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terça-feira, 30 de agosto de 2011

BRUC - O DESAFIO (Bruc - La Llegenda) 2010



BRUC – O DESAFIO (Bruc – La Llegenda) Espanha, 2010 – Direção Daniel Benmayor – elenco: Juan José Ballesta, Vincent Perez, Nicolas Giraud, Astrid Berges-Frisbey, Moussa Maaskri, Marcel Borràs – 89 minutos.

Quando o exército de Napoleão Bonaparte é derrotado, nas montanhas de Montserrat, pela primeira vez por um jovem guerreiro da pequena cidade de Bruc, o líder da revolução Francesa inconformado, envia os melhores homens para a batalha com uma missão: caçar o jovem, cortar sua cabeça e fixá-la na praça da cidade. Depois de matar a sua família, e assustar as pessoas com suas ameaças, eles iniciam a busca nas montanhas. Acuado, o jovem Joan Casellas, deve lutar sozinho para vingar sua família e seu povo. Ele se torna um símbolo de liberdade e esperança, e é reconhecido como o herói de Bruc, por ter conseguido impor uma derrota humilhante ao grande exército francês.

Um filme espetacular e de grande beleza. Uma lição extraordinária, mostra que os verdadeiros heróis não se rendem jamais. A fotografia com imagens impactantes é de tirar o chapéu. Com um suspense de tirar o fôlego, este é, sem dúvida, um dos grandes lançamentos do ano!!



domingo, 28 de agosto de 2011

PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM (Rise of the Planet of the Apes) 2011



PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM (Rise of the Planet of the Apes) EUA, 2011 – Direção Rupert Wyatt – elenco: James Franco, Freida Pinto, Tom Felton, Brian Cox, John Lithgow, David Oyelowo, Andy Serkis – 105 minutos.

A chocante cena final de O PLANETA DOS MACACOS, de 1968, com a imagem destruída da Estátua da Liberdade numa praia, comprova para o incrédulo protagonista, o astronauta George Taylor (Charlton Heston), que ele está na Terra dominada pelos primatas e não em um planeta misterioso, no qual a Teoria da Evolução teve outro desdobramento.

Em PLANETA DOS MACACOS: A ORIGEM, que manteve por duas semanas consecutivas a liderança na bilheteria americana, o diretor Ruppert Wyatt revela como tudo aconteceu, fruto de efeitos colaterais de experiências genéticas fracassadas para encontrar a cura de doenças neurológicas degenerativas, como o mal de Alzheimer. O filme original é uma ficção científica inesquecível, inspirada no livro do francês Pierre Boulle, e esta nova aventura não fica a desejar. Um dos grandes destaques são os efeitos especiais que utilizam a técnica de motion capture utilizada em AVATAR (2009) e permitem ao ator Andy Serkis, que veste a pele do chimpanzé César, um desempenho espetacular.



Will Rodman (James Franco) trabalha em um laboratório que utiliza chimpanzés em pesquisas para a cura de doenças neurológicas. O cientista tem um interesse especial na pesquisa, pois seu pai (John Lithgow) sofre de Alzheimer. Os resultados parecem, à primeira vista, muito promissores. Uma fêmea, submetida a um novo medicamento, demonstra um rápido desenvolvimento intelectual. Mas, repentinamente, ela fica agressiva, foge da jaula, espalha o pânico no laboratório e acaba morta por um segurança. O motivo da agressividade, descoberto pouco depois, é que ela teve um filhote e procurava protegê-lo. Todos os animais remanescentes são mortos e Will leva o filhote para sua casa. Batizado de César, ele faz companhia para seu pai e demonstra uma rara inteligência.



O cientista passa a acreditar que as drogas testadas na mãe do animal são responsáveis pelo progresso. Will adapta a casa para uso do chimpanzé, mas será difícil mantê-lo afastado do mundo exterior. Numa de suas fugas, ataca um vizinho e é removido para um centro de primatas. Aí começarão os problemas de César e, consequentemente, de toda a humanidade. Como nos filmes sobre prisões, César sofrerá maus tratos, precisará aprender a conviver com os outros macacos e aprenderá a não confiar nos seres humanos. É o que basta para ele alimentar uma revolta que canalizará, no momento oportuno, em rebelião. Com grandes momentos de ação, efeitos visuais magníficos, os atores com ótimos desempenhos, a direção competente e segura do inglês Rupert Wyatt, a montagem espetacular e o excelente roteiro do casal Amanda Silver e Rick Jaffa, o filme é um programão para quem busca diversão e entretenimento na atual temporada de grandes lançamentos. Vale o ingresso!!



EM SETEMBRO - OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

sábado, 27 de agosto de 2011

REINO DOS FELINOS (African Cats) 2011



REINO DOS FELINOS (African Cats) EUA, 2011 – Direção Alastair Fothergill e Keith Scholey – Documentário – com a voz de Samuel L. Jackson – 89 minutos.

Em parceria com os estúdios Disney, a rede Cinemark apresenta, com exclusividade no Brasil, o documentário longa metragem REINO DOS FELINOS. Com o selo Disney Nature, que resgata a herança deixada por Walt Disney com seus documentários pioneiros sobre a vida selvagem – o filme conta a história de duas famílias de felinos: uma de leões, os reis da savana africana e outra de guepardos, os felinos mais velozes do mundo.

