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domingo, 19 de agosto de 2018

CUSTÓDIA (Jusq’à la Garde) França, 2018 – Direção Xavier Legrand – Elenco: Léa Drucker, Thomas Gioria, Denis Ménochet, Jenny Bellay, Saadia Bentaïeb, Mathilde Auneveux, Mathieu Saikaly, Florence Janas – 93 minutos

  UM ELETRIZANTE SUSPENSE QUE PEGA O PÚBLICO PELA GARGANTA


O diretor e roteirista Xavier Legrand, através da mise en scène, cria rivalidade entre seus personagens centrais, como vemos logo no início no segundo plano numa audiência de custódia, com um homem e uma mulher opostos brigando pela guarda do filho enquanto nós, espectadores, nos colocamos em frente a eles, observando-os. O homem está cercado por outras mulheres – advogadas e juíza. A juíza, no centro, divide o casal que não se encara, com semblantes sisudos, impacientes pela indefinição que os cerca e que os mantém indesejavelmente juntos. É a abertura de um processo de análise subjetiva, cuja interpretação dos atores direciona nosso olhar. (Marcelo Leme – Cineplayers) 


E assim, Custódia se firma como um dos grandes destaques do cinema em 2018. Ousado, corajoso, forte, tenso e com um debate mais que necessário, o filme mostra como a vida real, quando bem retratada, pode ser tensa e angustiante na tela. Não precisa de explosões, efeitos especiais, roteiros rocambolescos. É só uma boa trama, bons atores e um grande diretor. E voilá, temos um dos melhores filmes do ano. (Matheus Mans – Esquina da Cultura)

“Custódia” é um suspense de primeira linha, que demonstra compreender todas as lições desse estilo, da tensão crescente, ao incrível trabalho de adesão psicológica. Aqui reside justamente a grande força do filme, essa indução da plateia de modo muito sutil, que desloca o espectador para um filme extremamente tenso e violento, um filme que chega a exaurir todas as forças de sua plateia. “Custódia” pode muito bem trazer todas as regras hitchcockianas, aliás cineasta que hoje tem um estilo reconhecido, mas sempre trouxe em sua fórmula autoral uma grande carga por transparecer real, para que passasse um sentimento de verdade em sua audiência. O longa francês opera da mesma maneira, envolve o espectador para colocar todos seus pontos, fazendo com que o drama de uma família se torne o do público, fazendo com que a tensão vista ali remeta a uma realidade fora da sala de cinema. (Giovanni Rizzo – Observatório do Cinema) 


Por fim, “Custódia” efetua uma alternância preciosa de pontos de vista: seria óbvio ficar apenas do lado dos sofredores, seria compreensível tentar dividir o tempo entre o pai e a mãe. Legrand encontra uma solução ainda mais ambiciosa ao se colar ora ao filho pequeno, ora ao pai, ora à mãe, ora à filha, numa alternância de aparente aleatoriedade, porém precisamente calculada para a progressão do suspense. No final, não existem monstros, e sim pessoas doentes, possessivas, que distorcem a noção de amor. O belíssimo filme francês retira dos relacionamentos abusivos a sua aura de fetichismo, de “excesso de amor” para revelar a gravidade do desmoronamento afetivo. (Bruno Carmelo – Adoro Cinema)

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