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sábado, 15 de setembro de 2018

O PROCESSO – Brasil, 2018 – Direção Maria Augusta Ramos – Aparições de Lindenberg Farias, Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, José Eduardo Cardozo, Jean Wyllys – Documentário – 140 minutos

UM VERDADEIRO EXERCÍCIO DE COMPREENDER NÃO APENAS O NOSSO PAÍS


Maria Augusta Ramos possui em seu histórico documentários que discutem o sistema judiciário brasileiro, como Justiça (2004) e Juízo (2007). Em “O Processo”, a diretora segue pelo mesmo caminho, por tratar o impeachment como algo que parte de um procedimento político-jurídico, permeado por um jogo repleto de brechas, onde reina a insuficiência de discursos imparciais, dado o recorte proposto, que investiga esse momento histórico do Brasil com certo comedimento, mas sem a omissão de sua visão política. Em seus primeiros minutos, o filme nos mostra a votação na Câmara dos Deputados sobre o desligamento da então presidente Dilma Rousseff, cujo processo de impeachment foi uma chantagem explícita de Eduardo Cunha, que mais tarde teria o seu mandato cassado pelo plenário da Câmara. A falta de apoio da oposição levou o político a ameaçar o Partido dos Trabalhadores a esse ponto, colocando a Chefe de Estado na linha dos bombardeios mais estrondosos, tendo como principal munição uma carga elevada do ódio mais inflamável. (Observatório do Cinema) 


A cineasta não busca grandes sacadas de montagem, nem a criação de efeitos poéticos, metafóricos, ou ainda a captação de imagens externas ao universo político. O espectador fica focado da primeira à última cena nos mesmos personagens, os mesmos corredores, criando uma exaustão pertinente ao circo de absurdos. A propósito, um político evoca “O Processo”, de Franz Kafka, no qual o personagem principal também é condenado sem crimes, num julgamento orquestrado e sem possibilidade de defesa justa. Com este projeto, Maria Augusta Ramos não traz revelações bombásticas sobre os bastidores da política nacional, nem apresenta imagens esteticamente deslumbrantes. Sua preocupação se encontra na articulação de uma quantidade imensa de informações de modo lógico, claro, e capaz de retratar ambos os lados sem caricaturar a oposição – embora tenha um posicionamento crítico evidente. Este é um cinema político assumido como tal, de vocação progressiva, libertária, de esquerda. Acima de tudo, é um cinema que acredita no valor da argumentação, elemento cada vez mais raro na sociedade e na mídia atualmente. (Bruno Carmelo – Adoro Cinema) 


A diretora Maria Augusta Ramos teve a difícil (para não falar iluminada!) tarefa de desenvolver um documentário que mostrasse a realidade e os bastidores do que levou ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, que durou de 2015 à agosto de 2016, de forma não-imparcial, afinal, sua visão para os fatos é única e exclusivamente para expressar o golpe de estado que o país sofreu e como foi articulado minuciosamente. Difícil e ousado, definitivamente. No fim das contas, “O Processo” se torna uma obra histórica, com toda sua contemporaneidade, daqueles filmes que serão exibidos nas escolas quando a hora certa chegar. E há de chegar. Afinal, a mentira tem perna curta e a verdade sobrevive através do tempo para ser documentada em um filme como este, que busca te fazer refletir, não apenas sobre a queda de um partido político, como muitos irão enxergar, mas também sobre a essência de um país. (Thiago Muniz – Cine Pop) 

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