Quando transformou seu trabalho de 13 meses seguindo aves na Antártida no delicado e belíssimo A MARCHA DOS PINGUINS, o biólogo francês Luc Jacquet abriu as portas do cinema para muitos outros cineastas da natureza, por assim dizer. E não se fala, aqui, de documentários sobre a vida natural, mas de uma moderna prática de humanizar os animais retratados. Na produção francesa, por exemplo, o casal de pinguins e seu filhote ganharam vozes de atores para aumentar a carga dramática. Já em REINO DOS FELINOS, os diretores Alastair Fothergill e Keith Scholey preferiram dar nomes e contar à plateia sobre os sentimentos dos felinos.



Filmado na Reserva Nacional de Masai Mara, no Quênia, este novo documentário da Disneynature mostra o dia a dia da leoa Mara, da mãe guepardo Sita e de Kali, um leão banido de seu grupo, que volta para tomar o lugar do macho alfa. As fantásticas imagens captadas são deslumbrantes, inesquecíveis e valem o ingresso.

Narrado originalmente pelo ator Samuel L. Jackson, o filme possui várias sequências que toca o espectador: a leoa Mara tem uma "mãe" doente, que se sacrifica pela "filha"; situação que lembra a máxima "não há laço mais forte do que o de uma leoa com seu filhote". Em outro caso, a fêmea guepardo, Sita, precisa enfrentar todos os perigos que cercam os seus cinco e indefesos filhotes. O suspense de todo o documentário envolve a plateia, que se deixa levar como numa viagem por imagens paradisíacas, belas e selvagens. Uma incrível aventura que mescla a intimidade e os laços familiares com o poder e perspicácia da natureza. Boa diversão!!




EM SETEMBRO: OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A MALDIÇÃO DA FLOR DOURADA (Man Cheng Jin Dai Huang Jin Jia) 2006



A MALDIÇÃO DA FLOR DOURADA (Man Cheng Jin Dai Huang Jin Jia / Curse of The Golden Flower) China, 2006 – Direção de Zhang Yimou – elenco: Chow Yun Fat, Gong Li, Jay Chow, Liu Ye, Chen Jin, Ni Dahong.

O diretor chinês Zhang Yimou tem em seu currículo talvez duas das mais importantes produções do cinema chinês moderno: HERÓI(2002) e O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS (2004). Dotados de um lirismo quase poético combinado à coreografias e fotografia que deixam qualquer um sem palavras, essas duas produções deram ao gênero de artes marciais um caráter épico que até aquele momento não havia sido apresentado ao público ocidental. Agora com as cores espantosamente vibrantes de A MALDIÇÃO DA FLOR DOURADA, o cinema chinês atinge o seu apogeu de beleza.



Passado na época dos grandes impérios chineses, o filme conta a história de um imperador (Chow Yun Fat), de volta dos campos de batalha para comemorar o Festival do Crisântemo com sua família. Mas o reencontro familiar também irá trazer à tona diversas disputas. O filho mais velho e herdeiro do trono é também amante de sua madrasta (Gong Li), que vê com ciúmes os namoros do jovem com a filha do médico imperial. O possível substituto para o trono é o segundo filho do Imperador, que retorna agora de batalhas na fronteira do Império para encontrar uma mãe doente, que parece obcecada em bordar flores douradas, sem suspeitar da relação entre ela e seu irmão mais velho. Por trás de tudo, o Imperador planeja contra a esposa, plano este que apenas o médico imperial tem conhecimento.



A MALDIÇÃO DA FLOR DOURADA, é uma produção de 2006 e repete o visual magnífico dos filmes anteriores de Zhang Yimou trazendo na direção de fotografia Zhao Xiaoding, que também trabalhou com Yimou em O CLÃ DAS ADAGAS VOADORAS. Abusando da mistura de cores de forma belíssima, o filme é visualmente impecável, aliando-se a figurinos surpreendentes e coreografias perfeitas em uma película de encher os olhos. Há vários momentos antológicos e dignos de nota, como alguns rituais interessantes, dentre eles merece citação: o anúncio das horas e o diálogo do Imperador na mesa no topo do palácio. Como em HERÓI, o enorme número de figurantes em algumas cenas surpreende de forma exuberante. É uma obra-prima visual; uma brilhante aula no uso de cores e filtros em um filme e uma deslumbrante aula de técnica de cinematografia. Um espetáculo soberbo, grandioso e absolutamente inesquecível!! Imperdível!!



EM SETEMBRO - 0S 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ MORTO (Before The Devil Knows You're Dead) 2007



ANTES QUE O DIABO SAIBA QUE VOCÊ ESTÁ MORTO (Before The Devil Knows You're Dead) - EUA/ Inglaterra, 2007 - Direção: Sidney Lumet - Elenco: Philip Seymour Hoffman, Ethan Hawke, Albert Finney, Marisa Tomei Arija Bareikis, Paul Butler, Leonardo Cimino, Alex Emanuel, Jack Fitz Rosemary Harris, Blaine Horton, Sarah Livingston, Brian F. O'Byrne, Aleksa Palladino, Amy Ryan, Michael Shannon, Lee Wilkoff, Megan Byrne.

Frustrado em seu casamento, viciado em drogas pesadas e prestes a ser desmascarado em seus desfalques na empresa em que trabalha, o yuppie Andy Hanson (Philip Seymour Hoffman) precisa achar uma forma de se livrar de seus problemas e ir para o paraíso, o Rio de Janeiro. A idéia não demora muito para chegar, mas o plano perfeito bolado por ele precisa da ajuda de seu irmão, Hank (Ethan Hawke), que também não anda tendo muito sucesso na vida.

