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terça-feira, 10 de outubro de 2017

MULHER MARAVILHA (Wonder Woman) EUA, 2017 – Direção Patty Jenkins – elenco: Gal Gadot, Chris Pine, Robin Wright, Connie Nielsen, David Thewlis, Danny Huston, Ewen Bremner, Saïd Taghmaoui, Eugene Brave Rock, Lucy Davis, Elena Anaya, Lilly Aspell, Ann Wolffe, Lisa Loven Kongsli, Ann Ogbomo – 141 minutos

O FILME MAIS GIRL POWER DO ANO QUEBRA MAIS PARADIGMAS DO QUE SE IMAGINA


O amor, em tempos de cinismo, pode parecer um sentimento piegas, mas "Mulher-Maravilha" deixa claro que ter a coragem de acreditar nisso é a arma mais poderosa. E o filme consegue mostrar essa força, em pensamentos, e principalmente, atos. A israelense Gal Gadot é realmente uma maravilha, mas sua contribuição vai além da beleza. Foi uma sacada escalar uma moça de Israel, onde as garotas vão para o exército. O filme ainda arruma tempo para levantar questões mais atuais impossíveis, necessárias e, de certa forma, indispensáveis para um filme como este, como o feminismo, por exemplo, colocando uma mulher dona de seu próprio arco dramático, e rendendo interessantes discussões quando a protagonista adentra o mundo machista dos anos 1910. Patty Jenkins e Gal Gadot assumem o controle do filme mais girl power do ano e podem quebrar mais paradigmas do que imaginam.


O texto do filme é extremamente contemporâneo ao dar voz ao empoderamento feminino não só nas atitudes da protagonista como principalmente no discurso, existe ainda espaço para falar de racismo, abuso de poder, machismo, e ainda uma precisa e divertida pitada de erotismo. A forma como a mitologia é abordada com naturalidade e elementos fantásticos como seu laço e braceletes são introduzidos organicamente, sem exagerar na mão e nem esconder a origem da personagem, é um grande trunfo da obra. Patty Jenkins entrega um filme divertido e cheio de charme, características que certamente o separam das recentes versões para o cinema de propriedades da DC. Embora lide sim com temas complexos, o filme faz de uma maneira lúdica e sensível, sem jamais se tornar tolo ou pesado demais. A sensibilidade particular da diretora, diga-se de passagem, é também fundamental ao permitir que os personagens secundários possam se tornar multidimensionais, enfrentando seus próprios problemas.


A combinação - simplicidade narrativa e conexão emocional - dá a Mulher-Maravilha uma aura de cinema antigo, com uma ingenuidade que se distancia do “sombrio e realista” para abraçar o fantástico. A inocência é a maior qualidade da heroína de Gal Gadot. Não há músculos bombados e sim um corpo afinado e delicado, que se encaixa no corpete como uma luva. A força da Mulher-Maravilha vem da alma, e é aniquiladora. Como a história se passa quase inteiramente em Themyscira ou na Europa durante a Primeira Guerra Mundial, o filme tem a oportunidade única de explorar a sua personagem numa época em que o mundo ainda não ouviu falar de super-heróis - e "Mulher-Maravilha" aproveita isso ao máximo. É visualmente impactante, especialmente em virtude da flagrante habilidade de sua realizadora em contextualizar e significar a ação, evitando cenas gratuitas ou descartáveis.


Sem entrar em detalhes específicos da trama, o filme deixa um pouco de lado o tom sombrio de Zack Snyder, mas, para alívio dos fãs da DC, não chega perto do universo multicolorido e bem-humorado da Marvel. Na verdade, há uma celebração do fantástico, principalmente ao investir numa abordagem menos realista, que envolve diretamente um cenário mitológico. A diretora Patty Jenkins parece ter lido todas as críticas negativas de “Batman Vs Superman” e “Esquadrão Suicida”, investindo num humor natural e privilegiando cenas com boa iluminação. Boas partes dos confrontos, por sinal, acontecem durante o dia, evitando aquela bagunça visual que é o final de “Batman vs Superman”. O filme funciona como ação, como fantasia, como aventura e até mesmo como romance. Trata de um amor entre pessoas, mas também de um amor altruísta pela Humanidade. Neste sentido, chega até a ser um pouquinho piegas, mas é importante por desenvolver uma protagonista que é forte e determinada, mas também sensível e capaz de amar.



Um comentário:

  1. Eu gostei da sua resenha. Eu amei assistir esse filme no cinema porque a sua historia todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá. Para mim o filme novo da Mulher Maravilha é o melhor. Adorei esta história, por que além do bom roteiro, realmente teve um elenco decente, elemento que nem todos os filmes deste gênero tem. Não tem dúvida de que Gal Gadot foi perfeita para o papel principal. Fez uma grande química com todo o elenco, vai além dos seus limites e se entrego ao personagem. Já estou esperando o seu próximo filme, seguro será um êxito.

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