O NASCIMENTO DE UMA NAÇÃO (The Birth of a
Nation) EUA, 2016 – Direção Nate Parker – elenco: Nate Parker, Armie Hammer,
Penelope Ann Miller, Jackie Earle Haley, Mark Boone Junior, Colman Domingo,
Aunjanue Ellis, Dwight Henry, Aja Naomi King, Esther Scott, Roger Guenveur
Smith, Tony Espinosa – 115 minutos
ELE
DECIDIU ELABORAR UM PLANO E LIDERAR O MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO
"O Nascimento de uma Nação" já deixa
seu legado e nenhum passado negro ou polêmica pessoal será capaz de apagar. No
entanto, foi uma pena que a mancha do passado pessoal do diretor e ator Nate
Parker desviou a importância merecida da obra na época das premiações. Embora o
filme seja desigual às vezes, especialmente no terceiro ato, ele ainda atinge
momentos de incrível beleza e terror à medida que assistimos a Turner liderando
uma rebelião violenta e necessária contra o pecado da escravidão. Mas o filme
lava com sangue a alma de uma enorme parte da população que já deu, faz tempo,
sua cota de sofrimento na Terra. E Nate Parker soube aproveitar com maestria os
simbolismos para ir à forra. O envolvimento do ator com o personagem é tão
evidente – transborda da tela – que, ele merecia ser indicado ao Oscar 2017 por
sua performance, mas os membros da Academia ignoraram.
De todo modo, tropeços à parte, "O
Nascimento de uma Nação" é capaz de despertar reflexões nem que seja
apenas pela própria natureza do tema que aborda. O filme é potente, tem
interpretações seguras e brilhantes, mas o diretor estreante e de primeira
viagem, que também escreveu o roteiro, embarca com muita sofreguidão nos excessos
de um tom novelesco para um filme que se pretende uma crônica de vingança. Sua
direção é um tanto dura, desprovida de sutilezas, tamanha é a vontade da
lembrança. Mas ele extrai excelentes atuações do elenco de apoio, e é ele quem
segura o filme com emoção aflorada. Resumindo, o filme retrata um capítulo
importante da história dos Estados Unidos de maneira incompleta, mas bastante interessante.
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