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domingo, 30 de julho de 2017

O PODEROSO CHEFINHO (The Boss Baby) EUA, 2017 – Direção Tom McGrath – Animação com as vozes de Alec Baldwin, Steve Buscemi, Tobey Maguire, Jimmy Kimmel, Lisa Kudrow, Miles Bakshi, James McGrath, Conrad Vernon, Edie Mirman, ViviAnn Yee, Eric Bell Jr., David Soren, James Ryan, Walt Dohrn, Jules Winter, Nina Zoe Bakshi, Tom McGrath, Brian Hopkins, Chris Miller, Andrea Montana Knoll, Joseph Izzo, Chloe Albrecht, Lynnanne Zager – 97 minutos  

                      QUANDO SEU BEBÊ É NASCIDO PARA MANDAR 


Palavras como "inventivo" e "inspirado" são raramente utilizados para definir os filmes animados que chegam aos cinemas todos os anos, mas "O Poderoso Chefinho" prova ser uma exceção. O filme é longe de ser infantilizado, ele usa do universo lúdico das crianças em sua estrutura, mas faz da aventura de Francis uma grande homenagem a clássicos do cinema como o próprio " O Poderoso Chefão", "Indiana Jones", "E.T." entre outros filmes incríveis e memoráveis. A animação abusa de algumas ideias complexas e situações inusitadas - como a existência de outras dimensões e críticas sensatas ao consumismo. Quanto ao visual, tudo é muito extravagante, hilário e admirável. Mesmo não almejando a complexidade de um filme da Pixar, ou mesmo a beleza visual de um filme da Laika (“Kubo e as Cordas Mágicas“), esta animação consegue transmitir a sua mensagem com competência e objetividade.


O conflito central de O Poderoso Chefinho” se dá quando o rapazinho ganha um irmão, um bebê que, comum à pouca idade, chega para sequestrar a atenção dos pais de Francis, que, naturalmente, fica enciumado. Incomum, no entanto, “Bebê” não é qualquer recém-nascido. E é aí que entra a “magia” do cinema. Ele usa terno (!), carrega uma maleta (!!), chega de táxi (!!!) e, na surdina, age como se tivesse um grande plano escondido na fralda (!!!!) A sequência de abertura, que explora a ideia “de onde veem os bebês”, mostra que nem todo infante sobe (ou desce, vai saber...) à Terra com o intuito de espalhar fofura – e, exatamente por contrariar essa máxima, é simplesmente hilária. É uma comédia simples, bastante inteligente e visualmente ousada que, ao mesmo tempo, tenta, de certa forma, ser uma espécie de obra-prima à maneira de outro estúdio. Com muita inventividade, o roteiro solta o freio na fantasia e mostra, de forma bem-humorada, de onde “saem” os bebês.


O enredo é muito criativo, e parte de uma premissa ousada e defende argumentos notáveis com a excelência do inovador. Mesmo apresentando, algumas vezes, uma visão conservadora e tradicionalista. Praticamente acima da média, entrega um entretenimento agradável e muito marcante, com muita alma ou potencial suficiente para conquistar outra franquia própria ou algum destaque entre seus filmes irmãos. Redefinidor de um novo conceito e com uma premissa “sui generis”, além de muito interessante, "O Poderoso Chefinho" é uma comédia animada para a família com todos os elementos desejados. Ele aborda de forma impecável a metáfora do conturbado e competitivo relacionamento entre irmãos de uma forma criativa, ressignificando a relação fraternal num ambiente corporativista. 



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