RESSURREIÇÃO
(Risen) EUA, 2016 – Direção Kevin Reynolds – elenco: Joseph Fiennes, Tom
Felton, Peter Firth, Cliff Curtis, Maria Botto, Luis Callejo, Antonio Gil, Andy
Gathergood, Stewart Scudamore, Stephen Hagan, Joe Manjón, Richard Atwill, Mish
Boyko, Jan Cornet, Pepe Lorente, Stephen Greif, Frida Cauchi – 107 minutos
A
HISTÓRIA QUE MUDOU O MUNDO, DO PONTO DE VISTA DE UM INCRÉDULO!!
A
história de Jesus Cristo já foi levada às telas inúmeras vezes, das mais
variadas formas, alguns polêmicos, outros emblemáticos, basta lembrar “A Última
Tentação de Cristo” (1988), de Martin Scorsese; “A Paixão de Cristo” (2004), de
Mel Gibson; “Jesus Cristo Superstar” (1973); “Godspell – A Esperança” (1972);
“Jesus de Nazaré” (1977), de Franco Zeffirelli; “O Rei dos Reis” (1961), de
Nicholas Ray; “O Filho de Deus” (2014) etc. Agora o cineasta Kevin Reynolds
resolve contar a história de um ângulo um pouco diferente com RESSURREIÇÃO
(2016). Não entra nos detalhes do nascimento, pregações, crescimento, milagres
e encontros com os apóstolos. A proposta aqui é contar a história do tribuno
encarregado de desmentir a natureza divina de Jesus Cristo. Joseph Fiennes,
conhecido pelos trabalhos em ELIZABETH (1998); “Shakespeare Apaixonado” (1998);
LUTERO (2003); “Círculo de Fogo” (2001); HÉRCULES (2014), entre outros, realiza
uma performance competente. Ele é Clavius, o tribuno, braço direito de Pôncio
Pilatos (Peter Firth), governador da Judéia, escalado para supervisionar as
ações romanas em torno de um certo nazareno que acabara de ser crucificado. Sua
missão é a de fazer com que as profecias de Yeshua (Jesus Cristo), interpretado
pelo neozelandês Cliff Curtis, não se cumpram (ou pelo menos não sejam
divulgadas), como suas últimas palavras na cruz ou até mesmo sua ressurreição. É
interessante a opção do filme por um ator com o tipo diferente do que
geralmente Jesus é retratado, mas próximo do que seria na verdade. Nessa
missão, o tribuno terá como principal ajudante o jovem legionário Lucius (Tom
Felton, o Draco Malfoy de “Harry Potter”). Tentando afastar os boatos de que
Cristo iria ressuscitar em três dias, os romanos decidem vigiar seu corpo, para
provar que não tem nada de especial. No entanto, o corpo de Jesus acaba
desaparecendo.
O
roteiro é simples, mas cheio de altos e baixos. Apesar de não haver espaço para
grandes surpresas (nem poderia, por se tratar de uma história que já é
explorada há mais de dois mil anos), o texto de Paul Aiello e do diretor traz
formas criativas para relatar os eventos em torno da crucificação de Cristo,
tanto que só ouvimos pela primeira vez seu nome com quase uma hora de projeção.
A fotografia de Lorenzo Senatore traz uma visível inspiração no trabalho de
Caleb Deschanel, no filme “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson. Realizando um
bonito contraste entre tons mais vívidos quando está em planos abertos e cores
mais sombrias em planos fechados, especialmente os que envolvem os soldados
romanos na caça dos discípulos de Yeshua. Só de contar a história de um jeito
diferente já faz de RESSURREIÇÃO uma experiência bastante satisfatória. Tem uma
história universal, já muito explorada, mas o seu diretor se propôs a
desenvolvê-la cinematograficamente destacando que sempre é possível recontar
com criatividade, ainda que seja pouca. A diferença é que o filme faz uma
releitura moderna sobre a história do retorno de Jesus e proporciona uma visão
interessante da vida dos apóstolos pós-crucificação.
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