DUNQUERQUE
(Dunkirk) Inglaterra / EUA, 1958 – Direção Leslie Norman – elenco: John Mills,
Richard Attenborough, Bernard Lee, Robert Urquhart, Ray Jackson, Ronald Hines,
Sean Barrett, Roland Curram, Meredith Edwards, Michael Bates, Rodney Diak,
Michael Shillo, Eddie Byrne, Lionel Jeffries, Maxine Audley, Victor Maddern,
Anthony Nicholls, Barry Foster, Peter Halliday, Nicholas Hannen – 129 minutos
UM GRANDE ATO DE
HUMANISMO EM MEIO À DESUMANIZAÇÃO CAUSADA PELA GUERRA
Num momento em que é lançado em vários países
“Dunkirk” (2017), a mais nova produção sobre o famoso episódio da Segunda
Guerra Mundial, quando 400 mil soldados Aliados (entre ingleses e franceses)
ficaram encurralados na cidade litorânea de Dunquerque, na região francesa de
Nord-de-Pas-de-Calais, situada a 10 km da fronteira com a Bélgica, ameaçados ferozmente
pelo exército nazista, merece aqui uma revisão da versão inglesa de 1958. Com
uma sensibilidade narrativa e tendo a guerra como ponto de conversão, o filme
acompanha duas histórias paralelas - em meio à batalha na França, o cabo
"Tubby" Binns (John Mills) encontra-se responsável pelas vidas de
seus homens, e sabe que tem que levá-los de volta para a Grã- Bretanha o mais
rápido possível. Enquanto isso, os civis britânicos estão sendo arrastados para
a guerra com a Operação Dínamo (também chamada de Evacuação de Dunquerque, ou
ainda, o Milagre de Dunquerque), o esquema para resgatar as forças francesas e
britânicas de volta das praias de Dunquerque. Alguns vêm para frente para
ajudar, como o jornalista Charles Foreman (Bernard Lee), mas outros estão menos
dispostos, como John Holden (Richard Attenborough), um fabricante militar que
usa a guerra para obter lucros.
Historicamente, a Retirada de Dunquerque é
considerado um dos momentos mais difíceis da Segunda Guerra Mundial. Só tem
paralelo com a Operação Overlord (também conhecida como “O Dia D”, ou, “O
Desembarque na Normandia”, onde foram preparados três milhões e quinhentos mil
homens, seis mil navios etc), entre 06 de junho e 26 de agosto de 1944, quando
da libertação da França e a “Operação Market Garden, em setembro de 1944. Embora
seja um impulso vermos como “milagre” o que ocorreu nas praias de
Dunquerque, França, entre 26 de maio e 4 junho de 1940 (bem no começo da
guerra, que só se iniciara, de fato, naquele mês de maio, a despeito de a
declaração ter sido feita em setembro de 1939), o evento foi um grande
desastre para os aliados, sob diversos aspectos.
Como
consequência, toda a porção norte e em pouco tempo, todo o oeste
do território francês caiu nas mãos dos nazistas, logo na primeira fase da
ocupação; pouco mais de 68 mil britânicos mortos ou capturados e estima-se
que mais de 200 mil franceses tenham perecido na ocasião; isso sem contar
tanques, aeronaves, destróieres e outros veículos de guerra destruídos
pelos nazistas. Por parte dos alemães, houve pouco mais de 27 mil mortos e
pouco mais 111 mil feridos. O número de soldados que conseguiram ser resgatados
pelos aliados foi de 338.226. Os números falam por si mesmos. Mas o que ficou
naquele período da guerra, o “Mito de Dunquerque” e o que historicamente
se perpetrou foi a ideia de trabalho, união, esperança, sacrifício e gratidão
pelos milhares salvos, apesar do recuo militar e da quantidade de mortos, em
comparação aos números do inimigo. O trabalho do diretor Leslie Norman funciona muito bem com a
captura de grandes paisagens ou de planos compostos. Há sequências, como a dos
soldados na casa de campo, à noite; ou em toda a fase da praia de Dunquerque,
que mostram um grande esforço do diretor para mostrar os impactos daquele
acontecimento, tanto no número de soldados quanto nas perdas e na chegada
das forças de resgate. Um trabalho primoroso e obrigatório!!!!
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