O
MESTRE DOS GÊNIOS (Genius) Inglaterra / EUA, 2016 – Direção Michael Grandage –
elenco: Colin Firth, Jude Law, Nicole Kidman, Guy Pearce, Laura Linney, Dominic
West, Vanessa Kirby, Gillian Hanna, Corey Johnson – 104 minutos
É
um filme ambicioso e que sabe emocionar, buscando fazer uma reflexão sobre a
criação literária por meio da relação de um editor com um de seus autores. Passado
nos Estados Unidos da América, entre as décadas de 1920 e 1930, relata a
história de Max Perkins (Colin Firth) que trabalhou e se relacionou com o
indomável Thomas Wolfe (brilhante atuação de Jude Law). Como funcionário da
editora Scribner’s, em Nova York, Perkins foi responsável pela edição das obras
de escritores como F. Scott Fitzgerald (O GRANDE GATSBY e SUAVE É A NOITE),
interpretado por Guy Pearce, e Ernest Hemingway (POR QUEM OS SINOS DOBRAM e
ADEUS ÀS ARMAS), por Dominic West. Thomas
Wolfe é um nome seminal da literatura norte-americana do início do Século XX, e
teve uma trajetória de vida muito curta, pois faleceu aos 38 anos, vítima de
pneumonia. Aqui em O MESTRE DOS GÊNIOS, o grande diretor teatral britânico
Michael Grandage traz às telas um recorte da história do escritor através da
adaptação do livro “Max Perkins: Editor of Genius”, de A. Scott Berg, biografia
do renomado editor literário responsável por descobrir talentos acima citados,
além do próprio Wolfe.
Geralmente nas cinebiografias voltadas a grandes nomes da
literatura, a singularidade de um escritor está sempre atrelada ao seu estilo
de vida um tanto conturbado, geralmente encontrando em seus reveses a
inspiração para a concepção de um novo livro. No entanto, há um agente
intermediário sempre esquecido, aquele que desempenha uma função definitiva
para a forma que uma obra literária toma antes de chegar ao público: o editor. A
memória pode nos enganar, mas O MESTRE DOS GÊNIOS deve ser o único filme em que
um editor tem um nível de importância maior que a de um notável escritor. E
esse personagem vem a ser uma figura real: o acima citado Maxwell Evarts
Perkins, britânico que apostou em nomes fortes da literatura mundial.
As interpretações de Jude Law e Colin
Firth, o primeiro mais explosivo e o segundo mais estóico, criam uma interação
muito cativante na tela. Junta-se isso ao ambiente vintage dos anos 1920
construído com muita sofisticação pelos envolvidos na produção e temos uma
experiência interessantemente sentimentalista e otimista, cuja fluidez da
direção soma-se para criar uma atmosfera sutilmente apaixonante. O MESTRE DOS GÊNIOS possui uma linguagem
equacionada em moldes já padronizados, e sabe emocionar o espectador. Aos
amantes da literatura, fica o convite de poder acompanhar o registro
cinematográfico de diversos influentes escritores que são retratados em sua
intimidade: Hemingway caracterizado como um sujeito grotesco e falastrão,
Fitzgerald como um incerto e depressivo autor em eterna crise criativa e,
claro, Thomas Wolfe como um excêntrico autor cuja vida pública de brilhantismo
escondia conturbações da vida privada. Um filme que vale a pena ser visto!!!!
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