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quarta-feira, 4 de abril de 2018

THELMA (Thelma) Noruega, 2017 – Direção Joachim Trier – elenco: Eili Harboe, Kaya Wilkins, Henrik Rafaelsen, Ellen Dorrit Petersen, Grethe Eltervag, Anders Mossling, Vanessa Borgli, Steinar Klouman Hallert, Ingrid Giaever, Oskar Pask – 116 min.
UM FILME INTELIGENTE E ENIGMÁTICO, QUE DISCURSA DE FORMA ‘SUI GENERIS” E COM ELEGÂNCIA

Thelma é a nova produção do cineasta dinamarquês Joachim Trier, responsável por dramas cult, como “Oslo, 31 de Agosto” (2011) e “Mais Forte que Bombas” (2015). Desta vez, o diretor se aventura pelo cinema de gênero, criando uma obra enigmática, tensa e recheada de ideias subliminares. Sem se encaixar adequadamente em um gênero específico, o diferenciado filme bebe de fontes clássicas do suspense/terror para defender uma causa e/ou criticar um grupo em um texto metafórico O filme é também uma grande analogia para a busca pela liberdade, por se ver livre de figuras opressoras, mesmo que sejam pessoas próximas a quem amamos, como nossos pais – muitas vezes sequer percebendo o mal que fazem na vida de seus filhos.

A abertura e o encerramento do filme têm planos parecidos, com efeitos que ficam claros e batem cada vez mais forte na memória. Um plano aéreo sobre o campus de uma faculdade, que se aproxima no início e se afasta no fim. A mensagem, dada a trama que se desenrola, parece explicitar a natureza diversa que a distância traz, ao mesmo tempo difusa e ampla. Seres humanos são todos iguais de longe e deveriam assim também o ser de perto, independente do que os faz únicos. O diretor então deixa claro de cara que se trata de igualdade sua empreitada pós “Mais Forte que Bombas”, mas conforme a trama avança duas coisas ficam claras: a primeira é que o filme usará uma certa sobrenaturalidade para discutir a aceitação, inclusive a própria; a segunda é que ritmo não é uma arma utilizada somente pelo cinema americano, tendo em vista justamente a carreira de Trier na Noruega. Pois se sobra um conceito de igualdade em Thelma, falta um propósito que vá além da mensagem.


De uma forma discreta, “Thelma” é um filme muito inteligente, cujo ácido e perspicaz desfecho permite extrair ao menos duas mensagens evidentes – para além, é claro, das subliminares. O filme é protagonizado por uma jovem norueguesa que se muda para a capital para estudar, afastando-se de seus pais. Porém, sua nova rotina é rapidamente abalada por uma paixão e por seus enigmáticos poderes sobrenaturais. Já do enredo é possível concluir: é um filme que não se encaixa adequadamente em gênero algum. O diretor Joachim Trier é certeiro ao fincar sua obra no fenômeno da miscigenação dos gêneros, não se podendo rotular adequadamente a produção em nenhum deles, já que existem momentos de drama, romance, ficção e horror. “Thelma” foi o representante da Noruega por uma vaga na categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar 2018.


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