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domingo, 27 de novembro de 2011

17º Lugar - ROMEU E JULIETA (Romeo & Juliet) Itália/Inglaterra, 1968



OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

17º Lugar - ROMEU E JULIETA (Romeo & Juliet / Romeo e Giulietta) – Itália/Inglaterra, 1968 – Direção Franco Zeffirelli – elenco: Leonard Whiting, Olivia Hussey, Michael York, John McEnery, Pat Heywood, Milo O’Shea, Bruce Robinson, Natasha Parry, Robert Stephens, Paul Hardwick, Antonio Pierfederici, Esmeralda Ruspoli, Roberto Bisacco, Roy Holder, Keith Skinner, Laurence Olivier (o narrador) – 138 minutos.

Este filme é um primor de beleza, poesia e encantamento. Realizado em 1968, foi um sucesso popular mundial que marcou toda uma geração. Só aqui em São Paulo ficou mais de 10 (dez) meses em cartaz, sendo um dos grandes campeões de bilheterias de sua época. Originalmente foi lançado no auge do movimento "paz e amor", em 11 de agosto de 1969, no extinto Cine Belas Artes. Foi um acontecimento tão grande que mexeu muito com o sentimento das pessoas. Os jovens criaram uma identificação imediata, influenciando na moda e no comportamento. É uma história de amor incomum. Uma história de amor que vence todas as barreiras, todos os ódios. A magnífica linguagem utilizada por William Shakespeare foi transposta ao cinema de forma impecável, com a direção competente do genial Franco Zeffirelli. Esta versão é a mais perfeita já realizada, entre outras qualidades porque apresenta os jovens amantes de Verona na sua concepção maior, como jovens adolescentes, exatamente como a peça teatral shakesperiana descreve. Leonard Whiting, que faz o Romeu, tinha então 17 anos e Olívia Hussey, a Julieta, tinha 15, tornando-se assim um dos pares românticos mais bonitos do cinema. Indiscutivelmente, foram o Romeu e Julieta mais perfeito do cinema. A música tema "A Time for Us", uma balada melancólica e sensível cantada no filme por um jovem músico quando Romeu vê Julieta pela primeira vez, foi um sucesso estrondoso, sendo gravada também em português. É uma canção que toca até mesmo o coração dos menos apaixonados. Outro grande trunfo do filme é o elenco, todos muito bem. Além do par central já citado, há também a grande interpretação de Michael York, que faz Tebaldo, o inimigo número um de Romeu. A cena do duelo entre os dois, em praça pública, é antológica. Cabe lembrar, ainda, John McEnery (excepcional como Mercutio); Pat Heywood (a velha ama); Milo O'Shea (Frei Lourenço); Bruce Robinson (Benvolio, o amigo de Romeu); Natasha Parry (a Sra. Capuletto); Robert Stephens, que faz o Príncipe, faleceu em 1995. E é ele quem encerra o filme com um texto que ficou imortal: “Uma paz lúgubre traz esta alvorada. O sol não mostrará sua face, por causa do duelo. Saiamos daqui para falar mais extensamente sobre estes lamentáveis sucessos. Alguns obterão perdão e outros castigo, pois nunca houve história mais dolorosa do que esta de Julieta e seu Romeu”, sem deixar de citar um dos maiores monstros sagrados dos cinemas inglês e norte-americano, o brilhante Laurence Olivier, que faz o narrador da história. O filme recebeu 4 indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Figurino e Melhor Fotografia, ganhando nessas duas últimas categorias. Apesar de receber muitos elogios de vários segmentos das sociedades brasileira e internacional, considerado até como 100% EXCELENTE, sempre têm os críticos de plantão, que chegaram a dizer que o filme "vulgarizava e simplificava a obra poética de Shakespeare". Mas não é verdade, o filme é belo na sua mais completa concepção, evocando com grandeza e sensibilidade estonteante o texto inglês. Indiscutivelmente, é uma das mais extraordinárias histórias de amor, em todos os tempos.



Essa obra-prima vai além das versões de 1936 (de George Cukor), e de 1954 (de Richard Castellani), com um despojamento, uma reinterpretação do que pode ter sido a juventude renascentista na Itália. O filme foi considerado ousado para a época, pois mostra o Romeu levantando da cama nu (de costas), quando ele dorme junto com a sua amada Julieta, após terem sido casados pelo Frei Lourenço, e, após ter sido condenado ao banimento em Mântua. O filme é uma obra alegre e inesquecível, recheada de cenas antológicas. O baile, o colóquio no jardim, o casamento, o sonífero na cripta, o discurso dos equívocos, as mortes, e, nestas cenas, as falas originais. É um poema de juventude, beleza, violência e romantismo. O par central foi eleito o mais bonito do cinema, quando do lançamento do filme. O diretor coloca a família Montecchio mais cultivada, artisticamente, e amante da paz à diferença dos novos-ricos Capuletos, brigões, grosseiros, incultos. Para reproduzir melhor a época, o filme foi rodado em ambientes afinados com a Verona de meio milênio atrás, na Toscana e nos arrabaldes de Roma. A igreja do Padre Lourenço era, na verdade, no filme de Zeffirelli, a igreja de São Pedro, monumento nacional da velha cidade de Toscana, no âmago da região etrusca a noroeste de Roma, cuja construção começou no Século III depois de Cristo e terminou no Século XII. Outros locais em que o filme foi rodado: o Palácio Piccolomini, em Pienza, construído pelo Papa Pio II, de 1459 a 1462, quase intacto exceto por danos superficiais durante a Segunda Guerra Mundial: ali ocorrem os duelos entre os Capuletos e os Montecchios. Também Gubbio, uma das mais bem preservadas cidades italianas, situada na Úmbria, que serviu de palco para o filme. A cena do balcão (ou serenata de Romeu a Julieta) foi tomada em Artena, vilarejo medieval a 60 quilômetros de Nápoles, precisamente no Palácio Borghese, construído pelo Cardeal Scipione Borghese no Século XVI. Mas a praça principal da velha Verona e o salão no qual foi encenado o baile onde Romeu vê Julieta pela primeira vez, bem como a cripta onde o apaixonado se despede da sua amada – tudo foi reconstruído pelo arquiteto e cenógrafo Renzo Mongiardino. O fato é que estes cuidados de produção, e a fotografia despojada, clara, de dias e noites nítidos, conforme a atmosfera exigida pelo roteiro de Zeffirelli e Franco Brusati e operada por Pasquale de Santis, registraram a beleza e o clima da tragédia que a música de Nino Rota sublinhou. Grande produção da Paramount, realista, despojada, marcante e apaixonante! Um filme extraordinário, primoroso, encantador e arrebatador! Com certeza tem que estar na lista dos 100 melhores de todos os tempos!!



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