MOGLI
– O MENINO LOBO (The Jungle Book) EUA, 2016 – Direção Jon Favreau – elenco: Neel
Sethi (Mowgli), Ben Kingsley (Bagheera), Idris Elba (Shere Khan), Bill Murray (Baloo),
Lupita Nyong’o (Raksha), Scarlett Johansson (Kaa), Giancarlo Esposito (Akela),
Christopher Walken (Rei Louie), Garry Shandling (Ikki), Brighton Rose (Gray),
Emjay Anthony, Max Favreau, Asher Blinkoff – 106 minutos
UMA
OBRA REALISTA, DANDO VIDA NOVA A ESSA GRANDE FÁBULA!!!
Em
1967, Walt Disney levou para o cinema o desenho animado “Mogli – O Menino Lobo”,
baseado no livro do escritor inglês Rudyard Kipling, cujo título original é “The
Jungle Book” (O Livro das Selvas). Contava a história de um menino criado por
lobos nos confins das selvas indianas. Praticamente 50 anos depois os estúdios
Disney, fazem um remake da mesma história, só que agora em live action (misturando atores e computação gráfica), destacando um
impressionante aparato técnico recheado de efeitos de animação gráfica
tridimensionais, muito bem elaborados. O novo “Mogli – O Menino Lobo” é uma aventura
deslumbrante capaz de encantar não só crianças, mas adultos também. É uma obra
realista com uma selva deliberadamente bonita, dando vida nova a essa grande
fábula. Traz uma história de elementos sombrios, mas ao mesmo tempo cheia de
momentos alegres, destacando a relação entre homens, animais e a importância
das leis da sobrevivência. O belo mundo
selvagerm aqui é praticamente todo criado em CGI (uma sigla em inglês para o
termo Computer Graphic Imagery, ou seja, imagens geradas por computador, a
famosa computação gráfica. Se refere a todas as imagens geradas através de
computadores feitas em três dimensões, com a profundidade de campo sendo
possível graças apenas à computação. O CGI nada mais é que praticamente todo
tipo de efeito ou animações que vemos hoje em dia, seja em filmes, videogames
ou mesmo na televisão).
O
filme é lindo, é uma obra que merece ser vista, graças à forma humana e
emocionante como esta grande história foi recontada. Apresenta um universo
fantástico, onde animais falantes interagem com um menino humano que mora na
selva e explora seus perigos e maravilhas. Os efeitos especiais constituem o melhor e mais
surpreendente aspecto dessa animação, basta ver o cuidado na criação dos pelos
dos animais, dos movimentos e dos olhares incrivelmente expressivos. Os mundos
inteiramente criados costumam chamar a
atenção pela artificialidade, mas aqui tudo é muito real e notavelmente belo. O
diretor Jon Favreau retrata
a floresta digital como se estivesse diante de um cenário real, utilizando
principalmente enquadramentos e movimentos naturalistas. A fotografia também
foge do imperativo infantil de tons multicoloridos. Pelo contrário, as luzes
são sombrias e as cores são dessaturadas, valorizando o tom de realismo. Chega
a ser uma bela contradição que o projeto use recursos computadorizados tão
sofisticados para atingir a aparência menos computadorizada possível. É um
grande e belo filme!!!
“Eu uso o
necessário, somente o necessário”. O lema cantado pelo preguiçoso e simpático
urso Baloo na animação de 1967 pode ter servido de inspiração para Jon Favreau
decidir como conduzir a história aqui. O cineasta utiliza elementos memoráveis
do filme anterior, aproximando-se mais do conteúdo original (The Jungle Book –
1894) que inspirou tanto o filme de 1967 como agora em 2016, numa trama que, em
si, é a mais convencional possível. Com muitas lições passadas de forma natural
durante a narrativa, como a importância do respeito à natureza e às outras
pessoas, o filme não se aproveita do seu tema fantasioso para garantir risadas
fáceis. Ao invés disso, prefere colocar a perspectiva de cada pessoa no mundo e
o impacto de nossas decisões sobre os outros. Com isso, temos a oportunidade de
assistir um dos mais bonitos filmes do ano. Emocionante, divertido e
contagiante!!!
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