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sexta-feira, 27 de julho de 2018

JUVENTUDE (Sommarlek) Suécia, 1951 – Direção Ingmar Bergman – elenco: Maj-Britt Nilsson, Birger Malmsten, Alf Kjellin, AnnalisaEricson, Georg Funkquist, Stig Olin, Mimi Pollak, Renée Björling, Gunnar Olsson – 96 minutos

                      UMA BELÍSSIMA E VERDADEIRA ODE À JUVENTUDE 


Comovente, terno, tocante, magnetizante, cheio de vida (em vários sentidos), lirismo, metáforas e estabelecimento ou renúncia de laços humanos e sentimentais, JUVENTUDE parece um álbum de fotografias em movimento, um olhar rápido para um momento de amor e felicidade no passado e a constatação de que, não importa o que aconteça, aquele momento sempre estará com quem o viveu.


A proposta apresentada por Ingmar Bergman nesta obra-prima é esquadrinhar os recônditos mais íntimos da memória de uma pessoa, e explorar todas as decorrências dessa intenção. Parte da crítica aponta este como um filme em que muitas das questões basais do cinema bergmaniano estão presentes em estado embrionário: a incongruência nos relacionamentos, o questionamento à figura divina e o papel da memória na constituição moral e psíquica de um indivíduo etc.


Encantador e absolutamente profundo, é um ensaio poético algo leve sobre um período cheio de descobertas na vida de alguém, sem qualquer traço de maniqueísmo ou sentimentalismo barato. Bergman flagra a vida pulsando, o despertar dos sentimentos e das sensações que se encontravam adormecidos, apenas esperando a pessoa a quem pudessem se dedicar. Com cenas de extrema beleza e um roteiro de inegável qualidade, JUVENTUDE é uma evocação poética do amor, da memória e da dor da perda. Imortalizado por sua poesia estonteante, merece ser visto e redescoberto.  

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