Separado e com uma filha para sustentar, Hank sempre foi problemático e sua vida financeira é o que mais o preocupa atualmente. É por isso que ele acaba aceitando a proposta de Andy de assaltar uma joalheria familiar na periferia de Nova Iorque, um local que dificilmente eles serão pegos. A segurança é falha, os dois conhecem muito bem o local, e as chances de sucesso são altas. O plano só tem um problema: a loja pertence a Charles e Nanette Hanson, pais da dupla.

O que era para ser um roubo rápido e simples, logo ressarcido pela agência de seguros e arquivado pela polícia, no entanto, dá errado. As conseqüências do ato são piores do que Andy e Hank poderiam imaginar. Quanto mais a dupla tenta consertar a situação, pior a coisa fica para eles. Sedento por vingança, Charles decide fazer o que for preciso para dar uma lição nos bandidos que invadiram sua loja, sem saber que os dois estão muito mais próximos do que ele gostaria.

”Antes Que o Diabo Saiba Que Você Está Morto“ é o 45º filme do diretor Sidney Lumet, famoso pelos clássicos “Doze Homens e Uma Sentença”, “Um Dia de Cão” e “Sérpico”, entre outros. No total, seus longas já receberam mais de 50 indicações ao Oscar e ele ganhou o prêmio de Conjunto da Obra em 2005. O título do filme foi retirado de um brinde irlandês que diz "Você pode ter alimento e abrigo, um travesseiro macio para sua cabeça, pode ter 40 anos no paraíso, antes que o diabo saiba que você está morto".


terça-feira, 23 de agosto de 2011

A RELIGIOSA (La Religieuse) 1966



A RELIGIOSA (La Religieuse) França, 1966 – Direção de Jacques Rivette – Elenco: Anna Karina, Liselotte Pulver, Micheline Presle, Francisco Rabal, Francine Bergé, Christiane Lénier, Yori Bertin – 135 minutos.

SOB O MANTO DA FÉ QUERIAM CONDUZÍ-LA À DEVASSIDÃO E AO VÍCIO. ELA QUERIA LIBERDADE. PARA OBTÊ-LA SUCUMBIRIA AOS AMORES PROIBIDOS???

Da obra de Denis Diderot uma verdadeira obra-prima. Este é, sem dúvida, um dos melhores exemplos do cinema austero e sem concessões do diretor mais radical e rigoroso da Nouvelle Vague. Não seria exagero dizer que é seu filme menos difícil, e ao mesmo tempo o mais paradigmático de seu estilo.



Anna Karina interpreta a protagonista, jovem que recebe dos pais a obrigação de se internar num convento. Sua vida, assim, parece destinada a um fim, e com isso realmente acaba. Na primeira cena, um grupo de burgueses, entre eles os pais da jovem, assistem à cerimônia de aceitação no convento. Detalhe: essa cerimônia acontece atrás de grades, para onde vai a jovem, num último suplício por sua vida.

Depois de mais de duas horas o espectador assiste ao seu calvário na convivência com as irmãs, até o final absolutamente extasiante, tão maior porque previsto desde o início, prova definitiva da grandiosidade do diretor. UM FILME IMPORTANTE E OBRIGATÓRIO!!!


domingo, 21 de agosto de 2011

PIRATAS DO CARIBE: NAVEGANDO EM ÁGUAS MISTERIOSAS (Pirates os the Caribbean: On Stranger Tides) 2011



PIRATAS DO CARIBE: NAVEGANDO EM ÁGUAS MISTERIOSAS (Pirates of the Caribbean: On Stranger Tides) EUA, 2011 – Direção Rob Marshall – elenco: Johnny Depp, Penélope Cruz, Geoffrey Rush, Ian McShane, Kevin McNally, Stephen Graham, Keith Richards, Astrid Berges-Frisbey – 137 minutos.

Nesta sequência, Johnny Depp volta a interpretar o excêntrico capitão Jack Sparrow, o grande responsável pelo sucesso da série. Com a mistura de humor pastelão e ironia (graças à liberdade do ator em moldar seu personagem), o então coadjuvante roubou a cena do par romântico (interpretado por Orlando Bloom e Keira Knightley) já no primeiro filme e se impôs absoluto no papel de protagonista.

Com o triângulo amoroso pra trás, o pirata se volta a uma nova aventura, desta vez, para encontrar a famosa fonte da juventude, como anunciado no final do filme anterior. No entanto, ele não estará sozinho na empreitada. Concorrem com ele seu rival, o capitão Barbossa (Geoffrey Rush), a mando do Rei George da Inglaterra, o Exército do rei espanhol Fernando, e a bela pirata Angélica (Penélope Cruz), cujo pai é o temido Barba Negra (Ian McShane).



Depois de ser enganado por Angélica, com quem teve um romance, Sparrow é obrigado a embarcar no enfeitiçado navio de Barba Negra, o "Vingança da Rainha Ana" e sua tripulação de zumbis, onde deverá ajudá-los a encontrar o paradeiro do tal mito. Para isso, eles deverão, mais do que saber a localização, encontrar os ingredientes para um misterioso ritual envolvendo sereias e o lendário tesouro do explorador espanhol Ponce de León.

