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sexta-feira, 30 de junho de 2017

KONG: A ILHA DA CAVEIRA (Kong: Skull Island) EUA, 2017 – Direção Jordan Vogt-Roberts – elenco: Tom Hiddleston, Samuel L. Jackson, Brie Larson, John C. Reilly, John Goodman, Thomas Mann, Toby Kebbell, Corey Hawkins -  118 minutos

                                                  VIDA LONGA AO REI 

Renovando a temporada de “filmes de monstros”, "Kong: A Ilha da Caveira" recicla o bom e velho King Kong, apresentando-o no maior tamanho até agora visto na tela (100 metros) e adaptando sua natureza para novos tempos. Um filme alucinante, bastante elegante, com referências a clássicos dos anos 1980 e 1990, e com um acabamento primoroso na fotografia, montagem, direção de arte, efeitos visuais. O diretor apresenta uma versão light de Zack Snyder. Mistura e estetiza games, quadrinhos e temas orientais com a cinefilia obrigatória pós-Nova Hollywood, de Steven Spielberg a Francis Ford Coppola. O filme não é ruim, mas também não é bom. Se a intenção então é se focar nos elementos trash de cinema de monstro, ela é atingida com maestria, seja nos designs das criaturas, nos excelentes efeitos especiais, ou nas empolgantes e grandiosas cenas de ação.


“Kong: A Ilha da Caveira" é vitaminado por doses constantes e aceleradas de muita adrenalina, orquestradas com precisa habilidade e um interesse tão gigante quanto o protagonista em reinventar a roda, ao mesmo tempo em que segue reverenciando-a. Este retorno muito divertido de um dos monstros mais icônicos do cinema se movimenta loucamente e atinge um equilíbrio entre ação insana e comédia. Nos aspectos visuais, tudo é um grande prazer. O filme ignora as armadilhas dos blockbusters de ação, evitando a montagem rápida e câmera tremida, para usar um estilo mais elegante de composições e ritmos. A grande surpresa não é o fato de "Kong: A Ilha da Caveira" ser dez vezes melhor que "Jurassic World"; é um espetáculo de história de origem sobre um monstro que é empolgante e inteligente. Repleto de sequências de ação em câmera lenta, é uma verdadeira homenagem à "Apocalypse Now" (1979).
Diverte com eficácia, reservando ainda espaço para o humor, particularmente nas cenas com o simpático capitão Marlow, e mexendo com o saudosismo ao brincar com a tecnologia da década de 1970. Visualmente o filme é inspirado. Os efeitos em computação gráfica são muito bem feitos. Mas, algumas vezes, perde força, abusa dos clichês, inclusive elementos batidos da história de Kong como sua obsessão por mulheres loiras. Felizmente a novidade da paisagem, a ação constante, as frequentes cenas de explosões e até a metragem não exagerada tornam o filme um passatempo bem eficiente. Não chega a ser indicado para crianças, mas foi dinheiro mais bem gasto do que muitos outros. Os efeitos visuais impressionam, há eficiente ambiência de terror e o surgimento de novas criaturas. Mas nem tudo é perfeito. Entre o grande prólogo e o saboroso epílogo, o roteiro anda em círculos, deixando a narrativa um pouco arrastada, mas mesmo assim vale o ingresso.

                A ETERNA LUTA FILOSÓFICA ENTRE O HOMEM E A NATUREZA




















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