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quarta-feira, 19 de setembro de 2018

PARAÍSO PERDIDO – Brasil, 2018 – Direção Monique Gardenberg – elenco: Erasmo Carlos, Lee Taylor (Odair) Júlio Andrade (Angelo), Humberto Carrão (Pedro), Jaloo (Imã), Felipe Abib (Joca), Marjorie Estiano, Julia Konrad, Malu Galli, Hermila Guedes, Seu Jorge, Celso Frateschi, Nicole Puzzi, Cristina Mutarelli – 110 minutos  

                      UMA POESIA SENTIMENTAL SOBRE O AMOR LIVRE 


Este grande lançamento do ano é um belíssimo filme de resistência. Numa época que cinema, literatura e televisão colocam em cena famílias fraturadas nas quais todos se odeiam, o longa vai no sentido contrário, trazendo como protagonista um clã que se mantém unido apesar das adversidades, tendo a música como uma espécie de mediadora das relações. É um filme melancólico, no qual as pessoas se amam apesar de seus erros – ou, possivelmente, por causa deles. O principal cenário do filme e também seu esqueleto, uma espécie de árvore genealógica que sustenta seu grupo de personagens e os mantém unidos. A partir desse cenário todas as relações serão construídas, estabelecidas e futuramente modificadas. 

A linda trilha sonora produzida pelo cantor e compositor Zeca Baleiro é uma preciosidade, com grandes clássicos do cancioneiro brega a corroborar a narrativa e envolver temas como traição, vingança e paixão. Há que se destacar canções dos principais nomes do gênero musical em questão, como Márcio Greyck, Odair José, Reginaldo Rossi, Belchior, Fernando Mendes, José Augusto, Adilson Ramos, Paulo Sérgio, Raul Seixas e até Roberto Carlos. Cada faixa conduz a memória afetiva não só dos atores, mas faz os saudosistas nas poltronas cantarolarem cada famoso refrão. Este lindo filme propõe um olhar cheio de doçura às novas configurações familiares.  


Paraíso Perdido” é o nome de uma boate. Mas não apenas. É o emblema de algo recôndito, escondido, uma utopia preservada em meio ao seu contrário, a distopia generalizada. É, com seus conflitos, um espaço de afetos e entendimentos. A boate tem um caráter melancólico que combina com a teia assumidamente novelesca que Monique apresenta, desdobrando afetos e emoldurando uma colcha fina que permeará ações e reações, do passado e do presente. Quanto ao futuro, é através desse jogo que o filme estabelece o seu, tentando e conseguindo acarinhar cada um daqueles seres. Um dos melhores filmes do ano!! 



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