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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

19º Lugar - ERA UMA VEZ... NO OESTE (C'Era Una Volta Il West / Once Upon A Time In West) Itália/EUA, 1968



OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

19º Lugar - ERA UMA VEZ... NO OESTE (C’Era Una Volta Il West / Once Upon a Time in The West)) Itália/EUA, 1968 – Direção Sérgio Leone - elenco: Claudia Cardinale, Charles Bronson, Henry Fonda, Jason Robards, Gabriele Ferzetti, Frank Wolff, Paolo Stoppa, Jack Elam, Woody Strode, Lionel Stander, Keenan Wynn – 166 minutos.

“O ritmo do filme pretendeu criar a sensação dos últimos suspiros que uma pessoa exala antes de morrer. ERA UMA VEZ... NO OESTE é, do começo ao fim, uma verdadeira valsa da morte. Todos os personagens do filme, exceto Claudia Cardinalle, têm consciência de que não chegarão vivos ao final” (Sérgio Leone)

Logo após finalizar sua Trilogia dos Dólares, formada por POR UM PUNHADO DE DÓLARES (1964), POR UNS DÓLARES A MAIS (1965) e TRÊS HOMENS EM CONFLITO (1966), Sérgio Leone resgatara todo o respeito e a certeza de que os faroestes poderiam ser bons filmes, não apenas entretenimento barato. Agora almejava novos horizontes. Em sua mente já se desenhava um dos maiores clássicos policiais de todos os tempos, mas a Paramount só bancaria seu sonhado ERA UMA VEZ... NA AMÉRICA caso ele fizesse apenas mais um western. Sérgio estava em um beco sem saída, uma vez que, na sua cabeça, já não havia mais histórias nesse gênero para serem contadas. Mas o diretor não se deixou levar pelo olhar ambicioso sobre os lucros que esse novo filme poderia gerar. Se devia ser feito, que fosse algo bom. Leone se juntou então com Sergio Donati, Bernardo Bertolucci e Dario Argento para escrever a história e o roteiro desse seu novo trabalho. Assim nasceu a obra-prima ERA UMA VEZ... NO OESTE.



Jill (Claudia Cardinale) é uma ex-prostituta de New Orleans que largou a vida na cidade grande para casar com Brent McBain (Frank Wolff), um sonhador dono de uma propriedade no meio do nada, viúvo e pai de três lindas crianças. Quando Jill chega à Fazenda “Água Doce”, encontra uma chacina realizada na sua nova família. A única pista de quem pode ter feito tal crueldade está em um pequeno pedaço de pano encontrado no local, que remete à cruel gangue de assassinos de Cheyenne. Como Leone queria algo novo para sua história, uma das soluções encontradas foi elevar a importância de Jill dentro do contexto geral, uma vez que o diretor não havia reservado papéis importantes para mulheres em seus filmes. A partir do momento que ele coloca Jill no centro de tudo o que acontece no filme, dá uma nova direção aos seus trabalhos também. Charles Bronson interpreta o mocinho da história, conhecido como “O Harmônica”, homem não identificado de jeitão calado e muita atitude. Não sabemos sua motivação até o final, mas sente-se um doce gosto de vingança em suas atitudes, principalmente quando seu caminho se cruza com o da nossa protagonista Jill. A escolha inicial de Leone para o papel seria Clint Eastwood, mas isso não aconteceu e foi até bom, porque o jeitão do “Harmônica” não combina com Eastwood. Em Charles Bronson o diretor encontrou a pessoa certa para combinar boa atuação com o perfil que o personagem exigia. Ele não é irônico, canastrão e nem brinca com a cara das pessoas. Ele é apenas um tremendo grosso que impõe a sua força quando necessário, calado e de atitude.



ERA UMA VEZ... NO OESTE é um filme muito mais plástico que os outros do diretor, um drama ambientado no Velho-Oeste, com uma história muito mais profunda, sem humor e com violência menos explícita que em seus outros filmes. Suas cenas de ação, como quando Charles Bronson é salvo no trem de Morton (Gabriele Ferzetti), geram empolgação e remetem ao seu bom e velho western. Outra significativa inclusão no filme é a chegada da prosperidade ao Oeste, representada pela linha do trem, e o crescimento ao Oeste que ela traria. A tecnologia como um novo elemento. A idéia de utilizar Clint Eastwood, Lee van Cleef e Eli Wallach, os três protagonistas de TRÊS HOMENS EM CONFLITO, na introdução do filme chegou a ser cogitada, mas infelizmente teve de ser arquivada devido à indisponibilidade dos atores. Seria algo genial, mágico, pois ninguém imaginaria que esses três atores, tão famosos por seus trabalhos com Leone, morreriam logo nos dez minutos iniciais do filme. Metaforizaria também o corte bruto que Leone queria fazer com seus outros westerns, deixando claro que ERA UMA VEZ... NO OESTE seria algo novo.O duelo final entre “o Harmônica” e Frank é memorável. Uma das grandes cenas do filme. Desde a preparação, com a chegada de Frank e o encarar dos dois, até o mega close nos olhos de Charles Bronson, para representar a entrada na mente dele pelo público, tudo tem seu significado dentro da obra. Outro fator que ajudou este grande clássico a ser uma valsa da morte foi sua trilha musical, algo a que o diretor sempre deu muita atenção em suas obras. Cada personagem possui sua trilha sonora própria, entrando em cena juntamente com o seu possuidor. As músicas sempre tiveram uma importância fundamental nos filmes de Sergio Leone, mas aqui elas ganham o seu patamar máximo. Foram compostas antes mesmo das filmagens começarem, pois o diretor queria que elas ditassem o ritmo que sua história seria contada. Isso ajudou também na preparação dos atores, pois Leone costumava tocar seus temas no set para inspirar os personagens. Uma obra de arte poética e sensível, completa como western, perfeita como um filme. Acabou sendo o primeiro de uma nova trilogia imperdível, seguido por QUANDO EXPLODE A VINGANÇA (1972) e a outra obra-prima ERA UMA VEZ... NA AMÉRICA (1984). ERA UMA VEZ... NO OESTE é um daqueles filmes indispensáveis para quem quer conhecer a boa história do cinema. O MELHOR WESTERN DE TODOS OS TEMPOS!!

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