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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

56º Lugar - DERSU UZALA (Dersu Uzala) Japão/Rússia, 1975



OS 100 MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS!!

56º Lugar - DERSU UZALA (Dersu Uzala) Japão/Rússia, 1975 – Direção Akira Kurosawa – Elenco: Maksim Munzuk (Dersu Uzala), Yuri Solomin (Capitão Vladimir Arseniev), Svetlana Danilchenko, Dmitri Korshikov, Suimenkul Chokmorov, Vladimir Kremena, Aleksander Pyatkov, Mikhail Bychkov – 141 minutos.

DERSU UZALA é um belíssimo drama contemplativo e pode ser definido como um poema ecológico, uma ode à natureza, um grito em favor da liberdade interior do homem e uma grande lição de humanismo! A profunda beleza do bosque siberiano, a força do vento, a ternura da neve e o mistério da vida também fazem parte da tônica dessa extraordinária história contada pelo olhar sensível de Akira Kurosawa. Delicado e extremamente tocante, não tem como imaginar esse filme com outro diretor. Obra-prima que celebra virtudes como a amizade, a lealdade, o amor e o respeito pela natureza. Baseado nos relatos de um explorador czarista, o Capitão Arseniev, que é resgatado na Sibéria por um caçador mongol. Mesclando uma lição de humanismo e amizade com a natureza, filmada em seu esplendor pela magnífica fotografia de Asakazu Nakai, a atualidade do filme reside na sua mensagem de esperança, de alegria, contra o fatalismo e o desespero expressos na sociedade moderna. Vê-se uma sensível lição de educação quando Arseniev aprende, humilde, sobre a natureza com Dersu, um conhecimento que não agrega valor, mas nos recompõe com a vida.



Produção soviética dirigida por um dos maiores diretores japoneses de todos os tempos, Akira Kurosawa. Melhor filme do Festival de Moscou e Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1976, Dersu Uzala, dos livros de viagem do explorador russo Vladimir Arseniev, conta uma bela história de amizade entre duas pessoas. Em 1902, numa região selvagem ao longo do rio Ussuri, na divisa entre a Sibéria e a Mandchúria, um simples e solitário caçador mongol (toda a família foi morta por uma epidemia de peste), nômade da taiga siberiana, encontra com a pequena expedição cartográfica do capitão russo Arseniev, com o qual inicia uma profunda amizade. Dersu é convidado pelo russo para servir de guia ao grupo, aceita o convite e se mostra bastante útil, ensinando a todos os segredos na natureza, e até salvando a vida de Arseniev numa noite de intensa tempestade de vento. Depois é o russo que salva a vida de Dersu. Os dois amigos sofrem com a despedida quando termina a expedição, mas voltarão a se encontrar na segunda expedição cartográfica, em 1907, onde o russo descobre que Dersu está ficando cego. Arseniev, temendo pela vida do amigo, convence Dersu a abandonar a floresta e ir morar com ele e sua família na cidade, mas o velho caçador sentirá muita nostalgia da taiga. O músico e ator amador Maksim Munzuk interpreta brilhantemente Dersu, o velho caçador que vive em harmoniosa simbiose com a natureza, fala com o fogo, com as plantas e com os animais. DERSU UZALA é um filme de intensa beleza e poesia, que transmite um enorme respeito pela natureza e pela vida.



Os atores são russos, as locações são russas (na Sibéria literalmente gelada e em Moscou), o filme é falado em russo, mas é dirigido pelo japonês Akira Kurosawa, o mais famoso internacionalmente dos diretores japoneses. O filme também marca o “renascimento” de Kurosawa, porque anos antes ele tentara suicídio. Foi o primeiro filme depois do incidente o qual, por anos, fechou as portas do diretor no Japão. Achou abrigo na Rússia e DERSU UZALA faturou o OSCAR DE MELHOR FILME ESTRANGEIRO em 1976, numa época em que o Oscar ainda era levado a sério. DERSU UZALA é um dos melhores filmes da história do cinema, um dos melhores filmes do cinema russo e um dos melhores filmes do cineasta japonês Akira Kurosawa. Não apenas é uma obra-prima, como também é fascinante tudo que ele representa e o que não é contado no filme.

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