RIO VERMELHO (Red River) EUA, 1948 –
Direção Howard Hawks – elenco: John Wayne, Montgomery Clift, Joanne Dru, Walter
Brennan, Harry Carey, Coleen Gray, John Ireland, Harry Carey Jr., Hank Worden,
Paul Fix – 133 minutos.
HOMENAGEM - 50 ANOS SEM MONTGOMERY CLIFT
Um dos grandes filmes da História do Cinema, e
uma fantástica atuação de Montgomery Clift!! É um dos poucos filmes a retratar
os verdadeiros cowboys, tropeiros quase sempre jovens que levavam gado para
Kansas City antes da consolidação das estradas de ferro. Originalmente lançado em preto e branco, este grande
clássico possui uma ambientação impressionante e traz uma atmosfera incrível do
velho oeste norte americano, ainda no tempo das diligências, quando os
primeiros grandes criadores de gado estavam trabalhando duro para fortalecer a
economia do Sul dos Estados Unidos. Há um sentimento maravilhoso de liberdade ecoando
por todo o filme, ainda que a jornada de seus personagens seja violenta, hostil
e difícil. A direção impecável de Howard Hawks faz com que esta obra se torne
uma verdadeira e inesquecível aventura. Os conflitos entre os personagens são
muito mais interessantes que as cenas de ação, e é aí que o filme se destaca
entre dezenas, talvez centenas, de westerns existentes. O estouro da boiada, é considerada a grande e cena clássica, com
muita emoção e suspense. As interpretações são incríveis. John Wayne, que
muitas vezes não fazia exatamente o papel de “mocinho simpático”, possui outro
de seus personagens ambíguos, que pode ser visto como sendo o mocinho ou o
bandido. E Montgomery Clift, no auge de sua beleza e em grande forma é um dos
pontos altos da interpretação masculina de sua época. Ele faz uma espécie de
filho adotivo de Wayne dentro do filme, mesmo sendo ainda bastante jovem, encara
com grande qualidade as várias cenas difíceis que o filme possui.
RIO VERMELHO (Red River), para o diretor Howard Hawks,
inicia uma trilogia que se segue mais de dez anos depois com RIO BRAVO – ONDE
COMEÇA O INFERNO (1959), um dos grandes
westerns do cinema, e, depois, RIO LOBO,
já em 1970, nos estertores hawkisianos. Há, porém, ELDORADO (1967), filme
respeitável, mas que é uma refilmagem disfarçada de RIO BRAVO. Se existe um clássico perfeito para
caracterizar o western, o cinema norte-americano por excelência na definição de
André Bazin, RIO VERMELHO é o exemplar mais autêntico e paradigma de outros
filmes do gênero. É verdade que NO TEMPO DAS DILIGÊNCIAS (Stagecoah, 1939), do
mestre John Ford, lança as bases do arquétipico westerniano, mas a fita de
Hawks representa, nove anos depois, uma espécie de cristalização e
amadurecimento do western na sua mais pura tradução e pureza antes que o gênero
seja contaminado pelo psicologismo. Obra-prima incontestável, RIO VERMELHO faz
parte de um quarteto junto com RIO BRAVO
(1959), ELDORADO (1967), e, por
fim, RIO LOBO (1970), realizado já no
ocaso de carreira desse genial diretor, que, aqui, despede-se do cinema.
O mais importante em RIO VERMELHO é que este filme funciona
como um excepcional documento da vida dos cowboys, seus costumes, seu folclore,
o ambiente e a paisagem daquele período da colonização norte-americana. E mais
ainda: o sentido perfeito de cinema de Hawks, o alento épico, a paisagem, a
simplicidade e força das personalidades individuais. RIO VERMELHO é também a história de uma
amizade - um dos temas fundamentais da obra de Hawks. Montgomery Clift, órfão,
depois que seus pais são mortos pelos índios, é recolhido por Wayne que, na
travessia de Rio Rojo a Abilene, se desentende com aquele que é quase um filho.
O western mais telúrico de Hawks, ainda que RIO BRAVO seja mais cortejado, RIO
VERMELHO apresenta o eterno conflito de seus personagens, resolvido através de
um itinerário físico, que é captado pela câmera com a força do imediatismo. A
música de Dimitri Tiokim permanece nos ouvidos. Como
RIO VERMELHO é uma espécie de épico do velho oeste, o número de cenas difíceis
realmente é grandioso. Aclamado como um dos melhores westerns de todos os tempos,
ficou também famoso por sua ambientação e espírito livre, em uma história de
grandes proporções e adjetivos. Um filme recomendado para público de qualquer
gênero!! Absolutamente extraordinário, inesquecível e obrigatório!!
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