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sábado, 30 de setembro de 2017

EL ALAMEIN – A LINHA DE FOGO (El Alamein – La Linea Del Fuoco) Itália, 2002 – Direção Enzo Monteleone – elenco: Paolo Briguglia, Pierfrancesco Favino, Luciano Scarpa, Emilio Solfrizzi, Thomas Trabacchi, Sergio Albelli, Piero Maggiò, Antonio Petrocelli, Giuseppe Cederna, Roberto Citran, Silvio Orlando, Matteo Albano, Lorenzo Balducci – 117 minutos

O FILME É UM BOM COMEÇO PARA SE TENTAR MUDAR UMA INJUSTIÇA HISTÓRICA DE GRANDE MAGNITUDE


Este belo filme foi lançado no aniversário de 60 anos da batalha, e foi realizado com pequeno orçamento e recursos governamentais. A produção é um excelente exemplo de que se pode fazer muito com pouco. A Batalha de El Alamein, no deserto africano, teve participação primordial dos italianos, bem mais numerosos que seus aliados alemães. E o desfecho dessa batalha só não foi mais desastroso por causa da feroz resistência italiana. Infelizmente, pela propaganda de interesses escusos e o desprezo dos nazistas, essa verdade ficou escondida dos livros de história e das telas de cinema por seis décadas. Agora essa produção é o primeiro filme italiano a mostrar seus soldados como realmente eram como viam e lutaram naquele horrível cenário.


O filme é visto pela perspectiva do Soldado Serra (Paolo Briguglia), um voluntário universitário de Palermo, que se alista para a África e é designado para a 17ª Divisão de Infantaria “Pavia”, parte do X Corpo d’Armata (Corpo de Exército), que estava posicionado no extremo sul da linha de frente, próximo à depressão de El-Qattara. Serra chega e se apresenta ao oficial em comando, o Tenente Fiore (Emilio Solfrizzi), que o envia para o pelotão do Sargento Rizzo (Pierfrancesco Favino). A chegada de Serra é um retrato das péssimas condições de logística e suprimento do Exército Italiano na frente: Fiore pede por dez novos recrutas, mas somente um é enviado. 

O filme apresenta um eficiente uso de efeitos visuais, tanto nas cenas de batalha quanto na retratação da imensa coluna de soldados retirada. A computação gráfica é sutil, e essa qualidade gratifica o espectador com um ambiente agradável e crível. Mesmo com o baixo orçamento, os combates se saem bem em tela. A barragem de artilharia inglesa antes do avanço dos tanques confere com a realidade histórica. Mesmo os veículos blindados nada aparentam de falsos, como no caso dos velhos filmes com “Shermans alemães”. Aliás, o realismo do equipamento usado em cena é um dos pontos altos de EL ALAMEIN. Os uniformes têm as patentes e camuflagens corretas, e as armas, caminhões, carros também estão muito bem caracterizados. Destaques para a Moto Guzzi usada pelos Bersaglieri e o carro de comando Fiat 508C, belíssimo. A conclusão do filme é bastante tocante e sensível, mas sem apelar para o sensacionalismo barato. Não há nada forçado para levar o espectador a se identificar com a dor dos personagens, o sentimento simplesmente surge ao decorrer da narrativa. EL ALAMEIN é um bom começo para tentar-se mudar uma injustiça histórica de grande magnitude. O filme foi muito bem recebido pela crítica e nas bilheterias na Itália, e ganhou três prêmios David di Donatello, considerado o “Oscar italiano”.


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