DIÁRIO
DE UM BANANA: CAINDO NA ESTRADA (Diary of a Wimpy Kid: The Long Haul) EUA, 2017
– Direção David Bowers – elenco: Jason Drucker, Alicia Silverstone, Tom Everett
Scott, Charlie Wright, Owen Asztalos, Dylan Walters, Wyatt Walters, Chris
Coppola, Joshua Hoover, Mira Silverman, Carlos Guerrero – 91 minutos
ENQUANTO CRÔNICA DE UMA GERAÇÃO, O ROTEIRO SE SAI MUITO BEM
Esse é o quarto filme da franquia, que sempre foi um
sucesso absoluto de público. Principalmente por focar num grupo muito
específico, a faixa etária dos pré-adolescentes, trabalhando bem os dilemas
nessa fase da vida, utilizando um humor que está na barreira entre a inocência
infantil e o escracho juvenil. Quando o êxito editorial chegou aos cinemas não
foi diferente, e seu público foi ver as aventuras de Greg Heffley agora na tela
grande, a franquia ganhou outros dois filmes e agora, com uma reformulação
total do elenco, prova mais uma vez que o filme ainda tem o que
render.
O personagem principal
convence a família a ir para a festa de 90 anos de sua avó de carro, tudo
porque Greg quer chegar numa convenção de gamers que acontece perto de lá, e
assim conseguir um vídeo com um youtuber famoso e “limpar” a imagem ruim que um
meme que viralizou na internet causou a ele. O roteiro do também diretor David
Bowers dos dois filmes anteriores, mantém o formato humor pastelão com mensagem
família, a diferença dessa obra é que é um road movie, que infelizmente usa
todos os clichês possíveis desse formato, ainda assim, consegue ser envolvente
e bem engraçado, claro que isso ganha força de acordo com sua idade, já que o
filme é totalmente direcionado para o público infanto-juvenil.
Enquanto crônica de uma geração, o roteiro se sai muito bem. Mesmo com a
direção hiperbólica, pautando qualquer gesto com um efeito sonoro engraçadinho,
o diretor David Bowers sabe criar cenas assustadoras, como o pacote
de salgadinhos caindo na jacuzzi e transformando toda a água num pântano
alaranjado – algo muito mais potente do que os discursos da mãe contra junk
food. Susan e Frank estão longe de serem pais perfeitos, demonstrando
cansaço na criação dos filhos, o que transmite uma visão menos idealizada da
paternidade. Neste núcleo, quem dá as cartas é a mãe autoritária, uma
competente Alicia Silverstone. No elenco o novato Charlie Wright, atuando como um impagável e novo Rodrick, ajuda a compor com
hilaridade as sequências da trama. Há bons momentos, como a divertida paródia
de “Psicose” (1960), que convivem com cenas divertidas como o ataque
dos pássaros (homenagem ao clássico de Alfred Hitchcock “Os Pássaros – 1963).
Na tentativa de explorar tudo o que poderia acontecer de errado numa única
viagem, o roteiro sai de situações hilárias e comete alguns excessos, mas os
excessos fazem parte da comédia e do universo infantil e o filme acaba valendo
a pena.
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