Content on this page requires a newer version of Adobe Flash Player.

Get Adobe Flash player

domingo, 12 de novembro de 2017

PATERSON (Paterson) EUA / França, 2016 – Direção Jim Jamursch – elenco: Adam Driver, Golshifteh Farahani, o cão Nellie, Rizwan Manji, Dominic Liriano, Trevor Parham, Troy T. Parham, William Jackson Harper, Chasten Harmon, Luis da Silva Jr., Brian McCarthy, Jaden Michael, Masatoshi Nagase, Barry Shabaka Henley, Method Man, Kara Hayward, Jared Gilman – 118 minutos

            O MELHOR FILME DO ANO!! UM TRIUNFO CINEMATOGRÁFICO!! 

A POÉTICA DO SIMPLES COMO ANTÍDOTO AOS EXCESSOS ALIENANTES DO MUNDO CONTEMPORÂNEO


Paterson é um motorista de ônibus que mora na cidade de Paterson, New Jersey – ele e a cidade dividem o mesmo nome. Diariamente, Paterson vive uma simples rotina: dirige pela rota diária, observa a cidade, ouve fragmentos de conversas, escreve poesias num caderno, passeia com o cachorro, bebe uma cerveja no bar de sempre e, finalmente, volta para casa, para a esposa Laura. Ela, em contraste, vive num mundo que sempre muda, com novos sonhos diários. Eles se amam. Ele a apoia no alcance das novas ambições, ela festeja nele o dom da poesia. “Paterson”, o filme, observa os triunfos e derrotas da vida diária com poesia evidente nos mínimos detalhes. 


Sim, Paterson (Adam Driver) é um motorista de ônibus na cidade de ... Paterson. Essa redundância é o primeiro achado poético do filme. Depois, de maneira inesperada, Paterson também acaba por escrever poesias. E, mais, vive poeticamente. Ou seja, tem contato com as coisas, na contramão da maneira distanciada e voltada para si que passa por normalidade em nossos dias. Paterson, o homem, é tão poético que escreve poesias sem qualquer pretensão de ser publicado, ficar famoso, ganhar dinheiro. É como se escrevesse para si em primeiro lugar, o que é boa definição do que seja vocação literária. Se alguém precisa escrever, se o impulso para a escrita nada tem de pragmático, mas expressa apenas sua necessidade interior, então sim se pode dizer que se é um escritor. Aliás, era um dos conselhos que Rilke dava ao jovem poeta. Se conseguir não escrever, não escreva. Se não tiver jeito de evitar, então você é um poeta. O roteiro é muito bem trabalhado e joga contra as certezas do espectador mais experiente. Ele repete uma situação inúmeras vezes. O espectador espera que sempre haverá uma consequência, mas ela nunca chega.


A atuação contida de Adam Driver, que entrega sua cara estranha e assimétrica a um homem estranho e assimétrico, colabora muito na realização desse personagem. O ator oferece um comportamento desinteressado de Paterson diante de seu grande dom. Numa das cenas mais preciosas do filme (que é recheado delas), Driver observa o acidente caseiro causado pelo cão de sua companheira com uma despretensão absolutamente carregada de ressentimento. Vê-se, pelas minúcias das feições do ator, uma torrente de intenção e sensações entregues à tela. Os melhores momentos, contudo, são quando os poemas invadem o quadro. Repetidos algumas vezes, geralmente com pequenas variações entre elas, os poemas são literalmente escritos em tela, quebrando a estética naturalista adotada até então. Paterson distrai-se pelo canto de um pássaro fora de enquadramento, e de algum modo isso nos transmite algo, coisa do que significa a poesia, essa escrita tão peculiar que parece mover a mente de tantos, ainda que sempre se mantenha restrita a um público pequeno. Assim, ele é didático sem perder a poética, porque a poesia demanda certas explicações.UM DOS MAIS BELOS FILMES DO ANO!! ABSOLUTAMENTE EXTRAORDINÁRIO!! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário