JUVENTUDE
(Sommarlek) Suécia, 1951 – Direção Ingmar Bergman – elenco: Maj-Britt Nilsson,
Birger Malmsten, Alf Kjellin, AnnalisaEricson, Georg Funkquist, Stig Olin, Mimi
Pollak, Renée Björling, Gunnar Olsson – 96 minutos
UMA
BELÍSSIMA E VERDADEIRA ODE À JUVENTUDE
Comovente, terno, tocante, magnetizante,
cheio de vida (em vários sentidos), lirismo, metáforas e estabelecimento ou
renúncia de laços humanos e sentimentais, JUVENTUDE parece um álbum de fotografias em
movimento, um olhar rápido para um momento de amor e felicidade no passado e a
constatação de que, não importa o que aconteça, aquele momento sempre estará
com quem o viveu.
A proposta apresentada por
Ingmar Bergman nesta obra-prima é esquadrinhar os recônditos mais íntimos da
memória de uma pessoa, e explorar todas as decorrências dessa intenção. Parte
da crítica aponta este como um filme em que muitas das questões basais do
cinema bergmaniano estão presentes em estado embrionário: a incongruência nos
relacionamentos, o questionamento à figura divina e o papel da memória na
constituição moral e psíquica de um indivíduo etc.
Encantador e
absolutamente profundo, é um ensaio poético algo leve sobre um período cheio de
descobertas na vida de alguém, sem qualquer traço de maniqueísmo ou
sentimentalismo barato. Bergman flagra a vida pulsando, o despertar dos
sentimentos e das sensações que se encontravam adormecidos, apenas esperando a
pessoa a quem pudessem se dedicar. Com cenas de extrema beleza e um roteiro de
inegável qualidade, JUVENTUDE é uma evocação poética do amor, da memória e da
dor da perda. Imortalizado por sua poesia estonteante, merece ser visto e
redescoberto.
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