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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

CABÍRIA (Cabíria) Itália, 1914 – Direção Giovanni Pastrone – elenco: Carolina Catena (Cabíria criança), Lídia Quaranta (Cabíria garota), Bartolomeo Pagano (Maciste), Dante Testa (Khartalo), Umberto Mozzato (Fulvio), Gina Marangoni (Croessa), Raffaele Di Napoli (Bodastoret), Enrico Gemelli (Archimede), Emilio Vardannes, Edoardo Davesnes, Itália Almirante-Manzini (Rainha Sofonisba), Alex Bernard, Luigi Chellini – 148 minutos

UM DOS PRIMEIROS ÉPICOS DA HISTÓRIA DO CINEMA, TEM FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA DA ITÁLIA NO UNIVERSO CINEMATOGRÁFICO 


Rodeada de antiguidades romanas, baseada na tradição da ópera e incitada pela vitória italiana na Guerra da Líbia (1911-1912) nos anos anteriores à Primeira Guerra Mundial, a indústria cinematográfica italiana inicia uma série de produções históricas extravagantes: “A Queda de Tróia” (1911), de Luigi Romano Borgnetto e Giovanni Pastrone; “Os Últimos Dias de Pompeia” (1913), de Mario Caserini e Eleuterio Rodolfi; “O Inferno” (L’Inferno – 1911), de Francesco Bertolini, Adolfo Padovan e Giuseppe de Liguoro e “Quo Vadis?” (1913), de Enrico Guazzoni. São títulos sugestivos de escala épica, entre os quais “Cabíria” foi o mais inovador e bem sucedido. Em 18 de abril de 1914, “Cabíria” estreou em Turim, sede de sua produtora, a Itália Filmes. Em menos de um mês teve uma exibição privada em Nova York e pouco depois tornou-se um sucesso indiscutível no cinema Knickerbocker. O impacto desse grande filme foi tanto que ressoou por toda História do Cinema. Dizem que quando David W. Griffith viu “Cabíria” ficou tão impressionado, que decidiu transformar “A Mãe e a Lei”, filme ainda em produção, em “Intolerância” (1916). Ela foi suficientemente valiosa ao “New York Times” que, numa de suas raras críticas de cinema, declarou: “este fotodrama é um dos mais efetivos já exibidos aqui”. Hoje, 100 anos depois, “Cabíria” (1914) continua atraindo o elogio da crítica e do público mais refinado. Um filme visualmente deslumbrante, cheio de revelações impressionantes. Seus cenários estupendos e figurino elegante, em toda sua meticulosidade e grandeza, poderiam ter sido inspirados por pinturas. 


“Um livro poderia ser escrito sobre o impacto dos experimentos do diretor Giovanni Pastrone em iluminação e movimentos de câmera, decisivos na libertação dos filmes do proscênio”, escreveu Kevin Thomas – Los Angeles Times. Variações da fantástica sequência do Moloch podem ser vistas numa grande variedade de filmes épicos, incluindo “Metrópolis” (1927), de Fritz Lang e “A Arca de Noé” (1928), de Michael Curtiz. Federico Fellini, um dos mais importantes cineastas da história do Cinema Italiano, homenageou Giovanni Pastrone intitulando uma de suas obras-primas de “Noites de Cabíria” (1957). O espetacular filme da Era do Cinema Mudo, do gênio criador de Giovanni Pastrone, é um dos mais influentes da História do Cinema. No entanto, por décadas foi disponibilizado para o público numa versão terrivelmente truncada, prejudicando uma apreciação mais apurada. A edição atual foi remasterizada através de cópias de 35 mm, contêm todas as sequências disponíveis e é apresentada agora na velocidade correta. 

Martin Scorsese disse que o diretor Giovanni Pastrone inventou o gênero épico com Cabíria. Apresentando cenários grandiosos, cheios de detalhes e milhares de figurantes, o filme é de fato um épico em todos os sentidos. Além da importância histórica, o filme é ainda uma ótima experiência por si só. A trama se passa na Roma do século III a.c. Após o vulcão Etna entrar em erupção, a garota Cabiria é raptada e vendida como escrava para os cartagineses. Cabe ao nobre Flavius Axilla e ao seu ajudante, o enorme Maciste, a tarefa de resgatá-la. Para a época, o filme é espetacular e nunca cansa. Impressiona a quantidade de cenas arrojadas em que figurantes arriscam a vida, como quando os soldados fazem um tipo de escada humana para subir em uma fortificação. Imagens quase hipnóticas e poderosas não faltam, sendo o destaque nesse sentido a assustadora sequência do sacrifício. Vemos também personagens históricos realizando feitos que aprendemos na escola, como Arquimedes botando fogo na frota romana e Aníbal cruzando os Alpes. Merece ser descoberto, porque é uma raridade e um verdadeiro documento da Sétima Arte. 


UM MARCO NA HISTÓRIA DO CINEMA ITALIANO POR CONTA DO SEU BEM SUCEDIDO RETRATO DA EXUBERÂNCIA DOS TEMPOS DO IMPÉRIO 


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