Os roteiristas Ted Elliott e Terry Rossio acertaram nos diálogos, em especial de Sparrow e Barbossa. As vertiginosas sequências de combate desta vez acontecem em terra. Mesmo em cenas escuras, mantém grande vigor. No elenco, além do brilho sempre fulgurante de Johnny Depp, há uma participação discreta da atriz Judi Dench e do Rolling Stone Keith Richards (que inspirou o personagem de Depp), e também a sempre talentosa Penélope Cruz se destacando com um papel que não é fraco, apresentando uma boa interpretação da sua protagonista. Entre tantos méritos, o filme é irrepreensível, exibindo desenho de produção, fotografia e montagem acima da média. As locações no Havaí são belíssimas. Possui algumas sequências brilhantes, e a cena das sereias, com certeza, já é considerada antológica. Sem falar que ao final do filme percebemos uma ferina crítica à Igreja Católica. Parabéns, um dos grandes filmes do ano!!


sábado, 20 de agosto de 2011

A DUPLA VIDA DE VÉRONIQUE (La Doublé Vie de Véronique) 1991



A DUPLA VIDA DE VÉRONIQUE (La Doublé Vie de Véronique) – Polônia, França, Noruega, 1991 – Direção Krzysztof Kieslowski - elenco: Irène Jacob, Sandrine Dumas, Janusz Sterninski, Jerzy Gudejko, Wladyslaw Kowalski, Louis Ducreux – 98 minutos.

Conta a história de duas moças (ambas interpretadas por Irène Jacob) nascidas no mesmo momento em locais diferentes: uma na Polônia e outra na França. As duas têm a mesma aparência física e emocional, além de características pessoais, porém, não se conhecem e nunca tiveram contato algum. Apesar da distância entre as duas pessoas, elas cada vez mais sentem a presença uma da outra e parecem estar de alguma forma ligadas.

O filme explora diversos fatores sociais e psicológicos; a vida amorosa de ambas, o vazio causado pelo sentimento de estarem incompletas, as formas com as quais reagem a diversos sentimentos e acontecimentos, o modo como as pessoas viviam naquela época e suas atitudes sob vários aspectos. A DUPLA VIDA DE VÉRONIQUE faz pequenas referências, de uma forma tão discreta, aos conflitos sociais e políticos da época, que parecem não estar presentes no filme. Coloca também em pauta, o tema Humanidade: como as pessoas convivem entre si, como o laço afetivo das personagens é importante.



Durante seu andamento o filme vai fornecendo informações que esclarecem dúvidas acumuladas durante os minutos iniciais, sendo em pequenos detalhes discretos ou em fatos diretos. A interpretação suave e emocionante de Irène Jacob chama a atenção nos primeiros instantes do filme; parece que cada detalhe fora antes minuciosamente trabalhado para em conjunto comporem uma brilhante harmonia. Irène traz uma singularidade tão imensa às personagens, a ponto de não se poder imaginar as mesmas sendo interpretadas por outra pessoa. Vale ressaltar que a atuação da atriz, nascida em Paris, França, em 15 de julho de 1966, lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes.

A trilha sonora fica por conta do, também polonês, Zbigniew Preisner, e é de extrema importância para o filme. A produção é parcialmente francesa, a primeira do diretor, grande parte do diálogo é em francês. Anna Gornostaj dubla os diálogos em idioma polonês. Existe uma versão norte-americana do filme, onde o final original é substituído por um mais simples de entender, um final piégas bem à moda norte-americana. É uma excelente obra, digno de um profissional brilhante, um filme que capta sua atenção e faz com que você se emocione bastante. O filme foi lançado no Brasil em DVD, pela Versátil Home Vídeo. Além de uma excelente edição, o disco contém quase 2 horas de extras. Um filme extraordinário para um público igualmente extraordinário, inteligente e exigente!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

QUATRO MESES, TRÊS SEMANAS E DOIS DIAS (4 Luni, 3 Saptamini si 2 Zile) 2007



QUATRO MESES, TRÊS SEMANAS E DOIS DIAS (4 Luni, 3 Saptamini Si 2 Zile) Romênia, 2007 – Direção de Cristian Mungiu - Elenco: Anamaria Marinca, Laura Vasiliu, Vlad Ivanov, Alexandru Potocean, Ion Sapdaru, Teodor Corban, Tania Popa, Cerasela Iosifescu, Doru Ana

O grande vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2007, "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias", não é um filme fácil. Aliás, não fosse a premiação, o longa de Cristian Mungiu provavelmente custaria a chegar ao circuito brasileiro - especialmente pelo seu tema polêmico e sua estética pouco convencional. "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" faz parte do chamado renascimento que o cinema romeno começou a vivenciar nos últimos anos, que combina forma e conteúdo explorando os horrores da experiência comunista. Alguns exemplos são filmes como "A Morte do Senhor Lazarescu" (2005), "12:08 - A Leste de Bucareste" (2006) e "California Dreamin"', premiado na mostra Un Certain Regard, em Cannes, em 2007. "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" inaugura uma série de filmes que o diretor batizou com o título irônico de "Contos de Uma Era Dourada", referindo-se ao período comunista do país.



No filme, faz-se uma ligação entre a vida de seus personagens e os últimos dias do comunismo na Romênia - ou seja, usa o plano pessoal para falar de um momento histórico. Quem passa por uma verdadeira via crúcis é a personagem Otília (Anamaria Marinca). Jovem moradora de uma república, aos 20 e bem poucos anos, mas com uma certa experiência de mundo, ela terá de enfrentar horrores para salvar a pele de uma amiga, Gabita (Laura Vasiliu), que é ingênua e tem uma tendência a fazer tudo errado. Gabita está grávida e pretende fazer um aborto. A prática é proibida no país desde os anos de 1960, quando o governo queria aumentar o índice de natalidade. Nada na Romênia comunista é fácil - desde comprar um sabonete até encontrar alguém que possa fazer um aborto com segurança. Porém, as garotas vão em frente com seu plano, conseguem dinheiro, um profissional para fazer um trabalho e um quarto de hotel. Só quando as moças estão com Bebe (Vlad Ivanov), o aborteiro, Mungiu revela que o inferno das duas moças está apenas começando.



