Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player

domingo, 18 de junho de 2017

A BELA E A FERA (Beauty and the Beast) EUA / Inglaterra, 2017 – Direção Bill Condon – elenco: Emma Watson, Dan Stevens, Luke Evans, Ewan McGregor, Ian McKellen, Emma Thompson, Josh Gad, Kevin Kline, Hattie Morahan, Stanley Tucci, Audra McDonald, Haydn Gwynne, Gerard Horan, Ray Fearon, Nathan Mack, Gugu Mbatha-Raw, Clive Rowe, Thomas Padden, Adrian Schiller, Gizmo, Harriet Jones, Adam Mitchell, Daisy Duczmal, Jolyon Coy,  Zoe Rainey, Dale Branston, Tom Turner – 129 minutos

                  UMA VERDADEIRA VIAGEM A LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA

"A Bela e a Fera" é, de fato, um presente para quem cresceu com o clássico, uma forma de aproximar novas gerações do mesmo e também uma viagem a lembranças da infância – tanto do espectador, quanto dos personagens. Extremamente luxuoso, o filme de imediato salta aos olhos graças ao requinte na direção de arte e figurinos. Se por um lado há o nítido esforço em recriar a ambientação do filme de 1991 - a primeira animação indicada ao Oscar de melhor filme -, por outro o diretor Bill Condon entrega situações inéditas, que exigiram uma boa dose de criatividade não apenas na criação, mas também para adequá-las à narrativa clássica sem que houvesse perdas ou um certo desnível. Afinal de contas, são 45 minutos de cenas extras em relação à animação, uma quantidade considerável. Seu classicismo não é nada forçado. Assim como seu romance não é frágil. É bonito e deixa um sabor muito bom depois do final. Muito também pela bela escalação do elenco. 


Emma Watson é daquelas escolhas cirúrgicas, combinando precisamente com a personagem pelo tipo físico e o simbolismo que automaticamente traz consigo, seja pela dedicação a frente de causas feministas ou pelo próprio passado cinematográfico na pele de Hermione Granger, da série Harry Potter. Entretanto, quem realmente brilha em cena são Luke Evans e Josh Gad, intérpretes de Gaston e LeFou. Se Evans traz ao seu vilão a necessária mistura de egocentrismo e canastrice que tão bem combinam com o personagem, cabe a Josh Gad uma certa revolução em cena, já que seu LeFou traz um delicioso - e corajoso - subtexto envolvendo o desejo reprimido por Gaston. Nada explícito (em atos), mas coerente sobre o relacionamento de ambos e contundente em relação à representatividade, algo que a Disney vem trabalhando já há alguns anos, em filmes como “Zootopia”, “Moana”, Star Wars – O Despertar da Força e Rogue One. Ponto para a casa do Mickey, pela ousadia e também pela implementação tão divertida de tal proposta. Com uma mensagem tocante, uma heroína forte, uma história de amor, objetos inanimados que dançam e cantam, e alguns bons números musicais, "A Bela e a Fera" encanta novamente.

Esta versão live-action, com uma excelência de animação, garante ao espectador uma bem-vinda dose de magia e encantamento. Em parte impulsionada pelas lindas canções da animação, pelo apuro na elaboração da ambientação e também pelas novidades presentes nesta versão, trazendo frescor a uma história tão conhecida. Destaque também para o elenco de apoio formado pelos objetos mágicos, extremamente carismáticos, pelo belo design encontrado para o guarda-roupa e para a inserção da divertida cena do sapateado na canção dedicada a Gaston, criada para a versão para a Broadway. O filme inteiro é iluminado de maneira fascinante com um brilho dourado e magnífico, e se desenvolve, em seu trilhos, com um ótimo ritmo. A Bela não é mais apenas uma prisioneira sentimental, mas uma aventureira feminista. Fábula tradicional sobre a relação à aparência e aos preconceitos, o filme se enriquece com uma defesa inédita do direito à diferença. "A Bela e a Fera" traz ainda algumas surpresas em seu enredo que garantem sempre a atenção mesmo de quem já tem a animação original decorada de cor e salteado na memória. Pode não ser um filme muito corajoso ou radical, mas tem o mérito de manter a mágica ainda muito viva. Vale o ingresso. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário