PATTON, REBELDE OU HERÓI? (Patton) EUA, 1970 –
Direção de Franklin J. Schaffner – elenco: George C. Scott (General Patton),
Karl Malden (General Bradley), Michael Bates (Montgomery), Ed Binns (Bedell),
Stephen Young (Cap. Chester), Lawrence Dobkin (Coronel Gaston), John Doucette
(General Lucian), Siegfried Rauch (Cap. Steiger), Paul Stevens (Tenente-Coronel
Codman), Karl Michael Vogler (Marechal Rommel), James Edwards, Frank Latimore,
Richard Münch, Morgan Paull, Michael Strong, Tim Considine (Soldier who gets
slapped) – 173 minutos
UM FILME DE GUERRA ABSOLUTAMENTE DEVASTADOR!!
Aclamado pela crítica internacional como um dos
mais espetaculares e assombrosos filmes sobre a Segunda Guerra Mundial. PATTON
é um retrato absorvente de um dos maiores gênios militares do Século XX. Ele
foi o único general aliado que realmente era temido pelos nazistas. Radical,
conservador, rígido e extravagante, Patton desenhava seus próprios uniformes,
ostentava um revólver com cabo de marfim, e acreditava que havia sido um grande
guerreiro em vidas passadas. Ele ludibriou Rommel na África, e após o Dia D,
comandou tropas em uma campanha sem descanso por toda a Europa. Mas ele era tão
rebelde quanto brilhante, e apesar de ter uma incrível visão e perspicácia, sua
própria personalidade era um inimigo que ele jamais conseguiria vencer.
O que Francis Ford Coppola conseguiu com seu
roteiro – pronto desde 1964, mas só filmado em 1970 – foi levantar uma polêmica
sem precedentes, ao talhar seu personagem principal com uma eloqüência febril,
um messianismo desproporcional e um caráter tão violento que parece filiado ao
fascismo. O verdadeiro general George Patton (nascido em 1885 e falecido em
1945) era, pelo visto, tudo isso e mais um pouco. Ele entrou para a História
comandando o III Exército dos EUA na Segunda Guerra, quando se mostrou um
demônio estrategista nas batalhas de blindados em solo europeu e na Tunísia. O
Patton que Coppola traçou e Franklin J. Schaffner dirigiu à risca é um maníaco
que oscila entre o brilho ofuscante das estratégias vitoriosas e a vileza no
tratamento de seus comandados. A carreira do mais controvertido comandante
norte-americano da Segunda Guerra é contada aqui de forma brilhante e
competente. O diretor realizou um trabalho primoroso, com, entre outros
fatores, uma fotografia extraordinária e de grande impacto.
O filme possui duas seqüências que se tornaram
clássicas e famosas, que ficarão para sempre como um dos grandes triunfos do
cinema: a primeira é a seqüência antes
dos títulos, com a bandeira norte-americana tomando toda a tela, sem som, e
Patton, em uniforme completo, fazendo um discurso de seis minutos sobre sua
filosofia de batalha; e a segunda, é aquela quando Patton esbofeteia um
soldado, que sofria de fadiga de batalha, acusando-o de covardia. Por causa
dessa atitude, ele foi destituído do comando do Sétimo Exército, na Sicília.
Anos mais tarde, ele fez um pedido de desculpas. Essas duas seqüências
antológicas causaram enorme repercussão quando do lançamento do filme. A
rivalidade com o Marechal Montgomery chegou a um ponto crítico e, mesmo depois
do espetacular avanço pela Normandia, quando venceu o cerco de Bastogne, Patton
foi mobilizado por ordem de Eisenhower que, pressionado politicamente, dá prioridade
à frente de Montgomery. O filme termina pouco antes do desastre de automóvel em
que Patton morreu, em 1945.
Desde 1951, o produtor Frank McCarthy,
general-brigadeiro reformado, queria filmar a biografia de Patton. Ninguém
demonstrava interesse, até que Darryl F. Zanuck e a 20th Century-Fox aceitaram
o projeto. O filho de Patton não aceitava o roteiro; John Huston e William
Wyler desistiram de dirigí-lo; os historiadores do Pentágono e os
contemporâneos de Patton custavam a concordar entre si. Coppola fez o roteiro
final em 1965, mas Edmund H. North teve que reforçar a estrutura da história.
As filmagens começaram em fevereiro de 1969, na Espanha, com um orçamento de 12
milhões de dólares. O filme recebeu dez indicações ao Oscar e ganhou sete,
inclusive Melhor Filme do Ano. George C. Scott foi premiado como melhor ator,
mas recusou o Oscar alegando: “A vida não é uma corrida de competição, por isso
não me considero em competição com meus colegas de profissão, em busca de
prêmios ou reconhecimento”. Nunca foi buscar a estatueta. Um filme poderoso e
perpétuo!!!.
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