O cineasta reserva a "4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias" apenas o essencial, seja na sua composição da narrativa ou no plano visual. A câmera acompanha Otília em sua trajetória, e junto com ela o público assiste a suas experiências - praticamente nenhuma agradável. Às vezes, ela parece cumprir sua missão em estado de choque, quase catatônica, mal esboçando qualquer reação. Como os demais diretores desta renovação do cinema romeno, Mungiu cresceu em meio ao regime de Ceausescu e era adolescente quando o ditador foi executado, em 1989. O cinema produzido por esta geração é o primeiro a poder retratar o comunismo sem ser obrigado a se valer de alegorias. É um cinema baseado num humanismo - o que muito os aproxima dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne ("A Criança") - e que fala do passado, sem se esquecer do presente. Um filme obrigatório!


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

99 MULHERES (99 Women / Les Brulantes) 1969



99 MULHERES (99 Women / Les Brulantes) – Alemanha, Espanha, Itália, Inglaterra, 1969 – Direção de Jess Franco – Elenco: Maria Schell, Mercedes McCambridge, Luciana Paluzzi, Elisa Montés, Maria Rohm, Rosalba Néri, Herbert Lom -

Neste chocante épico, o legendário e excomungado diretor Jess Franco (Jesus Franco), coloca belas mulheres na jaula, e então, elas enlouquecem. Nosso mestre do gênero, reuniu um elenco estelar único em sua vida, com as mais lindas atrizes internacionais da época, incluindo Maria Schell, Luciana Paluzzi, Rosalba Néri, Elisa Montés e Maria Rohm. A ganhadora de um Oscar, Mercedes McCambridge (do inesquecível JOHNNY GUITAR) e Herbert Lom (do poderoso épico A QUEM OS DEUSES DESEJAM DESTRUIR) co-estrelando como um diretor de uma ilha-prisão, onde jovens mulheres são abusadas sexualmente, rendendo-se aos desejos depravados do chefe do presídio. Atrás das grades... sem limites... experimente as desenfreadas paixões de 99 MULHERES.

Lançado em DVD, numa edição limitadíssima. Essa cópia foi descoberta há pouco tempo na França, e nos brinda pela primeira vez numa versão integral sem cortes. Todas as cenas de sexo explícito são mostradas na íntegra. Para quem assistiu no cinema, teve o prejuízo de ver uma cópia toda mutilada, pois a censura da época (auge da Ditadura Militar) cortou todo o filme, que a trama ficou muito prejudicada. Lançado originalmente em janeiro de 1970, nos Cines Marrocos (Rua Conselheiro Crispiniano, do lado do Teatro Municipal), Orly e Marachá (ambos na Rua Augusta e hoje extintos). Uma obra notável, que merece ser redescoberta!



domingo, 14 de agosto de 2011

A ÁRVORE DA VIDA (The Tree of Life) 2011



A ÁRVORE DA VIDA (The Tree of Life) EUA, 2011 – Direção Terrence Malick – elenco: Brad Pitt, Sean Penn, Hunter McCracken, Jessica Chastain, Laramie Eppler, Tye Sheridan – 139 minutos.

O quinto longa-metragem de Terrence Malick (o cineasta do belíssimo ALÉM DA LINHA VERMELHA), toma como ponto de partida a busca de respostas a uma questão: qual é o significado da existência humana? Uma única pergunta resulta num filme que provoca as mais sérias inquietações sobre o "simples" fato de estarmos vivos. Neste grande filme não faltam imagens impactantes. O fluxo cíclico da vida, os fins e os recomeços, as pequenas mortes de insignificâncias diárias estão todas lá, na câmera. Mestre, o cineasta coloca nela, a câmera, a volúpia de seu principal questionamento.

Em sua interrogação cósmica sobre a origem do universo e o sentido da vida humana, A ÁRVORE DA VIDA, vencedor da Palma de Ouro em Cannes em 2011, nunca esconde suas altas ambições. Não há nada de se estranhar, recordando-se que o diretor Terrence Malick é formado em Filosofia pela Harvard e lecionou essa matéria no não menos prestigiado MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachussets.



É um tipo de pensamento filosófico, portanto, que guia este roteiro, assinado como sempre por Malick, que situa em seu centro o personagem Jack (interpretado na maturidade por Sean Penn e na adolescência pelo excelente Hunter McCracken). A narrativa, em boa parte, é uma viagem às memórias de Jack, que visitam particularmente a infância passada em Waco, Texas. Nessa infância, os protagonistas são a mãe (Jessica Chastain), o pai (Brad Pitt) e os irmãos menores, um dos quais morreu adolescente.

Essa morte do irmão assombra Jack e é um dos motores a levá-lo a uma indagação maior sobre o sentido do mundo e a existência de Deus, pois é certamente num mundo impregnado de cristianismo que ele cresceu. Mas, dentro de seu coração, lutam os dois caminhos que o filme aponta desde o começo como as margens do curso da vida: o caminho da graça (encarnado pela mãe) e o da natureza (simbolizado pelo pai).




Este microcosmo representado por esta família, que é um protótipo da América dos anos 50, mas não só - pode ser vista como um modelo de família de qualquer parte do mundo ocidental - é inserido no macrocosmo do mundo natural. Assim, as imagens de A ÁRVORE DA VIDA levam não só Jack como todos os espectadores a visualizarem uma viagem no tempo, à origem da vida no planeta, com direito à passagem dos dinossauros (que são os melhores e mais vívidos que o cinema já mostrou, superando com muitas vantagens os de "O Parque dos Dinossauros" de Steven Spielberg).

