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segunda-feira, 5 de setembro de 2011

96º Lugar - PIXOTE, A LEI DO MAIS FRACO - Brasil, 1980



OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

96º Lugar - PIXOTE, A LEI DO MAIS FRACO – Brasil – 1980 – Direção Hector Babenco – elenco: Fernando Ramos da Silva, Marília Pera, Jorge Julião, Gilberto Moura, Edílson Lino, Zenildo Oliveira Santos, Cláudio Bernardo, Israel Feres David, José Nílson Martins dos Santos, Jardel Filho, Rubens de Falco, Elke Maravilha, Tony Tornado, Beatriz Segall e Ariclê Perez, Emilio Fontana, Walter Breda, Joe Kantor – 127 minutos.

O cineasta construiu um cruel retrato da realidade nas ruas de São Paulo, onde crianças têm sua inocência retirada ao entrarem em contato com um mundo de crimes, prostituição e violência. É, sem dúvida, um dos dez marcos fundamentais da história do Cinema Brasileiro. A fama internacional, que possibilitou ao cineasta criar uma carreira em Hollywood, não veio de graça. A história do menino de 11 anos, analfabeto, e que nunca conheceu os pais, vivendo entre celas de reformatórios e quartos fedorentos, é cinema do mais alto nível. O impacto emocional de PIXOTE continua devastador, especialmente quando se sabe que a realidade da juventude que mora nas ruas, no Brasil, não mudou nada desde que o filme foi realizado. Fernando Ramos da Silva (já falecido aos 19 anos) foi um talento extraordinário. Prêmio Globo de Ouro 1982 (EUA). Indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Este filme pode ser considerado um legado do cinema marginal, que depois trouxe CARANDIRU (2003), CIDADE DE DEUS (2002), ÔNIBUS 174 (2002), entre outros. Detalhe para quando Babenco reproduz o quadro da Virgem Maria amamentando Jesus traduzindo para uma cena entre uma prostituta e um menor de rua.



O filme não ia se chamar PIXOTE e nem é um filme sobre PIXOTE. A intenção foi mostrar as condições de sobrevivência de um grupo de meninos e demonstrar que é possível resgatar um mínimo de inocência que eles têm, apesar de rotulados de trombadinhas, pivetes ou, conforme as pessoas ditas inteligentes e as ligadas em sociologia, menores carentes. Teríamos que trazer à superfície a verdadeira razão de existir que há por trás de cada criança daquelas, o seu grau de inocência, mesmo que tenham como perfil biográfico uma dúzia de atos de delinqüência.



O filme não é documento social, não traz em sí essa pretensão e apesar disso não trai em nenhum momento a explicação de origem social dos meninos nem deixa jamais de demonstrar em que nível social se desenvolve o problema e quais as suas causas. E todos sabemos serem uma divisão de rendas totalmente injusta, uma carência estatal para suprir, amparar o cidadão e sua família, pelo menos nos setores da educação, da assistência médica, quer dizer, os males de base que sofrem os países do Terceiro Mundo e que, de tão graves, às vezes esquecemos que eles existem.

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