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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

CORAÇÕES DE PEDRA (Heartstone / Hjartasteinn) Islândia / Dinamarca, 2016 – Direção Gudmundur Arnar Gudmundsson – elenco: Baldur Einarsson, Blaer Hinriksson, Diljá Valsdóttir, Jónína Thórdis Karlsdóttir, Rán Ragnarsdóttir, Nína Dögg Filippusdóttir, Sveinn Ólafur Gunnarsson, Nanna Kristín Magnúsdóttir, Soren Malling, Gunnar Jónsson, Daniel Hans Erlendsson, Theodór Pálsson – 129 minutos

SENTIMENTOS EXPLODINDO, MAS ENCONTRAM BARREIRA NA INSEGURANÇA E INEXPERIÊNCIA DE QUEM NEM CHEGOU AOS 14 ANOS AINDA. 

Em uma remota vila de pescadores na Islândia, os adolescentes Thor e Christian têm um verão turbulento. Enquanto um tenta ganhar o coração de uma garota, o outro descobre novos sentimentos pelo melhor amigo. Quando a estação termina e a natureza hostil da Islândia reassume seu lugar, chega o momento deles enfrentarem a vida adulta.


Teoricamente este belo filme é sobre a descoberta da sexualidade no início da adolescência. Dois meninos e duas meninas estão com os hormônios começando a aflorar, o que os leva a uma jornada de experimentações afetivas e carnais. Mas essa produção tocante da Islândia é muito mais do que isso. É uma produção sobre espaços. Mais ainda, a respeito de como o ambiente pode influenciar as tomadas de decisões ao longo da vida, especialmente quando tudo ainda é muito inédito. Thor (Baldur Einarsson) e Christian (Blaer Hinriksson) aproveitam o fim da infância no pequeno vilarejo de pesca onde moram. Entre pescas, corridas e destruições de objetos e veículos, nas paisagens belas e desérticas, um deles tenta a todo custo conquistar o coração de uma das garotas, que se encontram no mesmo estágio da vida. Só que, em meio à transição do calor para o frio, Christian começa a questionar seus sentimentos e atração pelo melhor amigo. É claro que esse turbilhão causa uma montanha-russa de emoções numa fase em que tudo começa a ser intenso.


O coração de pedra do título original encontra sua metáfora no peixe-pedra, que tem um coração realmente duro, assim como sua aparência fora do padrão. Afinal, como não ser aquilo ao qual estamos determinados desde o nascimento? Como ser fluido, seja social ou sexualmente, se o mundo lá fora estabelece o que devemos ser, no que acreditar, no que se espelhar? O diferente causa medo, repulsa. É feio, não deve ser integrado. É o pai homofóbico de Christian, que não sabe lidar com a suposta sexualidade do filho. É a mãe de Thor, tachada de piranha e puta, porque tem uma vida sexual ativa com diversos parceiros. Ela é separada, qual o problema nisso? Naquele vilarejo, tudo que sai do normal causa uma resposta violenta. E não é assim em todo o mundo?



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