A
GAROTA DESCONHECIDA (La Fille Inconnue) Bélgica / França, 2016 – Direção
Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne – elenco: Adèle Haenel, Olivier Bonaud,
Jérémie Renier, Louka Minnella, Thomas Doret, Christelle Cornil, Olivier
Gourmet, Jean-Michel Balthazar, Pierre Sumkay, Yves Larec – 113 minutos
OS
IRMÃOS DARDENNE DISCUTEM A CULPA QUE A PRÓPRIA CULPA TEM
No novo
filme dos irmãos Dardenne, a mulher vai à guerra – novamente. Agora, Jenny
Devin (Adèle Haenel, em grande desempenho) é uma médica eficiente e certa de
suas ações. É nessa certeza inflexível, porém, que ela perde o tato: o
expediente terminou e, ao ouvir a campainha do consultório, Jenny proíbe seu
estagiário de ver quem é; o turno acabou e, se fosse algo grave, o paciente
insistiria.
Os belgas Luc Dardenne e Jean-Pierre Dardenne são dois dos mais cultuados cineastas europeus
da atualidade, sendo dos poucos a terem conquistado por duas vezes a badalada
Palma de Ouro do Festival de Cannes (“Rosetta”, em 1999 e “A Criança”,
em 2005). O cinema deles é marcado por algumas características, como a câmera
na mão que geralmente acompanha poucos protagonistas, quando não só um, de
forma muito natural.
O filme consegue conjugar o
fatalismo dos irmãos Dardenne com um nível de ternura nunca antes atingido. Um
sucesso plenamente encarnado pela composição bruta de Adèle Haenel, jovem
demais para o papel, e no entanto perfeitamente moldada. (Louis Blanchot
– Chronic’art.com)
Como sempre, os Dardenne
estão afinados com o momento político da Europa, sem afastar-se de sua
permanente ligação com o que faz a essência da condição humana. Faz bem
assistir a um filme assim. (Neusa Barbosa – Cineweb)
A naturalização evidente das atuações e os temas
humanistas que levam a diferentes discussões sociais são características do
cinema dos cultuados irmãos Luc Dardenne e Jean-Pierre Dardenne. Com este “A
Garota Desconhecida”, a dupla discute imigração. Tem uma talentosa protagonista,
Adèle Haenel, oriunda do extraordinário L’Apollonide – Os Amores da
Casa de Tolerância (L'apollonide - Souvenirs de la maison close,
2011) e um texto que depende da atuação para funcionar. E funciona muito bem
quando centrado em sua personagem principal, Jenny. Um filme meticuloso e
sensível!!
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