O
FILHO DE DEUS (Son of God) EUA, 2014 – Direção Christopher Spencer – elenco:
Diogo Morgado (Jesus), Darwin Shaw (Pedro), Roma Downey (Maria, mãe de Jesus) ,
Sebastian Knapp (João), Amber Rose Revah (Maria Madalena), Joe Wredden (Judas),
Greg Hicks (Pôncio Pilatos), Simon Kunz (Nicodemus), Joe Coen (José), Leila
Mimack (jovem Maria), Fraser Ayres (Barrabás), Anas Chenin (Lázaro), Daniel
Percival (João Batista), Idrissa Sisco (Simão Cirineu), Noureddine Aberdine
(José de Arimatéia), Sana Mouziane (Martha), Patrice Naiambana (Balthazar) –
138 min
O IMPÉRIO ERA
DELES... O REINO ERA SEU
A vida de Jesus Cristo já foi
contada inúmeras vezes pelo Cinema, e sob as mais variadas interpretações.
Desde o didatismo minucioso de “Jesus
de Nazaré” (1977), com mais de cinco
horas de duração e dirigido por Franco Zeffirelli, até a sanha violenta de Mel
Gibson em “A Paixão
de Cristo” (2004). Em “O Filho
de Deus” (2015), dirigido pelo estreante no cinema Christopher
Spencer, a proposta é oferecer ao
público cristão um relato convencional do Novo Testamento. Ou seja, não é
preciso temer interpretações dúbias ou ousadas. A proposta aqui é acompanhar a
vida de Cristo (Diogo Morgado)
a partir dos relatos de João (Sebastian Knapp), narrador da história. Após uma breve passagem por fatos
marcantes do Velho Testamento, como a gênese, Moisés e Abraão, a narrativa logo
salta para Jesus já adulto.
“O Filho de Deus” é o típico filme bíblico feito
para fieis. A ideia é mostrar de forma glorificada as ações e o sofrimento
de Jesus, sem tentar uma
nova visão dos textos do livro sagrado. Quem não é religioso deve ter
dificuldades para aguentar as mais de duas horas de duração; mas, quem acredita
piamente nas Escrituras Sagradas vai ser capaz de tirar algo positivo do filme.
Fica bastante claro que há
uma boa pesquisa histórica por trás da produção e, num ano de épicos bíblicos
como se mostrou 2014, é natural que os produtores conseguissem financiamento
para levar algo assim adiante. Portanto, quando falamos da colocação das
personalidades históricas, de Herodes a Pilatos, temos uma correta inserção
política e de atitude em cena, bem como todo o figurino romano, real ou
cerimonial, com exceção dos figurantes, que aparecem vestindo ou usando coisas
que não seriam inventadas ou usadas pelo menos até final do século I d.C. A atriz inglesa Roma Downey é uma das produtoras e faz o papel de Maria.
Seus closes e olhares marejados sempre são emoldurados por um belo manto azul –
destacando o rosto da atriz. Enquanto, Maria Madalena (Amber Rose Revah) sempre
aparece desprovida de qualquer traço de beleza. Aliás, aqui, estranhamente é
chamada apenas de Maria. É só mais um dos paradoxos de um filme feito para ser
lançado numa Sexta-Feira Santa.