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sábado, 16 de dezembro de 2017


MULHERES APAIXONADAS (Women in Love) Inglaterra, 1969 – Direção Ken Russell – elenco: Glenda Jackson, Alan Bates, Oliver Reed, Jennie Linden, Eleanor Bron, Alan Webb, Christopher Gable, Vladek Sheybal, Sharon Gurney – 131 minutos

AS RELAÇÕES ENTRE QUATRO PESSOAS ALTAMENTE SENSUAIS SÃO MUITO LIMITADAS, POR ISSO ELES PROCURAM OUTROS MEIOS
Um filme notável que mostra a relação entre duas irmãs e dois homens. Um drama forte e pungente de quatro pessoas altamente sensuais, cujas relações são muito limitadas, e por isso elas saem em busca de um novo meio. O mundo delas está prestes a desabar, tudo está em constante convulsão, exatamente pela forte pressão do conservadorismo dominante. A opção é a busca intensa da identidade intelectual, da   segurança social, da inspiração poética e da satisfação física. Dentro desse contexto extraído da novela do célebre D. H. Lawrence, o diretor Ken Russell realiza uma das mais belas e mais ousadas obras do chamado “cinema ousado e corrente”, muito em moda no final da década 1960 e início dos inesquecíveis anos 1970. A revelação de progressos, sobretudo quanto à valorização da imagem e efeitos de forma está muito presente em todo o filme. Na época do seu lançamento causou um impacto muito grande, sendo considerada, sob determinados aspectos, a mais ousada de todas até aquele momento. 
A sua fotografia de rara beleza, com uma reconstituição de época de inegável qualidade e de rica indumentária foi aclamada internacionalmente como uma das mais perfeitas. Causaram escândalo as cenas de nudez frontal masculino. Há uma conotação homossexual explícita e sem rodeios. As imagens de Oliver Reed e Alan Bates se debatendo totalmente nus, num lírico duelo, na mansão, tinha tudo para ser uma bobagem descartável e de mau gosto, mas o diretor com sua visão inteligente e inovadora levou o erotismo homossexual à sua transcendência, levando o filme a um sucesso comercial surpreendente. Ken Russell sempre foi considerado o mestre dos excessos, por isso o filme tem alguns pequenos exageros, mas nada que comprometa a singularidade do roteiro e a beleza nostálgica da trama. Russell também é conhecido como “o selvagem do cinema britânico”, pelos seus temas muito ousados, o apego aos excessos, imagens sexuais bizarras e sua fotografia riquíssima. Por este filme ele recebeu aclamação pública e de crítica, e ainda uma indicação ao Oscar de Melhor Diretor.  


O elenco é surpreendente, com uma revelação espantosa: Oliver Reed - que já vinha de outros papéis, às vezes até insensatos, aqui ele se revela de forma estupenda e se torna um dos mais importantes atores do cinema inglês, em brilhante composição como o atormentado industrial Gerald Crich; Alan Bates, que comoveu o mundo com o inesquecível O HOMEM DE KIEV (1968), brilha invariavelmente como o inspetor de escola Rupert Birkin; Glenda Jackson, como a socielite Gudrun Brangwen, recebeu merecidamente uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz e, ainda, Jennie Linden, como Ursula Brangwen, a irmã de Gudrun. Os quatro compõem um belíssimo painel da alta sociedade dos ruidosos anos de 1900. O elenco coadjuvante é merecedor de destaque, entre eles Eleanor Bron (Hermione), Alan Webb (Thomas Crich), Vladek Sheybal (Loerke), Christopher Gable (Tibby), Catherine Willmer (Mrs. Crich), entre outros. O grande mérito do filme é que ele até hoje consegue desafiar as expectativas e não envelhecer nunca. O ainda reinante conservadorismo anacrônico em alguns segmentos de nossa sociedade faz com ele seja cada vez mais atual e moderno, provocando uma constante visitação ao sofisticado e admirável cinema inglês. Uma obra arrebatadora e desconcertante!! Um filme imortal que merece ser conferido.



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