quarta-feira, 16 de novembro de 2011
28º Lugar - NA NATUREZA SELVAGEM (Into The Wild) EUA, 2007
OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!
28º Lugar - NA NATUREZA SELVAGEM (Into the Wild) EUA, 2007 – Direção de Sean Penn – elenco: Emile Hirsch, William Hurt, Marcia Gay Harden, Hal Holbrook, Catherine Keener, Vince Vaughn, Jena Malone, Kristen Stewart, Brian Dierker, Robin Mathews – 140 minutos.
Em seu quarto filme como diretor, Sean Penn realiza um tributo ao espírito libertário dos anos 1960 e 1970, retratando a trajetória de um personagem verídico, Christopher McCandless, que fez escolhas radicais ao decidir largar tudo e partir rumo ao Alasca. NA NATUREZA SELVAGEM concorreu em duas categorias do Oscar - melhor ator coadjuvante (Hal Holbrook) e montagem. Causou muita surpresa não ter sido indicado para melhor canção, na qual saiu vencedor no Globo de Ouro, com uma música de Eddie Vedder, do Pearl Jam. O roteiro do filme também é assinado por Sean Penn e se baseia no livro homônimo de não-ficção de Jon Krakauer. Exibindo o mesmo fascínio pela psicologia de seus personagens que demonstrou em seus trabalhos anteriores atrás das câmeras, o ator/diretor Sean Penn constrói um filme belíssimo e inspirador, ainda que pincelado com tons de pura melancolia. Ele próprio um contestador do chamado “sistema”, Penn encontra em NA NATUREZA SELVAGEM o material definitivo para provar toda a sua capacidade como cineasta, em um retrato profundo não somente de uma pessoa fascinante, mas de um mundo que pode ser, ao mesmo tempo, maravilhoso e cruel, simples e complexo. Na parte técnica do filme, a fotografia é assinada por Eric Gautier (DIÁRIOS DE MOTOCICLETA) e enfatiza a relação do personagem com a natureza. O maior escândalo, com relação ao filme, foi a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood não tê-lo indicado ao Oscar na categoria de Melhor Filme do Ano, que, aliás, merecia ganhar.
O personagem principal é Christopher McCandless (Emile Hirsch, de ALPHA DOG), um rapaz que no início dos anos 1990 abandonou tudo, entregou à caridade todo o dinheiro guardado para custear seus estudos e caiu no mundo em direção ao Alasca, sem sequer avisar a família. Pode-se encarar Chistopher de duas maneiras: como um egoísta arrogante, impulsivo e mimado que fez essas escolhas para agredir seus pais (interpretados por William Hurt e Marcia Gay Harden); ou como uma espécie de herói romântico. Sean Penn procura não optar por nenhum desses dois extremos - embora tendencie mais para a segunda alternativa. Em seus escritos, como um diário, Chistopher enfatiza o que há de belo na natureza, rejeitando os bens materiais e se auto-definindo como "viajante estético". Adotando o pseudônimo de Alexander Supertramp, o rapaz desistiu de ter documentos, dinheiro e residência fixa. Fez de tudo para não ser encontrado por sua família, vivendo em plena liberdade, seguindo textos de escritores como Leon Tolstói, Henry David Thoreau e Jack London.
Em seu caminho, o personagem faz alguns amigos, como um casal de hippies (Catherine Keener e Brian Dierker), que simbolizam para ele figuras paternais. Também conhece um fazendeiro (Vince Vaughn), uma garota por quem se interessa (Kristen Stewart) e um viúvo solitário (Holbrook), que vê nele o neto que nunca teve. Muitas das cenas foram rodadas nos lugares por onde Chris passou realmente, descritos no livro de Krakauer. Depois de hesitar por dez anos, a família McCandless concordou em dar o seu aval à produção. Sean Penn fez diversas entrevistas com a irmã de Christopher, Carine, além de encontrar pessoas que o personagem conheceu pelo caminho. Neste grande filme o diretor constrói momentos emocionantes única e simplesmente pela forte identificação do público com os personagens e os relacionamentos. Além do mais, a sensibilidade do texto e da direção aparecem nos diversos simbolismos existentes no filme, como na cena em que McCandless convida Franz a subir em uma montanha para enxergar novos horizontes ou na ironia do protagonista, em meio ao Alasca, encontrar seu “lar” em um ônibus abandonado, elemento estritamente relacionado às grandes cidades. Aliás, a nota melancólica com a qual o filme se encerra demonstra que o idealismo de McCandless é anacrônico, não encontrando mais lugar neste mundo, e a iluminação final do personagem, que partiu solitário em busca de si mesmo para descobrir que a felicidade só existe quando compartilhada, dá um toque trágico à fascinante jornada – e o plano final é nada menos que espetacular neste sentido. É UM MARCO ABSOLUTO NA HISTÓRIA DO CINEMA!! IRONICAMENTE É UM LIBELO DE AMOR À VIDA!! UM FILME PARA SEMPRE!! UM DOS DEZ MELHORES FILMES DA DÉCADA!!!!
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