PARIS
PODE ESPERAR (Bonjour Anne / Paris Can Wait) EUA, 2016 – Direção Eleanor Coppola
– elenco: Diane Lane, Alec Baldwin, Arnaud Viard, Elise Tielrooy, Linda
Gegusch, Élodie Navarre, Cédric Monnet – 92 minutos
UMA BELÍSSIMA E BASTANTE
REFLEXIVA VISÃO SOBRE OS RELACIONAMENTOS AMOROSOS
A família Coppola é
uma das principais dinastias de Hollywood. Nenhuma outra família gerou tantos
importantes nomes envolvidos na produção audiovisual. Tudo começando, é claro,
com Francis Ford Coppola, diretor da clássica trilogia “O
Poderoso Chefão”, além de inúmeros longas inesquecíveis. Os filhos Sofia
Coppola e Roman Coppola, a irmã Talia Shire, os
sobrinhos Nicolas Cage e Jason Schwartzman. Todos
conseguiram, em menor ou maior escala, um grande destaque no cinema americano.
Agora é a vez da esposa, a documentarista Eleanor Coppola, que faz
sua estreia no cinema com esta deliciosa comédia “Paris Pode
Esperar”.
Para seu primeiro filme de ficção, Eleanor
escolheu um universo que lhe é muito familiar. O filme começa retratando um
casal que está em Cannes e se prepara para deixar a cidade logo após o fim do
festival. Anne (Diane Lane) é uma fotógrafa amadora
que é casada com um badalado produtor de cinema (Alec Baldwin). Ela sonha em seguir sua viagem até Paris, onde o casal
passaria um tempo de férias. Ele, no entanto, precisa supervisionar uma
produção internacional em Budapeste. Decepcionada, ela aceita uma carona
até a capital da França com Jacques (Arnaud Viard), sócio francês de seu marido
que está a caminho de Paris. O que era para ser uma simples viagem de sete
horas, se torna uma verdadeira maratona, uma vez que Jacques insiste em parar
em toda cidadezinha pelo caminho para aproveitar as peculiaridades
gastronômicas de cada lugar.
Poderia se dizer que este é
apenas um delicioso road movie romântico pelo interior da França, mas ele é
muito mais do que isso. Que bom termos sido convidados a embarcar juntos
nessa viagem. "Paris Pode Esperar" é praticamente uma fantasia
que isola do lado de fora questões mais urgentes do presente. O cenário é uma
França de sonho, com campos floridos, bons vinhos e queijos. Enfrentando
toda essa artilharia de lugares-comuns, Eleanor consegue se defender bem, com
alguns expedientes simples e eficazes. O primeiro deles é o cenário escolhido,
o interior da França que, para quem conhece, é um paraíso na Terra. Paisagens
belíssimas, história, arte, arquitetura, as melhores comidas e os melhores
vinhos ampliados na tela. Com uma fotografia que se sobrepõe à trama, o filme
fisga o espectador pelo olhar e pelo estômago. A documentarista Eleanor
Coppola insere lembranças pessoais nesta comédia romântica atraente e
memoravelmente realizada. Quanto à luminosa interpretação de Diane Lane, só há
elogios. Aos 80 anos, a diretora traz uma visão crítica e bastante reflexiva
sobre os relacionamentos amorosos num filme cheio de prazeres, como comer,
beber e viajar. Inegavelmente delicioso, um filme memorável!!
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