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sábado, 20 de maio de 2017

O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (The Birth of a Nation) EUA, 2016 – Direção Nate Parker – elenco: Nate Parker, Armie Hammer, Penelope Ann Miller, Jackie Earle Haley, Mark Boone Junior, Colman Domingo, Aunjanue Ellis, Dwight Henry, Aja Naomi King, Esther Scott, Roger Guenveur Smith, Tony Espinosa – 115 minutos  

       ELE DECIDIU ELABORAR UM PLANO E LIDERAR O MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO


"O Nascimento de uma Nação" já deixa seu legado e nenhum passado negro ou polêmica pessoal será capaz de apagar. No entanto, foi uma pena que a mancha do passado pessoal do diretor e ator Nate Parker desviou a importância merecida da obra na época das premiações. Embora o filme seja desigual às vezes, especialmente no terceiro ato, ele ainda atinge momentos de incrível beleza e terror à medida que assistimos a Turner liderando uma rebelião violenta e necessária contra o pecado da escravidão. Mas o filme lava com sangue a alma de uma enorme parte da população que já deu, faz tempo, sua cota de sofrimento na Terra. E Nate Parker soube aproveitar com maestria os simbolismos para ir à forra. O envolvimento do ator com o personagem é tão evidente – transborda da tela – que, ele merecia ser indicado ao Oscar 2017 por sua performance, mas os membros da Academia ignoraram.
De todo modo, tropeços à parte, "O Nascimento de uma Nação" é capaz de despertar reflexões nem que seja apenas pela própria natureza do tema que aborda. O filme é potente, tem interpretações seguras e brilhantes, mas o diretor estreante e de primeira viagem, que também escreveu o roteiro, embarca com muita sofreguidão nos excessos de um tom novelesco para um filme que se pretende uma crônica de vingança. Sua direção é um tanto dura, desprovida de sutilezas, tamanha é a vontade da lembrança. Mas ele extrai excelentes atuações do elenco de apoio, e é ele quem segura o filme com emoção aflorada. Resumindo, o filme retrata um capítulo importante da história dos Estados Unidos de maneira incompleta, mas bastante interessante.


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