BROOKLYN (Brooklyn) Inglaterra /
Canadá / Irlanda / Bélgica, 2015 – Direção John Crowley – elenco: Saoirse
Ronan, Emory Cohen, Domhnall Gleeson, Jim Broadbent, Julie Walters, Samantha
Munro, Eileen O’Higgins, Hugh Gormley, Brid Brennan, Maeve McGrath, Emma Lowe,
Emily Bett Rickards, Adrien Benn, Fiona Glascott – 117 minutos
DOIS PAÍSES, DOIS AMORES, UM CORAÇÃO
Uma história comovente e potente
sobre escolhas, país, compromissos, sacrifício e amor, "Brooklin" é
um retrato soberbo, luminoso e inesquecível sobre quem somos, de onde viemos,
para onde vamos, e os lugares que chamamos de lar. Arrebatador e gentilmente
nostálgico, o filme eleva o melodrama a um novo patamar com sua transparência
emocional e sua simplicidade confiante. E possui elementos de romances
antigos com uma reflexão profunda sobre a experiência da imigração. O resultado
é uma narrativa terna e comovente, ajudada pelo trabalho excelente de todos
envolvidos no filme, tanto em tela quanto nos bastidores. Uma obra
tocante construída a partir de uma história simples, que faz um sensível estudo
de personagem e que ecoa os grandes melodramas produzidos em Hollywood entre as
décadas de 1940 e 1960. Essa nostalgia, contudo, é modernizada graças a uma
permanente sensação de melancolia e a uma providencial contenção dramática.
O roteiro de Nicky Hornby é
uma incrível adaptação do romance de Colm Tóibín, e perpassa os diversos
estágios de alguém que está longe de sua família, da necessidade de apoio
externo e a beleza do momento em que a personagem se vê madura. Consegue
capturar o interesse do espectador convidando-o a participar de uma viagem
sentimental e nostálgica repleta de personagens realmente cativantes. Além das maravilhosas atuações do elenco
principal resulta numa crônica incrivelmente empática sobre o amor, a perda e a
ideia de "lar". A falta de conflito num cenário onde o conflito está
determinado como essência é um dos maiores trunfos do filme. O que tinha tudo
para ser um dramalhão, ganha contornos de leveza nas mãos do roteirista Nick
Hornby, que adiciona mais humor ao texto original. O resultado é delicado,
tocante, belo e inesquecível.
A forma como Saoirse Ronan
vivencia esse drama, contida, parecendo transparente, mas aos poucos revelando
a profundidade de seu drama, coloca a atriz norte-americana de apenas 21 anos
como um nome promissor. Ela traz intensidade e maturidade para a sua
personagem, Eilis como a sua atuação mais espetacular até o momento. A atriz
encontra profundidade tanto nos momentos mais tristes, quanto nos mais
contagiantes. Saoirse brilha, num registro entre a inocência e
a sagacidade, como a protagonista desse belo
grande filme de época (se passa no início dos anos 1950). No filme do pouco conhecido cineasta John Crowley, Saoirse é a irlandesa Eilis Lacey. Com poucas perspectivas
em seu país, a tímida menina embarca, a convite do padre Flood (Jim
Broadbent), para a “América”, terra das oportunidades,
deixando, a contragosto, a mãe viúva e a irmã, a quem é muito apegada, para
trás. Saoirse Ronan é uma encarnação
estonteante do empoderamento feminino. Vista em quase todos os planos do filme
com seus penetrantes olhos azuis e sua luminosa tez pálida, ela é uma força e
um rosto que eleva o filme. UM DOS MAIS BELOS FILMES DO ANO!!!
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