É um filme belíssimo, intenso e raro, pelo arco que se dispõe a atravessar, pelas camadas de sentido que suas imagens quase hipnóticas conseguem desdobrar a cada visão - ao mesmo tempo que cria personagens de uma densidade impressionante, capaz de torná-los simbólicos e transcendentes, universais ao menos no hemisfério ocidental. ATENÇÃO: NÃO É UM FILME RELIGIOSO!! É apenas a nova obra-prima de um talentoso cineasta que prima pela competência e pela extraordinária arte de realizar um cinema de primeira grandeza. UM DOS MAIS BELOS FILMES DO ANO!! ABSOLUTAMENTE OBRIGATÓRIO!!


sábado, 13 de agosto de 2011

O ESPADACHIM DE UM BRAÇO (Dubei Dao) 1967



O ESPADACHIM DE UM BRAÇO (Dubei Dao / One-Armed Swordsman) Hong Kong, 1967 – Direção Cheh Chang – Elenco: Wang Yu, Chiao Chiao, Chung-Hsin Huang, Pan Yin Tze, Pei-Shan Chang, Hsiung Chao, Chuan Chen, Lei Cheng – 111 minutos.

Este clássico asiático de espada conta a história de Fang Gang (interpretado por Wang Yu, uma das grandes estrelas lançadas por Chang Cheh). Seu pai morreu para salvar o mestre, que então adotou o pequeno Fang para criar e treinar. Já mais velho, ele sofria as provocações dos discípulos-irmãos por ser filho de um servente; estes acabam desafiando-o num acerto de contas que termina em tragédia. Pei-er, a filha do mestre, num gesto de raiva insensata, corta o braço direito de Fang. Delirante em sua dor, ele se afasta pela floresta, até uma ponte sobre um riacho; cambaleante, desmaia e cai num barco que ali passava naquele exato instante. Xiaoman, a moça que remava, leva Fang para casa e se passa a cuidar dele. Logo cresce entre os dois um profundo afeto e a decisão de morarem juntos e ajudarem um ao outro. A mágoa de Fang pela perda do braço e conseqüentemente de sua vida como espadachim é duramente rebatida por Xiaoman, que também perdeu o pai em sacrifício pelo mestre. Com a mãe, ela aprendeu que as artes marciais se interpõem entre o homem e sua vida, que não devem ser louvadas porque sempre acarretam morte, em geral pela obrigação de honrar preceitos e responder a juras de lealdade.



Espadachins são conhecidos por sua habilidade em manejar a espada; cortar o braço de um deles, portanto, seria selar sua morte, garantir a sua eterna aposentadoria da vida de guerreiro e do mundo das artes marciais, perdendo tudo de valor. Mas heróis existem como exceções. Logo, O ESPADACHIM DE UM BRAÇO, herói chinês retomado por Chang Cheh em alguns de seus filmes, é aquele que encontra caminhos paralelos, aquele cuja maestria supera o ordinário de uma forma incomum. Seu espírito de resistência vai além das constrições de sua situação física; ele aprende a controlar o braço esquerdo com precisão extrema, a ponto de empunhar uma espada melhor que seus adversários de dois braços. Desconfiado das artes marciais, ele procura uma vida serena, apenas perturbada quando as circunstâncias acordam seu senso de dever de usar suas habilidades adquiridas para o bem. Um grande filme, que marcou toda uma geração, fez um enorme sucesso na época do seu lançamento e é considerado o precursor dos filmes de kung fu.

Assumidamente romântico, apresentando questões relativas à relação mestre-discípulo e à moral que rege as artes marciais, opondo-a a seu eixo central, que é a relação entre o herói e sua futura mulher. Ele é todo rodado em estúdio e as batalhas envolvem apenas espadas. Um grande filme, que marcou toda uma geração, fez um enorme sucesso na época do seu lançamento e é considerado o precursor dos filmes de kung fu. Merece ser descoberto!!


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DESEJO E PERIGO (Se, Jie / Lust, Caution) 2007



DESEJO E PERIGO (Se, Jie / Lust, Caution) EUA, China, Taiwan e Hong Kong, 2007 – Direção de Ang Lee - Elenco: Tony Leung Chiu Wai, Wei Tang, Joan Chen, Lee-Hom Wang, Chung Hua Tou, Chih-ying Chu

Ang Lee, definitivamente, percebeu que filmar histórias de amor complicadas é uma das coisas que melhor sabe fazer e, aparentemente, abandonou projetos duvidosos como HULK (2003). Sorte a do espectador, que espera sempre obras de qualidade do diretor. Depois de O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN (2005), o cineasta chinês filma DESEJO E PERIGO, drama com temática parecida. O filme é ambientado na China do período da Segunda Guerra Mundial, entre as décadas de 1930 e 1940.

Numa trama que envolve o tenso cenário político da época no país, quando os chineses sofriam com o racionamento de mantimentos e a invasão japonesa, Chia Chi Wong (a estreante Wei Tang) começa a se envolver com um grupo de teatro em Hong Kong. Lá, ela conhece Min Kuang Yu (Wang Lee-Hom) e, graças a ele, passa a se envolver em causas revolucionárias. Graças aos seus talentos dramáticos, a protagonista é escalada para uma missão: ela deve se infiltrar no lar dos Yee para desmascarar o sr. Yee (Tony Leung), colaborador e espião da causa japonesa.

