REAL
– O PLANO POR TRÁS DA HISTÓRIA – Brasil, 2017 – Direção Rodrigo Bittencourt –
elenco: Emílio Orciollo Netto (Gustavo Franco), Bemvindo Sequeira (Itamar
Franco), Tato Gabus Mendes (Pedro Malan), Mariana Lima (Denise), Guilherme
Weber (Pérsio Arida), Norival Rizzo (FHC), Cássia Kiss, Paolla de Oliveira
(Renata), Klebber Toledo (Marcelo), Juliano Cazarré (Gonçalves), Wladimir
Candini (André Lara Resende), Anamaria Barreto (Ruth Cardoso), Bia Arantes
(Luiza), Fernando Eiras (Winston Fritsch), Bruno Giordano (líder manifestante),
Thiago Justino (Joubert), Ricardo Kosovski (Rubens Ricupero), Giulio Lopes
(Edmar Bacha), Arthur Kohl (José Serra), Guilherme Magon (Marcos), Carlos
Meceni (Clóvis Carvalho) – 96 minutos
VEMOS NO FILME QUE APESAR DE
ALGUMAS MUDANÇAS, MUITA COISA CONTINUA IGUAL
“Real – A História Por Trás do
Plano”, produção nacional dirigida por Rodrigo Bittencourt, baseada
no livro 3.000 Dias no Bunker – Um
Plano na Cabeça e um País na Mão, de Guilherme Fiúza. Com roteiro de Mikael de Albuquerque (do
eficiente A
Glória e a Graça), o filme narra os
bastidores do plano Real, medida econômica que salvou o país da falência em
meados da década de 1990. A parte técnica de REAL é verdadeiramente
elaborada, dona de uma edição primorosa, de cortes rápidos e transições
eficientes, deixando o produto final com cara de thriller hollywoodiano. Não
por menos, Lucas Gonzaga é
o responsável, profissional que tem no currículo montagens chamativas de
longas, como 2 Coelhos (2012) e Mais Forte que o Mundo (2016), tendo
inclusive trabalhado na gringa, com Presságios de um Crime (2015). Os atores estão em sua melhor forma, com destaque
para Mariana Lima, que
vive Denise, a assistente de Franco, e o próprio protagonista. Emílio Orciollo Neto nunca esteve tão bem, o ator metralha seus
diálogos com uma voracidade latente, ao mesmo tempo trabalhando os momentos
calmos (nos quais apenas suas expressões sem diálogos transmitem seus
sentimentos, como na última cena especificamente) e outros de fúria explosiva –
destaque para o relacionamento conturbado com a esposa Renata (papel de Paolla Oliveira).
(Pablo R. Bazarello – Cine Pop)
Instituído no governo de Itamar Franco
(1992-1995) e conduzido por Fernando Henrique Cardoso, na época ministro da
Fazenda, o Plano Real tinha como objetivo estabilizar a moeda e tirar a
economia do Brasil da estagnação. Para contar essa história aparentemente não
muito excitante, os produtores optaram por uma levada pop, de olho em uma fatia
maior (e mais jovem) do público. Os mentores do Plano são mostrados altivos,
andando em câmera lenta por Brasília, como se fossem Os Vingadores. O herói
aqui é o economista Gustavo Franco (Emílio Orciollo Netto), um neoliberal que
não se preocupa em ferir suscetibilidades. Na vida real, as questões eram mais
complexas; no filme, o diretor, Rodrigo Bittencourt, conduz a narrativa de um
jeito bem direto. Apesar de a trama ser ambientada inteiramente em um mundo
burocrático, a obra não fica pesada. No volátil e dividido clima político que
vive o Brasil, esse é um filme que certamente vai causar debates.
(Hamilton Rosa Junior – Rolling Stone)
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