A PONTE DO RIO KWAI (The Bridge on the River Kwai) EUA,
1957 – Direção David Lean – elenco: William Holden, Alec Guinness, Jack
Hawkins, James Donald, Sessue Hayakawa, André Morell, Geoffrey Horne, Peter
Williams, John Boxer - 161 minutos.
UM DOS MAIORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS
COMPLETA 60 ANOS
Em seus
épicos intimistas, David Lean sempre foi considerado um estudioso do
comportamento humano. O seu personagem típico é um alienado - como o militar
interpretado por Alec Guinness em A PONTE DO RIO KWAI. Prisioneiro dos
japoneses num campo do Pacífico, ele resiste altivamente ao comandante Sessue
Hayakawa, convencido da superioridade intelectual e moral que lhe confere o
fato de ser cidadão britânico. Em seus filmes, o diretor David Lean historiou a
grandeza e a derrocada do Império Britânico. O personagem interpretado por
Hayakawa - ator japonês lendário, que fez carreira em Hollywood nos anos 1920,
quando manteve com o latin lover Rodolfo Valentino o affair amoroso que Nagisa
Oshima tentou, mas não conseguiu, transformar em filme - também acredita na
superioridade nipônica. O choque desses dois temperamentos é inevitável. Alec Guinness
aceita construir uma ponte sobre o Rio Kwai com toda a eficiência da engenharia
britânica. Quer provar que realmente pertence a uma cultura superior, sem se
dar conta de que a referida ponte será usada para o transporte de tropas e
armamentos dos japoneses, portanto, contra os ingleses. Entra em cena o oficial norte-americano interpretado por
William Holden. Pragmaticamente, ele vem para destruir a ponte, já que se trata
de peça vital do sistema japonês de segurança. Cria-se um novo choque, entre
Holden e Guinness, que não suporta a idéia de ver destruída a obra de sua vida.
Culmina na explosão do desfecho, quando uma expressão, repetida diversas vezes
- "Madness" (Loucura) -, resume o que Lean quer dizer sobre a guerra
e os homens. O cineasta foi um grande narrador clássico e aqui está uma das
melhores amostras disso.
O filme foi rodado na Inglaterra
e no Sri Lanka. Os autores do roteiro, Carl Foreman e Michael Wilson, estavam
na "lista negra", acusados de pertencer a organizações comunistas,
pelo que tiveram de trabalhar secretamente, e sua contribuição não foi
credenciada na primeira versão. Por essa razão, o prêmio Oscar de Melhor
Roteiro Adaptado foi concedido unicamente a Pierre Boulle, autor da novela
original, que nem sequer sabia inglês. Em 1984, a Academia concedeu um prêmio
póstumo aos dois roteiristas. Em 1992, foi relançado
em vídeo com os novos créditos do roteiro, corrigindo uma injustiça histórica. Cary Grant e Laurence Olivier estiveram cotados para o
papel do "Coronel Nicholson". Enquanto no filme os prisioneiros
construiram a ponte em dois meses, a empresa britânica contratada cobrou 250
mil dólares para construir a referida ponte e levou oito meses para
finalizá-la, usando 500 trabalhadores e 35 elefantes. A ponte foi demolida em
poucos segundos na cena final do filme. John Ford e Howard Hawks estiveram
cotados para dirigir o filme antes de David Lean ser finalmente o escolhido. Um dos maiores filmes de todos os tempos que está completando
60 anos.
Uma das mais belas realizações e
um dos maiores clássicos da história do cinema! Uma rara combinação de filme de
diversão e de boa qualidade artística. São quase três horas de suspense,
coragem e demonstração da inutilidade e loucura da guerra. Mesclando às cenas
de ação, um permanente e eletrizante confronto psicológico e cultural. Recebeu
8 indicações ao Oscar e ganhou sete, incluindo Melhor Filme do Ano, Melhor
Diretor (David Lean), Melhor Ator (Alec Guinness), Melhor Roteiro Adaptado,
Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Trilha Sonora. Destaque para a
fabulosa música de Maurice Jarre, fiel colaborador de David Lean. O filme
tornou célebre a marcha militar assobiada pelos soldados (uma cena clássica).
Esta história da construção de uma ponte sobre o rio Kwai, em Burma, durante a Segunda Guerra Mundial,
merece figurar entre os maiores épicos dirigidos pelo britânico David Lean, que
era um diretor de grandes epopéias e A PONTE DO RIO KWAI é um desses pequenos
milagres do celulóide, que sempre crescem a cada revisão. O confronto final é
uma das melhores críticas culturais que o cinema ousou transformar em tensão. O
filme foi considerado UM TRIUNFO COLOSSAL e até hoje é um dos mais cultuados
filmes de guerra de todos os tempos. Obrigatório!!!
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