A protagonista de DESEJO E PERIGO envolve-se com a causa totalmente inocente e, ao lado de seus companheiros, percebe que fazer uma revolução é muito mais complicado e doloroso do que se imagina, deixando esse sentimento amargo na vida dos protagonistas. Ao mesmo tempo, eles também descobrem que a hipocrisia pode se instaurar no coração dos revolucionários. Esse filme forte e envolvente é permeado pelo pessimismo político e a falta de esperanças nos relacionamentos humanos e, no fundo, é essa a área que mais interessa a Ang Lee. Por meio da relação entre Wong Chia Chi e o Sr. Yee, o diretor desenvolve esse tipo de relação violenta, apaixonada e proibida que também mostra em O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN.

Em DESEJO E PERIGO, o cineasta volta às raízes chinesas após O TIGRE E O DRAGÃO (2000), aproximando-se dos dramas dirigidos por Wong Kar Wai, especialmente na temática relacionada a amores desencontrados, perdidos e sem esperanças, e na escolha de Tony Leung (o ator protagoniza seis filmes de Kar Wai). A fotografia de Rodrigo Prieto, que repete sua parceria com o diretor chinês após O SEGREDO DE BROKEBACK MOUNTAIN, é belíssima e a direção de Ang Lee é contida e intimista, dando maior valor ao relacionamento entre os personagens principais e também sublinhando os climas de tensão envolvendo a missão do grupo revolucionário. Também merecem destaque a trilha sonora e a direção de arte, que recria com competência tanto a elegância quanto a miséria necessárias do mundo no qual os personagens transitam.

DESEJO E PERIGO ganhou o Leão de Ouro de Melhor Filme no Festival de Veneza de 2007, além do prêmio para Melhor Fotografia, mas estreou no Brasil com muito atraso, quase dois anos depois, em 15 de maio de 2009. Uma detalhe importante, que merece ser comentado: as fortes cenas de sexo do filme foram filmadas em 11 dias. No set, somente os atores, o diretor e o responsável pelo som. Por isso, elas se apresentam tão intimistas e naturais.



segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A VIAGEM DE CHIHIRO (Sen To Chihiro No Kamikakushi) 2001



A VIAGEM DE CHIHIRO (Sen to Chihiro No Kamikakushi) Japão, 2001 – Direção de Hayao Miyazaki –

É um dos mais deslumbrantes filmes de animação da década. É um marco na história da animação japonesa. O Japão consegue misturar o real com o surreal num espetáculo de raro valor. É um soberbo “anime existencialista” que conseguiu desbancar grandes produções hollywoodianas e outras de estilo pipoca-e-refrigerante. As cenas em que Chihiro corre entre flores, ou navega no mar que se formou à volta da casa de banhos, são de uma beleza singular. Há criaturas, no mínimo, perturbadoras e que provocam medo. Basta citar o homem cheio de braços que maneja as caldeiras, e o Deus Fedido, que carrega em seu corpo todos os detritos de um rio poluído. Há um grande paralelo entre o velho aconchegante e o novo assustador no qual a fábula se apóia.

É um dos mais belos “anime” do cinema; leve, fácil de se ver e consegue agradar toda a família. Narra a saga de uma menina frágil e comum, na faixa de 10 anos, chamada Chihiro, que se vê num lugar aparentemente hostil, e que vai descobrindo os pontos fortes de seu caráter à medida que enfrenta os obstáculos. É um mergulho assustador num mundo mágico repleto de estranhos personagens.

Considerado mais adequado para os adultos, ele encanta também muito as crianças. Ganhou o Oscar de Melhor Filme de Animação e o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Tudo foi criado por meio de animação convencional e com muita imaginação. Isso é muito fascinante no filme. O diretor, apelidado de “a excelência da animação”, do Japão, e o cineasta oriental mais importante da atualidade, disse que o filme passa medo em certos momentos, mas é porque a vida é assim. A VIAGEM DE CHIHIRO ultrapassa qualquer idade ou barreira de filosofia. É um belíssimo conto de fadas, bastante moderno, tocante, sensível e atemporal. Uma experiência cinematográfica literalmente inesquecível. Um filme que vai mudar para sempre a sua concepção de desenho animado.


domingo, 7 de agosto de 2011

ASSALTO AO BANCO CENTRAL - 2011



ASSALTO AO BANCO CENTRAL – Brasil, 2011 – Direção Marcos Paulo – Elenco: Milhem Cortaz, Eriberto Leão, Hermila Guedes, Heitor Martinez, Giulia Gam, Lima Duarte, Vinicius de Oliveira, Gero Camilo, Tonico Pereira, Cadu Fávero, Fábio Lago, Juliano Cazarré, Creo Kellab, Cassio Gabus Mendes, Milton Gonçalves, Antonio Abujamra, Antonia Fontenelle, Marcelo Gonçalves, Jorge Medina – 104 minutos.

A história, por si só, já era cinematográfica, necessitando apenas de alguns ajustes ao criar uma narrativa, pois, até hoje, alguns detalhes são desconhecidos. Um túnel foi cavado de uma casa até o cofre do Banco Central de Fortaleza, de onde foram levados quase 165 milhões de reais. O filme se propõe a contar quem são os ladrões, como roubaram e o que fizeram com o dinheiro. Baseado em fatos reais, a história aconteceu em 2005.

Um grupo heterogêneo é formado por Barão (Milhem Cortaz, sempre grande ator), Mineiro (Eriberto Leão, perfeito no papel), Carla (Hermila Guedes), Doutor, o comunista (Tonico Pereira) e Tatu (Gero Camilo), entre outros. Barão planeja e comanda a ação. Ele é um líder que pouco põe a mão na massa, deixando a escavação para os outros.

