Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

AS DUAS FACES DA FELICIDADE (Le Bonheur) França, 1965 – Direção Agnès Varda – elenco: Jean-Claude Druout, Claire Druout, Marie-France Boyer, Olivier Druout, Sandrine Druout – 80 minutos.

QUANDO AMAMOS DUAS PESSOAS, PODEMOS TER A  FELICIDADE??



Um belíssimo filme questiona o que é ser feliz, e o que nos faz feliz. Um homem casado (e pai), pequeno burguês perfeito, se envolve com outra mulher, mas ele não quer abandonar a esposa. Quer as duas. A impossibilidade de tê-las, lança uma nuvem sobre a tal felicidade. Sem discursos existenciais explícitos ou afetações comportamentais, a cineasta Agnès Varda está no auge de toda imbricação estética e ideológica que sempre se apresentou em sua carreira. Comprar a idéia ou não da teoria que se apresenta, fica a critério de cada um. O que Varda possibilita é a reflexão sobre posturas e comportamentos, provocando o pensamento não-limitado a situações cotidianas. É um dos filmes mais estáveis na obra da diretora e também dos mais virtuosos e de esmero estilístico. A imagem fala muito sobre si mesma, imagem esta carregada de beleza e minuciosamente construída. Ela é criada de forma a revelar-se distante de qualquer exatidão, assim como a exatidão está longe de qualquer filme da obra de Varda.  Características conflitantes se cruzam, gerando um filme que se utiliza de sua própria plasticidade para produzir uma tensão interna latente e, conseqüentemente, para o espectador. Tamanha é a harmonia na composição gráfica dos espaços, nas cores, nas relações, nos rostos, nos gestos. A complexidade, aí, se dá na corporificação de uma harmonia que extrapola. Um fantástico espetáculo para os olhos, repleto e lotado de tomadas que parecem quadros, pinturas e belas obras de arte!! Um pequeno grande filme, raro e inesquecível, que merece ser redescoberto!!!


Nenhum comentário:

Postar um comentário