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sexta-feira, 2 de junho de 2017

O PROCESSO DE JOANA D’ARC (Procès de Jeanne d’Arc) França, 1962 – Direção Robert Bresson – elenco: Florence Delay, Jean-Claude Fourneau, Roger Honorat, Marc Jacquier, Jean Gillibert, Michel Herubel, André Régnier, Arthur Le Bau, Marcel Darbaud, Philippe Dreux, Paul-Robert Mimet, Gérard Zingg – 65 minutos.

A MAIS GENIAL E FASCINANTE VERSÃO CINEMATOGRÁFICA DO MARTÍRIO DESSA   IMPORTANTE FIGURA DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

BRESSON RECONSTITUI COM SEU RIGOR CARACTERÍSTICO, A PRISÃO, O                                 JULGAMENTO E A EXECUÇÃO DE JOANA D’ARC 
“O Processo de Joana D’Arc”, de Robert Bresson, faz parte de uma espécie de tetralogia da prisão, ao lado de “Diário de um Pároco de Aldeia” (1951), “Um Condenado à Morte Escapou” (1956) e “Pickpocket – O Batedor de Carteiras” (1959). Aclamado por muitos como o melhor filme sobre Joana D’arc já feito. É uma verdadeira aula de cinema e história. Bresson tem uma concepção peculiar de cinema, a começar pela negação do próprio termo, já que identifica seu trabalho como “cinematógrafo”. Ele chama seus atores de “modelos” – os quais eram na maioria das vezes não-profissionais - e chega a negar a representação. Utiliza poucos recursos em cenário, figurino e interpretação e trabalha incessantemente para que seus modelos usem sempre o mesmo tom de voz e quase nenhuma expressão corporal, levando o espectador a uma sensação de angústia ao esperar uma reação que não acontece. O filme é baseado nos autos do processo de Joana d'Arc, aos quais busca ser historicamente fiel. O diretor utiliza o processo para criticar o momento presente: Joana era totalmente leal à igreja do céu, mas não foi submissa ao poder da igreja militante ao defender suas convicções, e por isto foi submetida a um julgamento injusto, no qual o principal objetivo era fazê-la entrar em contradição. 

O filme lida com as possibilidades de ação de indivíduos comuns perante instituições maiores, que muitas vezes são injustas, mostrando que o episódio de Joana é sempre atual. O filme prende-se não à vida da santa, tantas vezes levada às telas, mas ao processo que a condenou, isso e nada mais. Para quem não conhece, Robert Bresson é um formalista, seus filmes são únicos e autorais, muitas vezes difíceis de digerir.  “O Processo de Joana D’Arc” é um exemplo bem característico desse cineasta.  Em seus filmes, Bresson, como já disse, não utiliza atores profissionais e busca infundir naturalidade feroz em todas as cenas.  Não há trilha musical e, comparados a ele, todos os realizadores parecem estar fazendo espetáculos circenses. Bresson filma a vida. Muito em virtude disso, filmou muito pouco, cerca de doze filmes em 40 anos. Este foi seu sétimo filme, e sempre foi muito mal visto pelo grande público. Mas, neste caso, muito injustamente. Esse filme é um mergulho espiritual, daqueles que, ao final, você tem vontade de cair de joelhos e pedir perdão a Deus por ser uma pessoa tão frágil. Recebeu o prêmio especial do júri do festival de Cannes, além do prêmio do Ofício Católico e o Prêmio de Melhor Filme para Juventude.


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