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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

21º Lugar - ALÉM DA LINHA VERMELHA (The Thin Red Line) EUA, 1998



OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

21º Lugar - ALÉM DA LINHA VERMELHA (The Thin Red Line) EUA, 1998 – Direção Terrence Malick – elenco: (James) Jim Caviezel, Sean Penn, Adrien Brody, Ben Chaplin, George Clooney, John Travolta, John Cusack, Jared Leto, Woody Harrelson, Elias Koteas, Nick Nolte, John C. Reilly, Nick Stahl, Thomas Jane, Dash Mihok, Larry Romano, John Savage, Tim Blake Nelson, Kirk Acevedo – 170 minutos.

Em fevereiro de 1999, dois grandes filmes de guerra concorreram ao Oscar na categoria de Melhor Filme. Infelizmente nenhum dos dois foi vitorioso. Absurdamente perderam para SHAKESPEARE APAIXONADO, um filme infinitamente menor e sem qualquer relevância. Tratam-se de O RESGATE DO SOLDADO RYAN (1998), de Steven Spielberg, e ALÉM DA LINHA VERMELHA (1998), de Terrence Mallick. Ambos falam sobre a Segunda Guerra Mundial. A produção de Spielberg mostra a luta contra os alemães na Europa e a de Mallick tem o seu foco na luta dos americanos contra os japoneses no Oceano Pacífico. O filme de Spielberg tem uma abertura de tirar o fôlego. A seqüência do desembarque das tropas aliadas nas praias da Normandia, no famoso Dia D - o maior desembarque da história militar em todos os tempos - é de um realismo e um dinamismo impressionantes. A câmera tremida e inquieta, a barulheira, a crueldade da batalha, a sensação de caos e desespero nos transportam para uma realidade que ignorávamos, visto que os livros de História não conseguem nos dar esta dimensão épica e realista dos fatos. Todos imaginávamos tais fatos, mas vê-los representados daquela forma foi chocante. A produção conduzida por Mallick não tem nenhuma seqüência de batalha que chegue perto da dimensão épica da primeira meia hora do filme dirigido por Spielberg.



Entretanto, o roteiro e direção de ALÉM DA LINHA VERMELHA são impecáveis, muito coerentes, críticos e verdadeiramente pacifistas. No filme de Mallick, os questionamentos, os impasses morais e espirituais dos soldados se sobrepõem às cenas de ação. Todo o tempo os soldados e oficiais de baixa patente estão questionando seus atos e se perguntando sobre o sentido de toda aquela desgraça. Enquanto isso, alguns coronéis e generais manipulam o “moral” das tropas para atingirem os seus objetivos. Mas não há maniqueísmos. Até as razões e angústias dos oficiais “manipuladores” são mostradas. Apesar disso, o filme claramente não os isenta de sua culpa. Em ALÉM DA LINHA VERMELHA, há uma cena simbólica em que um soldado americano vê um soldado japonês morto e com quase todo o corpo enterrado. Apenas o rosto está visível. O americano vê naquele rosto uma humanidade, que não é diferente da sua. Um outro soldado, menos sensível, tortura um prisioneiro japonês, mas, depois, é torturado pelas lembranças de seus atos imorais. Na produção de Mallick a violência aparece em seu caráter bestial, cruel, irracional e imoral. Um elenco de astros incluindo Jim Caviezel, Adrien Brody, George Clooney, Sean Penn, Jared Leto e Woody Harrelson explode em ação nesta assustadora e realista visão do caos moral e militar que se abateu sobre o Oceano Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial. ALÉM DA LINHA VERMELHA traz a história de um grupo de fuzileiros do exército numa das mais sangrentas batalha. Foi indicado para sete Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. É uma obra-prima cinematográfica brilhante e sem paralelo!!



Narrando alguns conflitos militares ocorridos no Pacífico durante a Segunda Grande Guerra, o filme mostra as influências que estes conflitos promoveram na vida dos povos nativos, e o intrincado avanço das tropas aliadas num território composto apenas por ilhas. Contando com um elenco grandioso de atores de primeira linha (já citado acima), belíssimas imagens da paisagem natural contraposta aos horrores da guerra, e um certo ar de transcendentalismo que transpassa o filme em vários momentos, essa obra-prima apresenta uma concepção bastante peculiar sobre a guerra. Valorizando a ótica humana interna, os combatentes são divididos entre os que ainda conservam alguma percepção emotiva da vida, e os que já foram consumidos pela doença da guerra. A convicção de que continuar vivo naquele cenário nada tem a ver com técnica de combate, coragem, ou determinação, mas está relacionado unicamente ao que alguns chamam de sorte, provoca em alguns combatentes a total descrença na vida, um esvaziamento das facetas que nos tornam humanos, e a ascensão de um tipo vazio mórbido guiado e apoiado unicamente nos mandamentos de morte que a realidade impõe como necessários. Diferente do que estamos acostumados a perceber nos filmes cuja temática é a guerra, essa obra não visa retratar heróis de batalha, nem descambar para um ufanismo típico, mas se propõe principalmente a mostrar a guerra sob ótica do espírito dos combatentes, e incitar o espectador a vasculhar dentro de si mesmo pensamentos que possam socorrer-nos diante das visões ou cenas daquele inferno humano. Trata-se de um filme reflexivo, gerador de indagações, que nos leva a uma forma diferente de encarar a realidade dos campos de batalha. Quando o filme acaba somos acometidos por aquela estranha sensação que apenas as grandes obras de arte são capazes de proporcionar. É um filme acima de tudo indagador, repito mas uma vez: reflexivo. O espectador que está apenas a fim de assistir cenas de guerras bem feitas, e bons efeitos especiais, é recomendado pesquisar outros filmes, esta obra pretende muito mais do que isso, e justamente por isso é uma obra-prima. O melhor filme contemporâneo de Guerra!! Belíssimo, devastador e espetacular!!

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