está perturbado com a possibilidade de morrer, chegando ao ponto de considerar que aquele vazio que sente dentro de si é causado pela falta de significado da própria vida e sua religiosidade. Antonius considera que sua vida fora em vão, mas espera, com esse tempo que conquistara ao desafiar a Morte, adquirir a maior quantidade de conhecimento possível, desejo expresso também na lenda do Fausto, que vende a alma ao Diabo em troca desta realização - a coincidência entre o caso destas duas personagens é algo que merece certa reflexão. O Cristo que aparece alternadamente aos planos feitos do cavaleiro, nos dão a idéia da menção de uma plena discussão sobre o real estado de espírito de Jesus quando descobriu que seu sacrifício era iminente. Será que absorvera sereno, ou discutiu sua sanidade, destino e o futuro que lhe era desenhado e que estaria sendo usurpado por seus juízes? O filme possui inúmeros planos belos e funcionais contidos nessa obra-prima, dentre eles o de um crânio seguro por mãos, cobrindo a tela, tendo em segundo plano os braços entrelaçados dos suplicantes religiosos. Também a chama que brota por trás do cavaleiro e seu escudeiro, iluminando o fundo como um fogo do inferno, pronto para acender as lascas que queimarão a jovem sacrificada. Outro que merece atenção, principalmente pela quebra do simbolismo seguido dentro do filme, é o do homem desesperado por estar morrendo por causa da peste e que agoniza ocupando somente um canto de tela, deixando o resto preenchido pela floresta e o negrume da noite. O SÉTIMO SELO foi aclamado internacionalmente como uma obra-prima cinematográfica! Um dos melhores filmes de todos os tempos!!!!!

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