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domingo, 25 de junho de 2017

PERDIDO EM MARTE (The Martian) EUA / Inglaterra, 2015 – Direção Ridley Scott – elenco: Matt Damon, Jessica Chastain, Kristen Wiig, Jeff Daniels, Michael Peña, Sean Bean, Kate Mara, Chiwetel Ejiofor, Mackenzie Davis, Sebastian Stan, Donald Glover, Benedict Wong, Aksel Hennie – 144 minutos

   UM BELÍSSIMO QUESTIONAMENTO POLÍTICO SOBRE SOLIDARIEDADE!!

Ridley Scott - o diretor de vários clássicos como OS DUELISTAS (1977); ALIEN – O 8º PASSAGEIRO (1979); BLADE RUNNER – O CAÇADOR DE ANDRÓIDES (1982); THELMA E LOUISE (1991); CRUZADA (2005); O GÂNGSTER (2007), entre outros -  realiza um filme emocionante, relevante e surpreendentemente divertido, equilibrando drama e o humor de maneira soberba, encontrando ainda tempo para apresentar uma bela seleção musical. Aqui ele volta à melhor forma em termos de entretenimento. Sem o tour de force de GRAVIDADE (2013) ou o papo-cabeça de INTERESTELAR (2014), PERDIDO EM MARTE é bem mais palpável.

Baseado no romance homônimo do escritor Andy Weir, a história começa no Planeta Vermelho, onde uma equipe de astronautas norte-americanos, chefiada por Melissa Lewis (Jessica Chastain), realiza um trabalho de campo. Até que uma tempestade repentina interrompe as pesquisas e eles têm de voltar imediatamente para a base. Atingido por uma antena, o botânico Mark Watney (Matt Damon, em brilhante atuação) é dado como morto e deixado para trás. Porém, sobrevive. E, até que o resgate chegue, vai demorar um intervalo de quatro anos, e ele tem que dar um jeito de se virar sozinho até lá. Só por não haver qualquer envolvimento romântico clichê, o texto já merece palmas de pé. É contagiante testemunhar o esforço criativo do astronauta, numa elegante montagem que, com grande senso de ritmo, alterna suas aventuras, pequenas grandes conquistas e eventuais frustrações. Se no livro o escritor consegue manter o leitor interessado pela qualidade do texto, no filme é Matt Damon quem faz esse papel. Seu Mark Watney nunca é reduzido à fácil figura do cowboy do espaço e suas reações diante das dificuldades da missão soam humanas.
O filme reserva uma boa parcela de surpresas – mais em função da própria abordagem de Scott do que pelo enredo, que segue por caminhos fáceis de prever. A principal dessas surpresas talvez seja o tom de leveza com que o roteirista e o diretor encaram o material. É narrativamente eficiente (por deixar o espectador sempre ligado), tematicamente interessante (tratando de um gênero tão delicado de forma tão simplória) e ainda abre margem para discutir um pouco sobre os benefícios da ciência. A diferença em relação aos outros filmes listados é a forma bem-humorada como o protagonista lida com as adversidades. O roteiro de Drew Goddard traduziu com qualidade a máxima que prega extrair graça da desgraça. É uma competente aventura espacial situada num futuro próximo que também restabelece a carreira ultimamente abalada de Matt Damon. E é o desempenho dele que segura o filme até o final. Ele está fantástico. O ator é capaz de alternar entre estados emocionais extremos, como euforia, depressão, esperança, desapego, tudo de forma muito convincente. Matt Damon, sozinho durante quase todo o filme, realiza uma de suas grandes interpretações, trazendo empatia e humor para uma história clássica: a luta pela sobrevivência em um ambiente hostil. Ridley Scott faz um filme de aventura que traz em sua essência um questionamento político sobre solidariedade. 


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