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quinta-feira, 19 de abril de 2018

O OUTRO LADO DA ESPERANÇA (Toivon Tuolla Puolen) Finlândia / Alemanha, 2017 – Direção Aki Kausrimäki – elenco: Ville Virtanen, Sherwan Haji, Dome Karukoski, Sakari Kuosmanen, Niroz Haji, Janne Hyytiäinen, Tommi Korpela – 100 min

UM TRABALHO PRIMOROSO, ONDE O OLHAR DO CINEMA É BEM TRABALHADO, É COLOCADO À TONA PARA QUE SE ENTENDA RELAÇÕES MUITO PROFUNDAS


Aqui em “O Outro Lado da Esperança”, o foco não é mais a França, mas o seu país natal, a Finlândia. E tudo começa quando vemos Khaled, um imigrante de Aleppo, na Síria, chegar ao porto de Helsinque em um navio de carvão. Inicialmente o diretor de fotografia Timo Salminen (habitual colaborador de Kaurismäki) faz um excelente jogo de luzes frias e sombras versus as cores quentes dos elementos utilizados pela direção de arte, especialmente em ambientes internos. O contraste aparece nas cenas do porto e na rua, mudando, no decorrer da obra, para blocos com destaque de cinza, verde, preto, azul e marrom, todos eles marcados por pontos vermelhos nas tomadas internas, indicação visual para a dualidade da recepção aos imigrantes que o próprio roteiro do longa, também escrito por Kaurismäki, nos transmite. (Luiz Santiago – Plano Crítico)


O Outro Lado da Esperança é mais um retrato da crise de refugiados na Europa pelo cinema, temática que dá a tônica de muitos filmes presentes na 41º Mostra Internacional de São Paulo. O grande ponto de interesse é realmente perceber o quão inovador pode ser esse olhar em relação a algo que assombra o velho continente e traz uma dor extrema àqueles que não possuem mais um país. (Giovanni Rizzo – Observatório do Cinema)

Os fãs de Kaurismaki não vão querer perder esse filme [...] Tão econômico em seu estilo visual como ele é com seu diálogo, Kaurismaki faz máximo proveito de seus atores mesmo que esses façam o mínimo. (Dan Fainaru – Screen International) 


O cinema de Kaurismäki não pretende ser brutalmente deprimente e niilista, mas busca nos pequenos momentos e pequenos gestos (um celular emprestado, uma carona, um favor oferecido) potência suficiente pra fazer a vida valer a pena. (Guilherme Bakunin – Cineplayers)

Kaurismaki embala esta fábula em suas tradicionais cenas com música folk e luz dura diretamente nos cenários, conferindo um caráter ainda menos realista à ação. Quanto ao humor, ele é exemplar: para todos os indivíduos sugerindo que “hoje não dá para fazer piada com nada, tudo está sério demais, todo mundo se ofende”, basta assistir a esse projeto e descobrir que existe um efeito muito diferente quando se faz chacota do oprimido e quando se extrai humor do opressor e do próprio sistema. “O Outro Lado da Esperança” consegue ser ao mesmo tempo leve e complexo, incisivo na crítica política e despretensioso na estética. É um feito impressionante para um tema de difícil representação. (Bruno Carmelo – Adoro Cinema)


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