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domingo, 11 de fevereiro de 2018

A FORMA DA ÁGUA (The Shape of Water) EUA, 2017 – Direção Guillermo Del Toro – elenco: Sally Hawkins, Octavia Spencer, Doug Jones, Richard Jenkins, Michael Shannon, Michael Stuhlbarg, David Hewlett, Nigel Bennett, Morgan Kelly, Nick Searcy, Stewart Arnott, Lauren Lee Smith, Martin Roach – 123 min.
  UMA FANTASIA DE EXCELÊNCIA, UM BELO CONTAR DE HISTÓRIAS ATEMPORAL

Ambientado em 1962, o filme conta a história de Elisa (Sally Hawkins), uma mulher muda, funcionária da equipe de limpeza de um secreto laboratório de pesquisas, que se apaixona por uma criatura aquática que está sendo estudada no local. Ambientado na Guerra Fria, o filme fala do abuso de poder, machismo, homofobia e amizade. “A Forma da Água” é, acima de tudo, uma história de amor e um conto de fadas. Assim como o filme propriamente dito, o “monstro” marítimo é uma representação da Elisa mesma, as guelras são as cicatrizes de seu passado, o silêncio é uma constante para os dois. Aliado a vários aparatos convencionais, mas eficientes, para levar a história adiante, o diretor apresenta mais uma fantasia de excelência, um belo contar de histórias atemporal. É um filme sobre a mudança, uma obra que em sua narrativa fantasiosa revela a transformação no curso das coisas. Essa inversão de clichês e estereótipos mostra como nos anos 1960 o mundo pedia por mudança, assim como hoje ela é visível. Os rádios e a televisão mostram a força de um movimento negro que pede seus direitos, nas ruas ainda evitam que eles se sentem no balcão de uma loja de tortas; Giles é um senhor gay que nunca pode demonstrar seus desejos e quando parece ser retribuído é ultrajado. 

Cabe citar a excelente performance de Sally Hawkins em um de seus melhores papéis, precisando conversar com o público apenas com o olhar e carregando o filme nas costas. Doug Jones também faz mais uma vez um ótimo trabalho como uma criatura fantástica e Octavia Spencer está extremamente carismática. Richard Jenkins e Michael Stuhlbarg também trabalham muito bem e é ótimo ver como seus personagens se conectam com a história principal. O filme foi indicado ao Oscar de: melhor filme, diretor, fotografia, montagem, trilha sonora, edição de som, mixagem de som, atriz (Sally Hawkins), atriz coadjuvante (Octavia Spencer), ator coadjuvante (Richard Jenkins), figurino, roteiro original e desenho de produção. No total 13 indicações. 

Guillermo Del Toro sempre foi dono de filmes que se apresentam como fábulas, um conto fantástico que se desenrola como uma metáfora para além-tela, todavia em “A Forma” ele compreende que a fábula de tempos recentes é o próprio cinema, e a sua força é hoje uma das únicas formas de conectar o real ao fantasioso, fazendo com que um mundo de imaginação afete o mundo real do espectador. Abraçando a fantasia e o horror de sua história com o apuro visual que sempre exibe em seus projetos, o diretor usa o filme como uma declaração de amor ao próprio Cinema e ao poder que este possui de nos transportar para universos tão distintos do nosso cotidiano. Uma ode aos desajustados, aos incompreendidos, aos outsiders, aos párias. Uma homenagem ao cinema. Um convite ao escapismo. É isso o que o diretor faz com este filme vencedor do Festival de Veneza 2017, uma produção de cativante beleza, interpretada por um elenco afiadíssimo e brilhante. Um filme belo!! 


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