O
PODEROSO CHEFINHO (The Boss Baby) EUA, 2017 – Direção Tom McGrath – Animação com
as vozes de Alec Baldwin, Steve Buscemi, Tobey Maguire, Jimmy Kimmel, Lisa
Kudrow, Miles Bakshi, James McGrath, Conrad Vernon, Edie Mirman, ViviAnn Yee,
Eric Bell Jr., David Soren, James Ryan, Walt Dohrn, Jules Winter, Nina Zoe
Bakshi, Tom McGrath, Brian Hopkins, Chris Miller, Andrea Montana Knoll, Joseph
Izzo, Chloe Albrecht, Lynnanne Zager – 97 minutos
QUANDO
SEU BEBÊ É NASCIDO PARA MANDAR
Palavras como
"inventivo" e "inspirado" são raramente utilizados para
definir os filmes animados que chegam aos cinemas todos os anos, mas "O
Poderoso Chefinho" prova ser uma exceção. O filme é longe de ser infantilizado, ele usa do
universo lúdico das crianças em sua estrutura, mas faz da aventura de Francis
uma grande homenagem a clássicos do cinema como o próprio " O Poderoso
Chefão", "Indiana Jones", "E.T." entre outros filmes
incríveis e memoráveis. A animação
abusa de algumas ideias complexas e situações inusitadas - como a existência de
outras dimensões e críticas sensatas ao consumismo. Quanto ao visual, tudo é
muito extravagante, hilário e admirável. Mesmo não almejando a complexidade de um filme da Pixar, ou mesmo a
beleza visual de um filme da Laika (“Kubo e as Cordas Mágicas“), esta animação
consegue transmitir a sua mensagem com competência e objetividade.
O conflito central de “O Poderoso Chefinho” se dá quando o rapazinho ganha um irmão, um bebê que,
comum à pouca idade, chega para sequestrar a atenção dos pais de Francis, que,
naturalmente, fica enciumado. Incomum, no
entanto, “Bebê” não é qualquer recém-nascido. E é aí que entra a “magia” do
cinema. Ele usa terno (!), carrega uma maleta (!!), chega de táxi (!!!) e, na
surdina, age como se tivesse um grande plano escondido na fralda (!!!!) A
sequência de abertura, que explora a ideia “de onde veem os bebês”, mostra que
nem todo infante sobe (ou desce, vai saber...) à Terra com o intuito de
espalhar fofura – e, exatamente por contrariar essa máxima, é simplesmente
hilária. É uma comédia simples,
bastante inteligente e visualmente ousada que, ao mesmo tempo, tenta, de certa
forma, ser uma espécie de obra-prima à maneira de outro estúdio. Com muita
inventividade, o roteiro solta o freio na fantasia e mostra, de forma bem-humorada,
de onde “saem” os bebês.
O enredo é muito criativo, e
parte de uma premissa ousada e defende argumentos notáveis com a excelência do
inovador. Mesmo apresentando, algumas vezes, uma visão conservadora e
tradicionalista. Praticamente acima da média, entrega um entretenimento
agradável e muito marcante, com muita alma ou potencial suficiente para
conquistar outra franquia própria ou algum destaque entre seus filmes irmãos.
Redefinidor de um novo conceito e com uma premissa “sui generis”, além de muito
interessante, "O Poderoso Chefinho" é uma comédia animada para a
família com todos os elementos desejados. Ele aborda de
forma impecável a metáfora do conturbado e competitivo relacionamento entre
irmãos de uma forma criativa, ressignificando a relação fraternal num ambiente
corporativista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário