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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

O MESTRE DOS GÊNIOS (Genius) Inglaterra / EUA, 2016 – Direção Michael Grandage – elenco: Colin Firth, Jude Law, Nicole Kidman, Guy Pearce, Laura Linney, Dominic West, Vanessa Kirby, Gillian Hanna, Corey Johnson – 104 minutos

 COM UMA LINGUAGEM EQUACIONADA SABE EMOCIONAR O ESPECTADOR



É um filme ambicioso e que sabe emocionar, buscando fazer uma reflexão sobre a criação literária por meio da relação de um editor com um de seus autores. Passado nos Estados Unidos da América, entre as décadas de 1920 e 1930, relata a história de Max Perkins (Colin Firth) que trabalhou e se relacionou com o indomável Thomas Wolfe (brilhante atuação de Jude Law). Como funcionário da editora Scribner’s, em Nova York, Perkins foi responsável pela edição das obras de escritores como F. Scott Fitzgerald (O GRANDE GATSBY e SUAVE É A NOITE), interpretado por Guy Pearce, e Ernest Hemingway (POR QUEM OS SINOS DOBRAM e ADEUS ÀS ARMAS), por Dominic West.  Thomas Wolfe é um nome seminal da literatura norte-americana do início do Século XX, e teve uma trajetória de vida muito curta, pois faleceu aos 38 anos, vítima de pneumonia. Aqui em O MESTRE DOS GÊNIOS, o grande diretor teatral britânico Michael Grandage traz às telas um recorte da história do escritor através da adaptação do livro “Max Perkins: Editor of Genius”, de A. Scott Berg, biografia do renomado editor literário responsável por descobrir talentos acima citados, além do próprio Wolfe.


Geralmente nas cinebiografias voltadas a grandes nomes da literatura, a singularidade de um escritor está sempre atrelada ao seu estilo de vida um tanto conturbado, geralmente encontrando em seus reveses a inspiração para a concepção de um novo livro. No entanto, há um agente intermediário sempre esquecido, aquele que desempenha uma função definitiva para a forma que uma obra literária toma antes de chegar ao público: o editor. A memória pode nos enganar, mas O MESTRE DOS GÊNIOS deve ser o único filme em que um editor tem um nível de importância maior que a de um notável escritor. E esse personagem vem a ser uma figura real: o acima citado Maxwell Evarts Perkins, britânico que apostou em nomes fortes da literatura mundial. 


As interpretações de Jude Law e Colin Firth, o primeiro mais explosivo e o segundo mais estóico, criam uma interação muito cativante na tela. Junta-se isso ao ambiente vintage dos anos 1920 construído com muita sofisticação pelos envolvidos na produção e temos uma experiência interessantemente sentimentalista e otimista, cuja fluidez da direção soma-se para criar uma atmosfera sutilmente apaixonante. O MESTRE DOS GÊNIOS possui uma linguagem equacionada em moldes já padronizados, e sabe emocionar o espectador. Aos amantes da literatura, fica o convite de poder acompanhar o registro cinematográfico de diversos influentes escritores que são retratados em sua intimidade: Hemingway caracterizado como um sujeito grotesco e falastrão, Fitzgerald como um incerto e depressivo autor em eterna crise criativa e, claro, Thomas Wolfe como um excêntrico autor cuja vida pública de brilhantismo escondia conturbações da vida privada. Um filme que vale a pena ser visto!!!! 


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