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sexta-feira, 6 de julho de 2018

O REINO DE DEUS (God’s Own Country) Inglaterra, 2017 – Direção Francis Lee – elenco: Josh O’Connor, Gemma Jones, Harry Lister Smith, Alec Secareanu, Ian Hart, Melanie Kilburn, Liam Thomas, John McCrea, Alexander Suvandjiev – 104 min.

     UMA BELÍSSIMA NARRATIVA SOBRE ACEITAÇÃO E AUTOCONHECIMENTO


Emocionante, belo e visceral, este grande filme é muito mais que apenas um filme com a temática gay. É uma história de amor, de descoberta e aceitação, que realmente se torna obrigatório. O diretor Francis Lee dirige com maestria a sua primeira obra sobre dois rapazes que se conhecem num cenário rural no norte da Inglaterra. Quando o romeno Gheorghe vem trabalhar para ajudar a quinta da família de Johnny, os dois jovens homens são forçados a passar uma semana nos montes que se revelará intensa e despertará assim um conjunto de sentimentos abafados no círculo pequeno que os rodeia.


Um belíssimo drama sobre autoconhecimento, sobre a conduta heteronormativa, a necessidade de não demonstrar afeto, o protagonismo de um amor “sui generis” e a certeza da incerteza. É válido ressaltar a fotografia deslumbrante e quase natural, onde o espectador vai perceber o contraste entre o acalanto e a solidão. “God’s Own Country” (O Reino de Deus) é uma obra imortal e de beleza retórica, que deslumbra não só o seu próprio público, mas qualquer outro, porque existe um momento que une forças e deixa de ser para minorias.  


O elenco é excepcionalmente competente, com Josh O’Connor a evoluir ao longo dos minutos, assim como a sua personagem o faz e, Alec Secareanu com uma performance linear e contida, extraordinária, dizendo tudo com o olhar. Os destaques vão, também, para os dois papéis secundários. Gemma Jones é maravilhosa e se, ao início demonstra ser uma pessoa fria, a cena em que a vemos chorar agarrada à camisa do neto é de cortar a respiração. Também Ian Hart se supera na sua interpretação, não só emocional como física, mostrando o estado debilitado que o seu Martin pede na perfeição.


O filme se assemelha um pouco com “O Segredo de Brokeback Mountain”, especialmente pela cena em que Johnny vê a camisa de Gheorghe pendurada, após sua partida. Uma homenagem pontual e com uma similaridade ímpar, a beleza do ambiente rural e o isolamento, tudo com muita maturidade no roteiro, na história e na direção impecável, e, com isso, apresenta uma visão mais esperançosa para a temática, que também é beneficiada por não se tratar de uma peça de época. Obrigatório!!!!!


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