Os bandidos esbanjam glamour - numa das cenas, Carla seduz Mineiro com um figurino saído direto de "O Beijo da Mulher-Aranha". A polícia é esforçada, em mais de um sentido. Lima Duarte faz um delegado da Polícia Federal. O personagem é tão solitário que, para compensar, tem uma foto dele próprio na sua mesa. Mas o detalhe mais intrigante é a foto de Freud na parede de seu escritório. Giulia Gam é sua parceira - jovem e corajosa, ela é o novo em vias de substituir o que há de velho na PF.

“Assalto ao Banco Central” foi muito criticado pela crítica de forma geral, mas o filme merece ser visto, é um bom entretenimento; os atores estão muito bem; a história está bem contada; há momentos cômicos sobre a situação do nosso Brasil, o espectador se identifica e vai às gargalhadas; e o filme prende bastante a plateia. Não concordo com tantas críticas ruins em cima do diretor. Vale a pena conferir!!

sábado, 6 de agosto de 2011

SEM LIMITES (Limitless) 2011



SEM LIMITES (Limitless) EUA, 2011 – Direção Neil Burger – elenco: Bradley Cooper, Robert De Niro, Abbie Cornish, Andrew Howard, Anna Friel, Johnny Whitworth – 105 minutos.

Dizem os cientistas que o ser humano só usa de 10 a 20% da capacidade de seu cérebro. No filme SEM LIMITES, o escritor frustrado Eddie (o carismático Bradley Cooper, de SE BEBER, NÃO CASE!), que passa por uma gigantesca crise pessoal, arruma um jeito de usar todos os 100%. E dá uma guinada radical na sua vida. O problema, porém, é que esta “turbinada cerebral” depende de uma nova, poderosa e proibida droga que pode lhe trazer mais problemas que benefícios.

No começo, é tudo maravilhoso. Eddie, que andava por baixo, triste, largado pela namorada Lindy (Abbie Cornish), sem dinheiro, agora é rico e bem-sucedido. Não por conta do livro - aliás, esse assunto some do filme, sem maiores explicações. O fato é que, com a impressionante agilidade mental que ganha quando ingere a pílula mágica, o rapaz resolve tornar-se um megainvestidor e ganha rios de dinheiro. Tanto e tão rápido que chama a atenção de um milionário, Carl Van Loon (Robert De Niro), que logo quer contratá-lo como seu guru no instável mundo dos negócios. Tudo vai muito bem para Eddie, mas ele tem ainda aquele pequeno probleminha - o que fará quando acabar o seu estoque de NZT? Um agravante é que ele descobre que há outras pessoas na sua cola, possivelmente atrás de seu suprimento. Sem contar um mafioso russo (Andrew Howard), que ficou sabendo que isso existe. Tudo está ficando complicado demais, até porque o NZT não confere superpoderes, seus efeitos têm duração de algumas horas e há sintomas colaterais.

Misturando aventura e ficção científica, o roteiro de Leslie Dixon transforma o livro de Alan Glynn num entretenimento atrativo e eficiente. O filme tem agilidade, charme, prende a atenção e é impossível não morrer de inveja do protagonista quando ele se torna praticamente um super-homem com seu “novo” cérebro. É a realização do mito do sucesso imediato, sem esforço, absoluto, e sem prejudicar ninguém. Apesar de algumas pequenas falhas, SEM LIMITES possui uma força de entretenimento competente. O tema é dos mais interessantes e o final deixa em aberto uma continuação. Com muita ação, muito suspense e uma história de tirar o fôlego, merece ser conferido!!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

AJAMI (Ajami) 2009



AJAMI (Ajami) Alemanha, Israel, 2009 – Direção de Scandar Copti e Yaron Shani – Elenco: Fouad Habash, Nisrine Rihan, Elias Saba, Youssef Sahwani, Abu George Shibli, Ibrahim Frege, Scandar Copti, Shahir Kabaha, Hilal Kabob, Ranin Karim, Eran Naim, Sigal Harel, Tamar Yerushalmi, Moshe Yerushalmi, Ghassan Ashkar – 120 minutos.

É um filme fortíssimo sobre crime, pobreza e drogas na comunidade árabe-judaica do título, e já foi chamado de “o Cidade de Deus do Oriente Médio”. Com o lobby israelense muito forte na Academia, tinha grandes chances de ganhar o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, mas A FITA BRANCA (Alemanha, Austria), O PROFETA (França) e O SEGREDO DOS SEUS OLHOS (Argentina) eram candidatos muito fortes.

Nasri é um garoto de 13 anos de idade que enfrenta a passagem para a vida adulta de forma dramática quando seu tio fere imprudentemente um importante membro de um clã, deixando assim sua família exposta à vingança. Omar, irmão mais velho de Nasri, está decidido a salvar a todos. Ele aceita cometer um crime por dinheiro, mas vive o dilema de estar apaixonado por Hadir, justamente a filha do chefe. Malek é um adolescente palestino de um campo de refugiados que entra ilegalmente em Israel em busca de trabalho para poder pagar a cirurgia de sua mãe. É quando ele conhece Binj e Omar. Binj é de uma família palestina em Jaffa, mas seu sonho com o futuro ao lado da namorada judia pode estar comprometido quando seu irmão é acusado de assassinar um jovem judeu. Dando é detetive na polícia israelense e se esforça para proteger seu país do "inimigo árabe". Pai de um bebê, ele tem sua vida transformada quando o irmão soldado desaparece. Num cenário no qual inimigos são todos vizinhos, as vidas desses personagens se entrecruzam em Ajami, um bairro israelense aonde judeus, muçulmanos e cristãos convivem lado a lado, ainda que as diferenças culturais sejam explícitas. UM GRANDE FILME!!!