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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

CHURCHILL (Churchill) Inglaterra, 2017 – Direção Jonathan Teplitzky – elenco: Brian Cox, Miranda Richardson, John Slattery, Julian Wadham, Richard Durden, Ella Purnell, James Purefoy, Peter Ormond, Danny Webb, Jonathan Aris, George Anton, Steven Cree, Angela Costello, Kevin Findlay, Miro Teplitzky, Penny Sharp, Jacob Topen, Ronan Corkey – 105 minutos

      PEQUENAS ATITUDES FAZEM ENORMES DIFERENÇAS (Winston Churchill)


O filme nos situa nos dias que precederam o importante Dia D, que marcou o início da libertação da França ocupada pelos nazistas. Winston Churchill (Brian Cox), à época primeiro-ministro britânico, demonstra ser contra o plano vigente da invasão à Normandia, indo de encontro com o general Eisenhower (John Slattery) e o próprio general Montgomery (Julian Wadham). O que vemos, a partir daí, são sucessivas tentativas do ministro em acabar ou alterar o plano, com questionamentos sobre sua sanidade sendo levantadas por aqueles ao seu redor. 

O diretor australiano Jonathan Teplitzky, o responsável pelo longa sobre o líder conservador, demonstra que não é todo mal-intencionado: com o auxílio de David Higgs, o diretor de fotografia, pincela sutis quadros enternecedores, com tons frios e fecundamente iluminados, colocando uma dose de idealismo por detrás das imagens que não soam exageradas, desmedidas. Ele instala com simplicidade e discrição retratos heroicos e de exaltação a partir da fotografia, além de dar um ritmo suave e brando ao longa que reproduz bem a angústia de um senhor exausto prestes a realizar sua operação militar mais importante ao mesmo tempo que remete a toda sua pompa sublime. E por esta estratégia de retratos heroicos e de exaltação das figuras grandiosas que protagonizam o filme, fica aqui clara a carga ideologico que tem Churchill: reverencia figuras que representam líderes conservadores, representantes-mor da ordem das burocracias vigentes de poder e da organização social – além de representarem ideais patrióticos. Os generais dos EUA Eisenhower (John Slattery), Montgomery (Julian Wadham), e o rei George VI (James Purefoy) são tão grandiosamente homenageados no longa como é o próprio primeiro-ministro.


Mas o filme, além do convincente romantismo do seu estilo visual, tem o ponto forte que são as suas atuações. O protagonista, Brian Cox, vai muito bem, cria um personagem carismático, espontâneo, cativante. O elenco coadjuavnte se soma a Cox neste mérito, em especial Miranda Richardson com sua forte personagem Clementine Churcill, a esposa do primeiro ministro. O seu papel ativo, crítico e interferente politicamente a torna uma figura que, para o filme, teve um comprometimento com as decisões de ordem política para a Grã-Bretanha que desmente completamente o ideal machista de mulher retida aos deveres domésticos. É notório, no filme, que há esta barreira entre mulheres e homens que cerceia as ações políticas de Clementine, mas mesmo assim esta não se intimida e acaba por ter um papel decisivo para os britânicos na vitória aliada da II Guerra. A personagem de Clementine é certamente um reflexo na indústria do cinema das lutas contra o machismo, por mais que ainda possa não ser o ideal necessário.


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