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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

23º Lugar - A MALVADA (All About Eve) EUA, 1950



OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

23º Lugar - A MALVADA (All About Eve) EUA, 1950 – Direção Joseph L. Mankiewicz – Elenco: Bette Davis, Anne Baxter, George Sanders, Celeste Holm, Gary Merrill, Hugh Marlowe, Marilyn Monroe, Thelma Ritter, Gregory Ratoff, Barbara Bates – 138 minutos.

Pouco antes do encerramento da sua participação em DEPOIS DA TORMENTA (1949), Bette Davis disse sim a Darryl F. Zanuck quando este lhe ofereceu o papel de uma atriz de teatro já na meia idade que vê seus anos de estrelato cada vez mais distantes. O nome do personagem: Margo Channing. O filme: A MALVADA, que dispensa qualquer comentário. É um dos maiores filmes da história do cinema! Bette Davis sabia que não fora a primeira opção do chefão da Fox. Acima dela, estava o nome de Claudette Colbert. No entanto, um sério acidente nas costas a impedia de aceitar a proposta. Bette leu o roteiro, e concluiu que era o melhor que já lera na vida e, sem pensar duas vezes, aceitou. Ao longo da produção, Bette Davis desenvolveu uma profunda amizade com sua parceira de tela, Anne Baxter, além de um romance com Garry Merrill, um dos astros do filme. Eles se casariam pouco tempo depois. Por mais rico que fosse o personagem de Margo Channing (e era), a verdadeira protagonista da história era Eve, interpretada por Anne Baxter. O filme é todo contado a partir de um longo flash-back, em que o passado da personagem é revelado pelos depoimentos de pessoas com quem ela se envolveu. Apesar disso, era a imagem de Margo Channing que o público levava consigo após as sessões. Não porque Anne Baxter estivesse mal. Pelo contrário. É que Bette Davis agarrara o papel como se fosse o último de sua vida (e, de certa forma, era mesmo). E quando Bette entrava em campo com esse espírito, não tinha pra ninguém.



Visto hoje, sessenta e um anos depois, não seria exagero dizer que sua interpretação está entre as melhores do cinema norte-americano do século XX. Irônica, emotiva, cética, manhosa e tudo o mais que se pode imaginar. Quem vê A MALVADA, nunca mais esquece de Bette Davis, já querendo briga, dizendo a célebre frase: “Apertem seus cintos, esta será uma noite turbulenta”. Bette Davis ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes (feito que poucos se lembram) e foi indicada pela oitava vez ao Oscar. A grande curiosidade do filme é que Bette Davis não era a malvada, mas sim a mocinha. A grande malvada fica por conta de Anne Baxter, também num desempenho notável. A MALVADA é um filme altamente metalinguístico, uma obra do cinema sobre o próprio mundo do espetáculo. Propondo um olhar sarcástico sobre o que compõe a mítica da sétima arte e a aura das estrelas, a ironia já está presente no primeiro plano da projeção: um enquadramento fechado, contendo a imagem de um troféu de premiação somente. Entra narração em off, com o personagem que é crítico de teatro, contando para nós, espectadores, quem é quem entre os figurões do showbizz, enquanto a câmera passeia livremente pelo salão da premiação. Uma fina ironia, de muita audácia e perspicácia, que percorre o filme do início ao fim, e que faz de A MALVADA um memorável clássico do cinema e um dos maiores e melhores filmes de todos os tempos.



Escrito e dirigido por Joseph Mankiewicz, A MALVADA é um deleite tanto como cinema, mas também por sua grande teatralidade. Simplesmente todos os diálogos são pérolas, impagáveis, de tão bem construídos e bem articulados. O roteiro é engenhoso, começa no final da trama, e por meio de um flashback, proporciona uma dinâmica a saga de Eve que jamais se obteria com uma narrativa linear. O cinema de Mankiewicz é muito marcado pela teatralidade, sempre escalando grandes atores, em filmes ambientados predominantemente em ambientes internos (cenários de estúdio) e com o conflito todo baseado no diálogo. Tal como seu irmão Herman Mankiewicz ao elaborar o roteiro de CIDADãO KANE (1941), Joseph trabalha aqui com a pluralidade de visões com que uma história pode ser contada – temos aqui a mesma trama sendo narrada pelos olhos de Addison DeWitt (George Sanders), o crítico de teatro, assim como por Karen Richards (Celeste Holm), a esposa do roteirista. E também por optar pela não-linearidade dos fatos para apresentar uma narrativa. Desde o momento em que vislumbra seu ídolo pela porta do teatro, Eve Harrington (Anne Baxter numa interpretação extraordinária) dirige-se impiedosamente rumo a seu objetivo: arrebatar as rédeas do poder da grande atriz Margo Channing (Bette Davis, deslumbrante e poderosa). A astuta Eve faz suas tramóias para conseguir o papel de Margo na Broadway, torna-se um sucesso e tumultua as vidas do namorado de Margo (Gary Merrill), do escritor de suas peças (Hugh Marlowe) e de sua esposa (Celeste Holm). Apenas o cínico crítico de teatro (George Sanders, vencedor do Oscar) consegue perceber as intenções de Eve, admirando sua audácia e o padrão perfeito de dissimulação. Thelma Ritter e Marilyn Monroe coestrelam este celebrado clássico, que ganhou Oscar, incluindo Melhor Filme do Ano (merecidamente) e recebeu o maior número de indicações ao Oscar 1951 da história do cinema: 14 indicações, feito só comparável anos depois com TITANIC (1997). A MALVADA é um dos maiores filmes da história do cinema! Um dos mais inteligentes de todos os tempos! Um triunfo!!!!

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