O GRITO (Il
Grido) Itália, 1957 – Direção de Michelangelo Antonioni – elenco: Steve
Cochran, Alida Valli, Betsy Blair, Dorian Gray, Mirna Girardi, Lynn Shaw,
Gabriella Pallotta, Pina Boldrini, Guerrino Campanilli, Gaetano Matteucci,
Lilia Landi, Pietro Corvelatti, Elli Parvo – 115 minutos
POÉTICO E COMOVENTE,
DENSO E PROFUNDO, TRISTE E DILACERANTE!!
Outra grande
obra-prima do mestre Antonioni que antecedeu a célebre "Trilogia da Incomunicabilidade".
Após sofrer desilusão amorosa com uma mulher casada, com quem manteve um longo
caso e teve uma filha, o operário Aldo inicia uma jornada existencial pelas
estradas da Itália, em busca de respostas. Vagando de cidade a cidade,
envolve-se com outras mulheres, à procura de uma saída para o vazio de sua
vida. O
GRITO foi o primeiro sucesso
de Michelangelo Antonioni. Ainda guarda resquícios do Neorrealismo Italiano, e pelo qual Antonioni começou a seguir nos seus primeiros
passos, mas rapidamente criou identidade e personalidade própria fugindo do
movimento e ao mesmo tempo criando um outro, o seu.
Foi também a primeira oportunidade que o cineasta teve de dirigir atores
de Hollywood, mesmo sem serem grandes estrelas do cinemão norte-americano,
Steve Cochran e Betsy Blair eram famosos o bastante para serem considerados
estrelas internacionais. Betsy então era casada com Gene Kelly. O GRITO marca o encontro de
Michelangelo com a sua eterna musa Monica Vitti, que trabalha aqui como
dubladora da atriz norte-americana Dorian Gray, que tem um papel de destaque
como Virginia, dona do posto de gasolina na estrada com quem Aldo mantém um
relacionamento.
Denso, profundo e extremamente
triste e pessimista, este filme dilacerante de Antonioni só chegaria ao Brasil
em 1965, após o reconhecimento crítico (e mesmo por parte de público), pela
trilogia A AVENTURA (L'Avventura, 1960); A NOITE (La Notte, 1961) e O ECLIPSE
(L'Eclipse, 1962). Rodado em preto e branco, com fotografia de Gianni Di
Venanzo, O GRITO captou, como raros filmes italianos, toda a aridez de uma
região pobre da Itália. A música de Giovanni Fusco é igualmente densa e
profunda, compondo o emolduramento perfeito a este filme rodado entre o inverno
de 1956/57 e que teve suas premiéres em Locarno (14/7/1957), Roma (29/11/1957)
e Paris (3/12/1958), obtendo o Grande Prêmio da Crítica no Festival de Locarno
(1957) e o prêmio da jovem crítica em Colônia (1960). Poético e comovente, é um
dos grandes triunfos de Michelangelo Antonioni.
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