VIVA:
A VIDA É UMA FESTA (Coco) EUA, 2017 – Direção Lee Unkrich e Adrian Molina – com
as vozes de Anthony Gonzalez, Gael García Bernal, Benjamin Bratt, Alanna Ubach,
Renee Victor, Jaime Camil, Alfonso Arau, Herbert Siguenza, Gabriel Iglesias,
Lombardo Boyar, Ana Ofelia Murguía, Natalia Cordova-Buckley, Selene Luna, Edward
James Olmos, Sofía Espinosa – 105 minutos
UMA
JORNADA DE AMADURECIMENTO EM DOIS MUNDOS
O que chama mais atenção a esta
nova animação, no entanto, é ser o primeiro filme da Disney totalmente
no México e dedicado à cultura mexicana. Desde o início, o filme apresenta
diversos elementos do país e seu povo como os mariachis, as telenovelas e
a devoção ao Dia dos Mortos. “Viva – A Vida é Uma Festa” é apresentado através
dos olhos do menino Miguel de forma perspicaz e inocente. Apesar da proibição
musical, ele mantém sua paixão em um esconderijo onde toca sua viola quebrada e
assiste às apresentações do seu grande ídolo já falecido Ernesto de la Cruz (Benjamin Bratt).
Existem filmes que conseguem
fazer com que o espectador se sinta mais leve depois de assisti-los. “Viva – A Vida é uma Festa” é
um deles: traz uma sensibilidade única para tratar de temas complexos como
morte, de uma maneira que não subestima os espectadores e, ao mesmo tempo, não
assusta os mais jovens que não têm tanta experiência em lidar com perdas. Isso dá ao filme uma
linguagem tradicional. A jornada de Miguel é clássica - um garoto que precisa
lutar pelo seu direito de cantar e no caminho aprende valiosas lições sobre
perdão e legado -, o que se reflete no visual do filme. A qualidade técnica da
animação, capaz de recriar texturas com profundidade, se sobressai a sua
inventividade estética.
As decisões tomadas são esperadas e seguras, seja no design dos
personagens ou no contraste entre os tons terrosos do mundo dos vivos e o
colorido do mundo dos mortos. É o que afasta o filme da assinatura de um
estúdio conhecido pela inovação visual, subtexto complexo e profundidade
psicológica de personagens variados, sejam brinquedos, formigas, peixes ou
idosos rabugentos. É um dos filmes mais visualmente
impressionantes da Pixar e
talvez de todas as animações em computação gráfica já feitas. Você se sente no
meio da multidão que povoa as diferentes regiões da cidade, entende como cada
uma delas funciona e imagina que suas pessoas amadas que partiram estão se
divertindo por lá, já que você se lembra delas com carinho. Extremamente alegre,
divertido e deslumbrante!!
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