VIDA
(Life) EUA, 2017 – Direção Daniel Espinosa – elenco: Jake Gyllenhaal,Rebecca
Ferguson, Ryan Reynolds, Olga Dihovichnaya, Ariyon Bakare, Hiroyuki Sanada,
Jesus Del Orden, Allen McLean, Mari Gvelesiani, David Muir – 104 minutos
ERA
MELHOR QUANDO ESTÁVAMOS SOZINHOS
O que torna este filme tão surpreendente é que
ele segue à risca a fórmula sem desviar do caminho, sem reinventar ou refletir.
Dirigido pelo sueco Daniel Espinosa, é um terror sci-fi
extremamente competente, infelizmente prejudicado pelo setor de marketing que o
vende como uma homenagem ao “ALIEN” (1979) de Ridley Scott. Esse tipo de
estratégia causa um problema grave, insere o elemento da expectativa na equação.
Não é por não ser
um artesão imagético que Espinosa se furta em construir sequências de tirar o
fôlego, e após a abertura voltamos a ficar impressionados com o surgimento da
vida alienígena ao alcance dos dedos.
Habilmente, Espinosa deixa o lado
emocional, de sentimentos como medo e angústia, com o espectador, pela forma
como captura as imagens e insere o público dentro da trama. Esta escolha ganha
força pelo bom desempenho do elenco, que aposta na diversidade.
A partir do balé gerado pelos movimentos dos
astronautas em ambiente sem gravidade, Espinosa extrai um belo e interessante
plano-sequência através do qual os personagens e a própria estrutura da estação
espacial são apresentados. Logo a seguir, uma trombada cósmica com um satélite
artificial traz uma certa ação, por mais que tudo se resuma a efeitos especiais
bem executados e trilha sonora que amplifique a tensão. Deste impacto vem o
verdadeiro protagonista do filme: um ser unicelular, vindo diretamente de Marte. Após ser despertado a bordo, o tal ser ganha importância imensa:
trata-se da prova inconteste de que há vida fora da Terra! O clima de
entusiasmo logo toma conta não só da tripulação, como da própria Humanidade: a
muitos anos-luz de distância, todos acompanham atentamente o desenvolvimento de
Calvin, o marciano - nome escolhido a partir de um concurso entre crianças. A
afeição imediata está estabelecida, mesmo que pouquíssimo se saiba sobre tal
organismo.
Como em "ALIEN – O 8º Passageiro", a
diversão é ver quem a criatura vai matar em seguida. Mas "VIDA" ganha
força no desenvolvimento de seu monstro. Durante a narrativa, as capacidades de
Calvin vão surpreendendo o espectador. O filme também é um prato cheio para
biólogos trabalharem os temas em sala de aula com os alunos (seja para falar de
evolução, seja para apontar possíveis derrapadas). O que a tripulação
vai enfrentar é o mais puro terror, e o espectador pega carona nessa
montanha-russa claustrofóbica. O diretor faz bom proveito da falta de gravidade
e dos espaços restritos para criar a sensação de pânico e isolamento. "VIDA"
é excitante em seus momentos inteligentes, mas é ainda mais emocionante quando os
personagens se mostram idiotas - o que é, no fim das contas, um paradoxo que o
filme usa com orgulho, para a possível extinção da raça humana. O filme
aposta também em causar medo de forma constante. E consegue. A ação não para,
elencando uma sequência arrepiante atrás da outra até chegar a um dos finais
mais impactantes dos últimos tempos.
Um dos aspectos mais importantes de cada produção é o seu elenco, pois deles despende que a história seja caracterizada corretamente. Acho que em Vida fizeram uma eleição excelente ao eleger os atores. Gostei muito desta história, acho que é perfeita para todo o público. Não sigo muito este tipo de gêneros, mas adorei este filme!!
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