DESPEDIDA
EM GRANDE ESTILO (Going in Style) EUA, 2017 – Direção Zach Braff – elenco:
Morgan Freeman, Michael Caine, Alan Arkin, Matt Dillon, Ann-Margret, John
Ortiz, Peter Serafinowicz, Joey King, Kenan Thompson, Christopher Lloyd, Josh
Pais, Maria Dizzia, Ashley Aufderheide, Siobhan Fallon Hogan, Seth Barrish – 96
minutos
NUNCA
É TARDE PARA ACERTAR AS CONTAS
Com um roteiro coeso e ágil,
“Despedida em Grande Estilo” brinca o tempo todo com as limitações impostas
pela idade de seus protagonistas, bem como com o espírito aventureiro e um
bocado justiceiro que surge em meio à dificuldade financeira. Aborda com espirituosidade a
delicada situação financeira em que muitos idosos se encontram. O diretor Zach Braff pontua com timing perfeito as tiradas ácidas do roteiro de Theodore
Melfi, que se tornam ainda mais engraçadas nas ótimas interpretações do trio
Michael Caine, Morgan Freeman e Alan Arkin. Melfi manteve ritmo, fez
citações inteligentes (como o grupo Rat Pack), conseguiu “quebrar” a impressão
de um desfecho previsível – mais de uma vez – e abordou, de maneira leve e
inteligente, temas relevantes. O filme se baseia nos dilemas espinhosos
dos seus três principais personagens que, ao todo, têm 246 anos de vida na
terra (Caine tem 84, Freeman 79 e Arkin 83), mas não é nada além de que um
filme agradável sobre a conexão entre diferentes experiências de vida. Como era de se esperar, o trio central brinca em cena o tempo todo.
O primeiro, desde a juventude especialista em obras do gênero, é o vovô família
que vê “Law & Order” com a neta, usa boina e executa o papel de
“cabeça” do bonde. Freeman representa o solitário, que esconde segredos debaixo
de seu inseparável chapéu. Responsável mais uma vez pelo humor “peculiar”.
Arkin é o rabugento de boné, pessimista e sem meias palavras, que encontra o
amor mesmo sem buscar. Em comum o trio tem o machismo da geração, o gosto em
rir das próprias dificuldades, algumas ideias claramente ultrapassadas e o
desejo de aproveitar os últimos anos com dignidade. É a polícia que é retratada
como vilã, abaixo do sistema financeiro, o grande mal. Joe é “vítima de um
sistema corrupto que não serve ao povo”, diz um dos personagens.
Entre as trapalhadas do
grupo há bons momentos – especialmente numa primeira tentativa de assalto a um
pequeno mercado. Matt Dillon comparece numa ponta como um detetive. Mas o que
se destaca mesmo é o talento do trio central, embora sem sair da zona de
conforto. Apesar do fato de que este filme
encantador parecia direcionado a um público da terceira idade, as gerações mais
jovens foram assistí-lo - já que o humor e as mensagens profundas presentes
nele são verdadeiramente universais. Para quem não sabe, é um remake de “Despedida em
Grande Estilo (Going in Style) EUA, 1979 – Direção de Martin Brest – elenco:
George Burns, Art Carney, Lee Strasberg. O filme de 1979 era mais casual e muito mais sombrio sobre as
realidades e enfermidades da velhice, e também contou com uma das melhores
performances de George Burns. Foi uma experiência engraçada e emocionante, mas
também amarga. Há, claro, algumas piadas (jamais de mau gosto) sobre as “dores”
da velhice e um ou outro drama pessoal dispensável. Nada disso, contudo, tira o
alto-astral de uma história sobre amizade, recomeços (inclusive amorosos) e
deliciosas trapaças em nome da justiça social. Essa comédia despretensiosa e divertida tem a
capacidade de surpreender e se comunica muito bem com os dias de hoje, tendo
como frase crucial a afirmação: “É dever do país cuidar dos idosos”.
Vale a pena ser conferido.
Um dos melhores atores de todos os tempos, sem dúvidas! Um dos aspectos mais importantes de cada produção é o seu elenco, pois deles despende que a história seja caracterizada corretamente. Acho que em Apenas um começo, que pra mim é dos melhores filmes de ação 2018 , fizeram uma eleição excelente ao eleger os atores. Gostei muito desta história, acho que é perfeita para todo o público além de ser super divertida. Recomendo muito a todos.
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