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quarta-feira, 26 de abril de 2017

BANG BANG – Brasil, 1971 – Direção Andrea Tonacci – elenco: Paulo Cesar Pereio, Jura Otero, Abraão Farc, Ezequias Marques, José Aurélio Vieira, Antonio Naddeo, Milton Gontijo, Thales Penna, Luís Otávio Madureira Horta – 81 minutos

              UMA VIAGEM BEM-HUMORADA E VISUALMENTE MODERNA!!!

O talento excepcional de Andrea Tonacci fez de BANG BANG, com suas imagens radicais e inventivas, um verdadeiro filme-laboratório. Durante muito tempo, é a esse filme que todos os experimentadores do cinema no país precisarão se voltar, para nele colher a experiência da liberdade e os variadíssimos ingredientes estilísticos e narrativos que o diretor soube oferecer na forma de cristais puros. A começar da extraordinária fotogenia urbana de BANG BANG, que tanto tem a ensinar aos realizadores brasileiros — muitos deles incapazes de filmar suas cidades fora do padrão publicitário telenovelístico. É impressionante que o filme tenha como parte dominante de seu “cenário” a provinciana Belo Horizonte dos anos 1960-70. O modo como Tonacci transforma essa cidade num dos ambientes do cinema moderno brasileiro é um verdadeiro tour de force. Filme construído nos planos, mais que na montagem e no enredo, BANG BANG destina à câmera uma autonomia explosiva. A segurança com que ela percorre ruas, invade interiores, segue personagens e também afronta estaticamente a cena é muito, muito humilhante para diretores medianos, que ficam a elucubrar, por minutos, se passam ou não do plano médio para o plano geral.

Em BANG BANG, Tonacci é completa vontade de potência cinematográfica. E, afinal, BANG BANG é um filme policial, em tom de sátira, cujos fundamentos provêm tanto das histórias em quadrinhos quanto do cinema burlesco. A narrativa quase não interessa, e mais um pouco até atrapalharia. Importa ao diretor extrair do personagem a sua intensidade visual e reduzir as cenas à condição de puro acontecimento cinematográfico, ou seja: de ilusionismo e catástrofe. Por isso este filme, sempre deliciosamente juvenil, amadurece como um dos documentos por excelência de sua época. (Alcino Leite Neto) 


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