SULLY
– O HERÓI DO RIO HUDSON (Sully) EUA, 2016 – Direção Clint Eastwood – elenco:
Tom Hanks, Aaron Eckhart, Laura Linney, Valerie Mahaffey, Delphi Harrington,
Mike O’Malley, Jamey Sheridan, Anna Gunn, Holt McCallany, Ahmed Lucan, Katie
Couric, Jeff Kober, Laura Lundy, Onira Tares, Gary Weeks – 96 minutos
A IMPORTÂNCIA DO FATOR HUMANO
PERANTE A FRIEZA DAS MÁQUINAS
"Sully" é sobre homens comuns cheios
de consciência de suas responsabilidades na prática do trabalho, confiando na própria
experiência. A investigação dos tecnocratas leva a diagnósticos diferentes do
que os pilotos, espontaneamente, chegaram a partir dos fatos como eles se
apresentaram. O filme se justifica como um acompanhamento sutil (e levemente
burocrático) dos “bastidores” de um evento tão comovente. O homem que salvou
155 vidas do que poderia ter sido uma tragédia de alvoroço mundial; essa
escalada aos degraus do pedestal de "Sully" é, afinal, orgânica e
envolvente. Clint Eastwood está muito bem em seu papel como diretor, utilizando
todo o seu talento para dar tensão ao filme ao mesmo tempo em que cria uma
biografia. É uma história que aconteceu em menos de quatro minutos e o diretor
faz dessa premissa um filme cativante de uma hora de trinta minutos, sem dar a
impressão de enrolar, de modo algum. É preciso ter domínio para isso, além de
uma certa moral do olhar. Como uma saudação vigorosa e empolgante ao
profissionalismo e ao bom exercício de um trabalho, "Sully" é um
retrato vívido das realidades físicas e dos elementos humanos envolvidos no
dramático pouso da aeronave. A montagem, os efeitos especiais e as performances
são tão perfeitas que praticamente colocam o espectador dentro daquele voo. Clint
Eastwood optou por não se aprofundar nas histórias dos passageiros do avião e
se concentrar no julgamento do piloto, um acerto que fez com que o filme
ficasse mais objetivo e menos maçante. Muitos espectadores sabem o que
aconteceu naquele dia, mas Eastwood consegue criar bastante tensão ao mostrar o
ponto de vista do controlador de tráfego aéreo antes de o voo terminar, e
durante a evacuação do próprio avião.
A interpretação de Tom Hanks é simplesmente
fantástica. Sem sair um minuto de seu complexo personagem, traumatizado pelo recente
acidente, o duas vezes vencedor do Oscar abusa de sua habilidade de convencer
ao público que ele está entre os melhores atores da história do cinema. De cabelos grisalhos e movimentos mais lentos, ele automaticamente
transmite ao público seu histórico como ator e pessoa, de forma a garantir a afeição
imediata. Mais do que isso: imprime ao personagem um essencial aspecto humano,
potencializado pela recusa íntima em se considerar um herói e na emocionante
cena em que descobre que conseguiu salvar a todos. É o Hanks competente de
sempre, mais uma vez demonstrando sua qualidadeCom aparência envelhecida para assemelhar-se ao personagem
real, Tom Hanks assume por inteiro o papel de um homem investido da paixão pela
defesa de sua honra, mas que é igualmente atravessado pela dúvida – ele também
se questiona sobre o que fez. Há duas surpresas diante desse grande filme: primeiro, ver que o filme
só dura 1h36, algo muito mais curto do que a média de Eastwood. Segundo, ver o
Tom Hanks se juntar ao grupo de heróis do diretor, marcado por um aspecto
sombrio e ambíguo que o ator não tinha mostrado antes. Enxuto e direto ao ponto, o filme presta
uma homenagem, honesta e edificante, com direito até a um comovente reencontro
do Sully real com os sobreviventes, durante os créditos finais. “Sully – O Herói do Rio Hudson” é uma
ode elegante e muito satisfatória à competência. Parafraseando seu personagem
principal, este é apenas um filme que faz o que deve fazer.
Este filme é um dos melhores do gênero de drama que estreou o ano passado. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia de Este filme é um dos melhores do gênero de drama que estreou o ano passado. É impossível não se deixar levar pelo ritmo da historia. Em http://br.hbomax.tv/movie/TTL607756/Sully-O-Heroi-Do-Rio-Hudson encontrei mais informação sobre o grande elenco do filme, quem fez possível a empatia com os seus personagens em cada uma das situações. Sem dúvida a veria novamente.
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